65ª Reunião Anual da SBPC

E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia

MONITORAMENTO DA INSIDÊNCIA DE PODRIDÃO DE RAÍZES EM CULTIVARES DE CENOURA AVALIADAS NO EXTREMO NORTE DO ESTADO DO TOCANTINS

Elberte Ferreira Guida dos Santos - Acadêmico do curso de Agronomia do IFTO – Campus Araguatins Wanderson de Sousa Lima - Acadêmico do curso de Agronomia do IFTO – Campus Araguatins Leandro dos Santos Silva - Acadêmico do curso de Agronomia do IFTO – Campus Araguatins Denise Ferreira Chaves - Acadêmica do curso de Agronomia do IFTO – Campus Araguatins Francisco Filho da Silva - Prof. Doutor/Bolsista APL- IFTO – Campus Araguatins

INTRODUÇÃO:

O cultivo de hortaliças apresenta uma série de vantagens econômicas e sociais, como a elevação da oferta de emprego, melhor distribuição de renda a nível regional e obtenção de produtos de elevado valor comercial. O incentivo ao cultivo da cenoura poderá constituir-se em excelente alternativa para a diversificação agrícola no Extremo Norte do Estado do Tocantins proporcionando o abastecimento dos centros consumidores local e regional, a exemplo de Araguatins – TO, Araguaína - TO, Palmas – TO, Imperatriz – MA e Marabá – PA. Não existem relatos na literatura de trabalhos experimentais com a cultura da cenoura nesta região. Em consequência disso e da pouca experiência dos produtores com esta cultura, quase tudo que é comercializado na região é proveniente de outras regiões produtoras do país. Avaliar cultivares de cenoura nesta região é importante para o conhecimento do desempenho produtivo e qualitativo de raiz uma vez que, de acordo com VIEIRA et al. (1997) um dos principais fatores a ser considerado para o sucesso no cultivo dessa hortaliça é a utilização da cultivar adequada para cada situação. Esta deve atender às exigências dos consumidores quanto a qualidade de raízes, apresentar baixa ocorrência de florescimento precoce, e ter resistência as principais doenças.

OBJETIVO DO TRABALHO:

Este trabalho objetivou comparar quatro cultivares de cenoura quanto à ocorrência de podridão raízes, em cultivo realizado entre os meses de Setembro e Dezembro de 2012.

MÉTODOS:

Este trabalho foi realizado no povoado Santa Teresa – zona rural, município de Araguatins – TO, próximo ao Campus Araguatins/IFTO. O experimento foi instalado em 19 de setembro de 2012, em blocos ao acaso com quatro cultivares e três repetições. Foram utilizadas as Cultivares ‘Brasília’, ‘Esplanada’, ‘Alvorada’ e ‘Planalto’, todas provenintes da EMBRAPA Hortaliças. As parcelas foram dimensionadas em 1,20 m de largura x 1,50 m de comprimento e as plantas espaçadas em 0,20 m x 0,05 m. O preparo dos canteiros (parcela) foi realizado por meio de “encanteirador” acoplado a um trator. Não houve necessidade de realização de correção do pH do solo e a adubação de plantio foi realizada de acordo com análise química do solo. Para fins comparativo das respostas das cultivares à ocorrência de podridão de raízes, realizou-se a contagem de plantas sadias e doentes, aos 80 dias após semeadura (DAS), para comparação das frequências esperadas e observadas de cada classe pelo teste de Qui – Quadrado ao nível de 1% e 5% de significância. Para tanto, trabalhou-se com o total de indivíduos de cada cultivar e testou-se as seguintes hipóteses: (1) todos as cultivares se comportam igualmente em relação a incidência de podridão de raízes e (2) existe diferença entre as cultivares.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Observou-se que a podridão de raízes se intensificou nos últimos 15 dias do cultivo e isto pode estar associado a intensificação do período chuvoso e às altas temperaturas e umidade do ar neste período. A podridão de raízes de cenoura, em geral, é causada por fungos ou por bactérias, contudo neste trabalho não foi identificado o agente causal. As plantas atacadas apresentam crescimento reduzido com as folhas superiores amareladas, as quais tornam-se murchas no horário mais quente do dia (Embrapa Hortaliças, 2013). Para os níveis de 5% e 1% de signifiância, com 3 graus de liberdade, a tabela de significância apresenta Qui-Quadrado igual a 7,82 e 11,34, respectivamente. Como o valor de Qui-Quadrado obtido excede o último nível de significância, diz-se que há significação estatística ao nível de 1%. Assim, rejeita-se a hipótese de proporções iguais de plantas doentes e sadias em todas as cultivares de cenoura, ou seja, conclui-se que há diferença significativa para a insidência de podridão de raízes entre as mesmas. Comparando-se o percentual de plantas doentes em relação ao total de cada cultivar, observou-se que a cultivar Brasília superou as demais com 41,79%, seguida por 27,80%, 17,34% e 15,88% das cultivares Esplanada, Planalto e Alvorada, respectivamente.

CONCLUSÕES:

Neste trabalho, pode-se verificar a superioridade das cultivares Planalto e Alvorada, com os menores percentuais de raizes podres, e que a cultivar Brasilia foi a mais afetada pela podridão de raízes. Contudo, a partir dessas observações, sugere-se a realização de outros experimentos em épocas distintas de modo que no primeiro ensaio, a semeadura coincida com o final do período chuvoso e a colheita coincida com o período de estiagem e, e no segundo ensaio, a semeadura coincida com o final do período de estiagem e a colheita coincida com o período chuvoso. Os resultados indicam também a necessidade de se testar diferentes espaçamentos no cultivo da cenoura uma vez que essas informações, para o extremo norte do Estado do Tocantins, ainda são desconhecidas. Assim será possível fazer uma melhor caracterização das cultivares e recomendar a melhor época de semeadura, o melhor espaçamento e a(s) melhor(es) cultivar(es) para a região.

Palavras-chave: APL, IFTO/Campus Araguatins, Doenças da cenoura.