65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM PROJETOS DESENVOLVIDOS EM ESCOLAS PÚBLICAS DO INTERIOR DA AMAZÔNIA, BRASIL
Ana Cláudia Sousa Araújo - Universidade do Estado do Pará
Glauce Catarine Malheiros Maia - Universidade do Estado Pará
Lana Raíssa Marciel do Nascimento - Universidade do Estado Pará
Yuri Luz Navarro de Sousa - Universidade do Estado Pará
Prisna Jamile Santos Leder - Universidade do Estado Pará
Altem Nascimento Pontes - Universidade do Estado Pará
INTRODUÇÃO:
O termo Educação Ambiental (EA) convencionalmente surgiu na conferência de Estocolmo (REIGOTA, 2011). Como relata Dias (1998), o termo experimenta a condição de falta de clareza, dando assim margem a várias interpretações. A EA deve ser compreendida como prática no campo educacional e social, ou seja, um processo que busca incutir no homem e na sociedade a preocupação com os problemas ambientais, levando informações e avaliando o despertar de uma consciência crítica (PENTEADO, 2011). Na verdade, a EA tem influência de forma menos decisiva do que o necessário já que temos condicionalmente hábitos culturais, familiares e individuais que são limitações que moldam nosso processo evolutivo (SATO, 2004). É preciso reverter tais limitações para nos aproximarmos dos objetivos da EA, por meio da mudança de comportamento e adoção de uma atitude ecológica (LEFF, 2001).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Estudar a Educação Ambiental em projetos desenvolvidos em escolas do interior da Amazônia.
MÉTODOS:
A presente pesquisa iniciou-se com um levantamento de referências acerca do tema Educação Ambiental em projetos, seguida de atividades de campo. A população foi constituída de professores de educação básica de escolas públicas de municípios do estado do Pará. Como amostra, a pesquisa contou com 29 professores de 14 municípios do interior do estado Pará que cursavam um módulo do curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) da Capes, no mês de janeiro de 2013, na Universidade do Estado Pará. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário, constituído de duas partes. A primeira continha questões para um levantamento socioeconômico da amostra e a segunda era constituída de dez questões abertas e fechadas sobre a temática em tela. Para análise dos dados foi empregada estatística descritiva, por meio do software Excel.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Quando questionados se as escolas em que atuavam desenvolviam projetos voltados para a Educação Ambiental, os resultados indicaram que apenas 15 (52%) escolas desenvolviam algum projeto voltado para EA (principalmente implantação de horta, reciclagem e conservação ambiental), o que é preocupante considerando a escassez de escolas nesta região do Brasil. Com isso, cerca da metade dos alunos destas escolas fica dependente apenas dos conceitos de EA ministrados em sala de aula, mas sem qualquer aplicação prática desta abordagem. Um contraponto a esta questão surge ao se questionar se achavam importante o desenvolvimento de projetos envolvendo EA nas escolas, os 29 professores, correspondendo a 100% da amostra, informaram que sim. Ou seja, todos acham importante o desenvolvimento de projetos de EA nas escolas, mas poucos estão interessados em desenvolvê-los. As principais dificuldades apontadas pelos professores para o desenvolvimento de projetos de EA nas escolas foram a falta de apoio financeiro das secretarias municipais de educação e da própria comunidade. A pesquisa também apontou que 17 (59%) professores pesquisados informaram que não recebiam incentivo para o desenvolvimento de projetos de EA na escola em que atuavam. Este resultado reflete a pouco atuação da própria gestão da escola no trato da EA.
CONCLUSÕES:
Mesmo que o homem tenha hoje uma maior consciência sobre sua intervenção no mundo natural, o que podemos até considerar um avanço, mediante as grandes degradações que já ocorreram, ainda estamos longe de uma sociedade ecológica. Conforme constatou-se na presente pesquisa, mesmo em cidades do interior da Amazônia, ainda há uma grande distância entre o discurso e a prática da EA por professores de escolas públicas. Vimos que os professores têm consciência da importância de desenvolverem projetos voltados para a sensibilização ambiental, acontece que poucos realmente implementam estes projetos em suas escolas, motivados principalmente pela falta de recursos financeiros – os chamados incentivos como os próprios professores denominam. Ou seja, sem dinheiro não há projetos e sem projetos os alunos matriculados nestas escolas perdem a oportunidade de vivenciarem a prática da EA. Um fato preocupante que emerge desta pesquisa diz respeito à gestão escolar. Constatou-se que os gestores da amostra pouco incentivam seus professores no sentido de desenvolverem ações voltadas para o desenvolvimento de projetos de EA. É fato que a EA é um tema transversal e deveria ser trabalhado de forma interdisciplinar, acontece que sem o envolvimento da gestão da escola o processo de conscientização ambiental se torna cada vez mais difícil nestes rincões da Amazônia.
Palavras-chave: Educação Ambiental, Projetos, Escolas Públicas.