65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
Comparação de dados métricos de licuri na Caatinga e na pastagem no semiárido
Arquinor Conceição Rodrigues - Zootecnia, IF Baiano, Santa Inês/BA
Veronice Santos de Souza - Lic. Ciências Biológicas, IF Baiano, Santa Inês/BA
Marilia Lima de Souza - Zootecnia, IF Baiano, Santa Inês/BA
Solange de Araújo Nascimento - Lic. Ciências Biológicas, IF Baiano, Santa Inês/BA
Benedito Rios de Oliveira - Zootecnia, IF Baiano, Santa Inês/BA
Aurélio José Antunes de Carvalho - Prof. MSc./ Orientador IF Baiano
INTRODUÇÃO:
O licurizeiro (Syagus coronata) é uma planta nativa que aparece na caatinga, em áreas de restinga e em ecótonos entre a mata atlântica e a caatinga, ocorre nos estados da Bahia, norte de Minas Gerais, Sergipe, Alagoas e sul de Pernambuco. Constitui-se uma lavoura xerófila, conforme classificação de Guimarães Duque (2004), sendo uma alternativa de renda para populações em vulnerabilidade social. No município de Santa Inês-BA, embora este vegetal domine a paisagem, ele é pouco valorizado ou aproveitado pela população local em comparação ao centro-norte da Bahia. O presente trabalho de pesquisa e extensão é parte do Programa Conca: Sustentabilidade, Saberes e Sabores da Caatinga, financiado pelo MEC/Proext, visa intercambiar conhecimentos populares e acadêmicos. Portanto, analisou-se o comportamento produtivo entre dois sistemas: uma do licuri na caatinga em relação ao Licuri na pastagem. Este último sofreu ação antrópica com desbaste, apresentando-se num espaçamento médio de 8 em 8 metros. Obteve-se um resultado de 1398 coco por cacho na área sob pastagem enquanto que na caatinga verificou-se uma média de 185 cocos por cacho. Provando que é necessária uma intervenção planejada, a fim de que seja realizado o manejo dessa palmeira para melhoria no aspecto fitotécnico e produtivo.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Comparar o licurizeiro sob dois sistemas: sobre pastagem e em meio à caatinga no município de Santa Inês – Bahia.
MÉTODOS:
O método tem sido de retirada de dados primários em campo, como georeferenciamento das palmeiras com uso do GPS de navegação. Feito isso, foram marcadas 14 árvores de licuri sob pastagem numa propriedade de agricultor familiar e 38 árvores na caatinga na área de domínio do IF Baiano Câmpus Santa Inês. Receberam placas de alumínio para identificação. Tais palmeiras são visitadas regularmente para observar os cachos de sua abertura à colheita dos frutos. Foi iniciado em 07 de dezembro de 2012, encontrando-se em processo de estudo, pois a colheita ocorre entre os meses de fevereiro até maio de 2013. Após a fecundação, os cachos foram ensacados, coletados, secos ao sol ou estufa a 150°C por 4 horas no laboratório de química do IF Baiano. Após este procedimento, os cocos foram desoperculados e quebrados em amêndoas inteiras e com uso do paquímetro foram medidos os diâmetros de cocos de licuri transversal e longitudinal, com endocarpo e das amêndoas. Após a medição da amostra foi pesada, sendo obtidos os pesos das bagas e da casca (endocarpo), resíduo da quebra do coco.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os dados ainda estão sendo coletados em campo. Entretanto, comparando duas árvores: uma na caatinga nomeada - IFL 16 - e outra localizada no Salgado, área de agricultor familiar SaL 03, com os parâmetros diâmetro longitudinal e transversal do endocarpo desoperculado, diâmetro transversal e longitudinal da amêndoa inteira, peso de amêndoas e peso das cascas. A partir dos dados foram obtidos coeficientes K que corresponde à relação entre diâmetros longitudinal e transversal. Obteve-se no IFL 16, em 50 amostras, endocarpo um diâmetro médio longitudinal de 2,1712±0,1101; diâmetro médio transversal do endocarpo 1,3703±0,0659; sendo o Kmáx de 0,7136 e Kmin 0,5680 e da amêndoa um diâmetro médio longitudinal de 1,2497±0,0658; diâmetro médio transversal de 0,8113±0,1122; sendo o Kmáx de 0,8750 e Kmín 0,5000; o peso do endocarpo foi de 0,100 g e da amêndoa 0,0230 g. Por seu turno no SaL 03, em 36 amostras, endocarpo um diâmetro médio longitudinal de 2,2722±0,1948; diâmetro médio transversal do endocarpo 1,5077±0,1739; sendo o Kmáx de 1,000 e Kmín 0,5800 e da amêndoa um diâmetro médio longitudinal de 1,1399±0,0680; diâmetro médio transversal de 0,9362±0,0789; sendo o Kmáx de 0,9545 e Kmín 0,6667, sendo o peso do endocarpo de 0,1180g e de amêndoas 0,0200g.
CONCLUSÕES:
Embora a pesquisa ainda esteja em processo de obtenção de dados, sendo observados e sistematizados apenas os dados de duas palmeiras, pode-se vislumbrar que o rendimento produtivo por indivíduo é maior nas áreas onde houve intervenção humana em comparação as palmeiras na caatinga. A ação do homem deixa as palmeiras mais espaçadas, com menor competição inter e intraespecífica. Isto corrobora com as observações de campo, onde visualmente o tamanho dos cachos e das bagas são maiores dos licurizeiros sobre a pastagem que àquelas encontradas na caatinga do IF Baiano Câmpus Santa Inês.
Palavras-chave: Syagus, Semiárido, Programa CONCA.