65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 8. Economias Agrária e dos Recursos Naturais
REAPROVEITAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA – ALTERNATIVA NO SEMIÁRIDO
Luis Fernando Pereira dos Santos - Instituto Federal BaianoCampusGuanambi
Poliana de Araújo Nascimento - Instituto Federal BaianoCampusGuanambi
Charles Leonel Galvão Sanchês - Prof. Me /orientador - Instituto Federal BaianoCampusGuanambi
INTRODUÇÃO:
A região Nordeste do Brasil é característica de Caatinga, e, o semiárido possui cerca de 900.000km2 de áreas com poucas chuvas, levando a consequências ambientais e sociais de grandes proporções como fome e seca, ressaltando o valor da água e o valor de um povo (EMBRAPA,
1991) que resiste apesar das dificuldades.
O semiárido é caracterizado por temperaturas médias de 28°C e o índice pluviométrico inferior a 800 mm/ano, sendo que essa chuva é distribuída de forma irregular concentrada em poucos meses (ARAÚJO FILHO, et al 1995). Devido a essas características a região semiárida necessita de métodos próprios de utilização de recursos hídricos.
De acordo com GROUP RAINDROPS (2002), a água da chuva pode ser utilizada para várias finalidades, sendo que a mesma fonte de água requer tecnologias simples e econômicas em sua captação.
Desta forma a água captada diretamente do telhado facilita o convívio com a seca e proporciona água de boa qualidade para o consumo humano.
Um projeto piloto no IF Baiano Campus Guanambi, visou incentivar a comunidade a fazer a captação de água das chuvas como alternativa a uma melhoria na qualidade da água que é consumida, conscientizar as pessoas sobre a importância de se conservar e cuidar da água.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Informar e treinar pessoas na região sobre o planejamento, captação e conservação da água de chuva como uma das alternativas para melhor relacionamento com a seca.
MÉTODOS:
O projeto inicial constava de um treinamento sobre a captação e a conservação da água de chuva, voltado para representantes de prédios públicos na região. No entanto percebeu-se a necessidade de se trabalhar apenas com escolas públicas, a fim de se fomentar a técnica para estes centros de educação, buscando-se melhor qualidade da água consumida pelos estudantes, e, não mais apenas com o treinamento, mas também com palestras informativas.
As escolas públicas da região não têm como fornecer água mineral para todos os estudantes. Com isso os mesmos tomam no dia a dia da escola, água com características de sabor e componentes minerais indesejáveis para consumo constante.
Uma das etapas do projeto foi em forma de palestras informativas com os estudantes de sétima e oitava séries do ensino fundamental na escola pública da colônia de agricultores de Ceraíma – comunidade do município de Guanambi. Aplicou-se um mesmo questionário antes e depois da palestra para se estimar o nível de informação que as pessoas já possuíam bem como a eficiência instantânea deste tipo de comunicação. Posteriormente, as respostas dos questionários foram lançadas em uma planilha eletrônica para análises.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
De todos que responderam ao questionário, foi perceptível que a maior parte das pessoas (93%) capta água de chuva. Mas, o que chamou atenção foi a falta de conhecimento sobre a região semiárida e também sobre a captação e conservação da água captada. Por exemplo, quando se perguntou quanto chove no semiárido 73% marcaram de 50 a 100mm/ano. Outro ponto que se ressalta é o conhecimento sobre o momento correto para se aparar a água dos telhados, quando muitas pessoas (40%) marcaram erroneamente, “logo na primeira chuva” e “apenas após 5 dias”, no entanto, a resposta correta era a que dizia que “a água pode ser captada após a segunda chuva”, momento em que o telhado já foi limpo de impurezas grosseiras. Diante dos resultados destes quesitos e de alguns outros se observou após a palestra que o nível de conhecimento aumentou consideravelmente, na questão sobre o índice pluviométrico, as resposta corretas foram da ordem de 70%, e, o quesito sobre o melhor momento para se efetuar a captação teve consideráveis (95%) de acertos. Estes resultados mostraram que a falta de informação e capacitação das pessoas para que possam ter a chance de melhorar a qualidade da água que bebem e conservar o ambiente em que vivem.
CONCLUSÕES:
Falta informação de base por parte do público avaliado. Palestras informativas, com boa didática e ilustrações, adequadas conforme o público, são eficientes. Houve ganho de informação acerca do semiárido e da correta captação e uso da água de chuva.
Palavras-chave: Captação, Conservação de água, Caatinga.