65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
INTERVENÇÃO NA VISÃO SOBRE SEXUALIDADE COM ENFOQUE NA PREVENÇÃO DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA COMPREENDIDA POR ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA ESTADUAL NO AGRESTE ALAGOANO.
Dayane Barbosa de Oliveira - Bolsista do PIBID – Biologia / UFAL - Campus de Arapiraca
Maria Dias de Brito - Profª / Supervisora do PIBID – Biologia / UFAL - Campus de Arapiraca
Alba Regina Gomes Magalhães - Profª. / Colaboradora do PIBID – Biologia / UFAL - Campus de Arapiraca
Maria Lusia de Morais Belo Bezerra - Profª Msc./ Coordenadora do PIBID – Biologia / UFAL - Campus de Arapiraca
INTRODUÇÃO:
No geral, grande parte do conhecimento sobre sexualidade adquirido pelos adolescentes esta inserida todos os dias na vida dos mesmos através da mídia que para Oliveira et al. (2008) “muitas vezes, não tem contribuído de forma positiva, acelerando o processo de maturação hormonal, [...] conduzindo os jovens a atitudes das quais eles ainda não têm maturidade emocional, culminando algumas vezes na gravidez precoce e contágio de doenças sexualmente transmitidas”. No entanto, na escola alguns professores especificamente os de biologia não discorrem sobre o assunto com assiduidade, pois há uma grade de conteúdos a serem expostos ao longo do ano letivo. De acordo com Rodrigues et al. (2008) o que pode ser observado “são estudantes despreparados para iniciar sua vida sexual; muitos deles recorrem a amigos para esclarecer dúvidas, outros preferem livros e revistas, por não haver adultos para orientá-los.” Deste modo, Cremonesi et al. (2009) destacam os projetos educacionais de orientação sexual como uma das possibilidades de intervenção, que podem contribuir no combate da vulnerabilidade dos adolescentes. Nesse contexto, foi trabalhada com alunos no agreste alagoano a educação preventiva, visando, sobretudo o conhecimento que os mesmos adquirem para si e transmitirão para terceiros.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho foi analisar os relatos dos alunos após questionamentos sobre aspectos da sexualidade, com enfoque na gravidez na adolescência, propiciando uma percepção mais ampla das consequências de seus atos e do controle de sua própria reprodução, bem como sanar dúvidas oriundas do cotidiano de cada discente, diante de decisões tomadas sem conhecimento de possíveis riscos.
MÉTODOS:
Durante o mês de outubro de 2013, uma oficina foi aplicada por bolsistas do PIBID-Biologia, sob supervisão docente, a alunos de uma escola estadual no agreste alagoano. O espaço cedido pela escola foi o laboratório de informática, climatizado, para que os assuntos debatidos ocorressem com mais tranquilidade entre os alunos. Instrumentos como cartazes e jogos didáticos foram necessários para que a realização dessa prática pedagógica não fosse considerada invasiva por eles. Questões sobre o perigo das DSTs (Doença Sexualmente Transmissíveis) e os planos que os alunos teriam para o futuro também foram discorridos. Destacou-se a diferença entre sexo e sexualidade que segundo Oliveira et al. (2008) “sexo é o conjunto de características anatômicas e fisiológicas. Já a sexualidade é a própria vida, num processo que vai do nascer ao morrer, envolvendo, além do nosso corpo, nossa história, nossos costumes, nossas relações afetivas, nossa cultura.” Os participantes foram indagados se seria possível alcançar os seus objetivos com uma suposta gravidez na adolescência sem planejamento e malquista. Por conseguinte, foi aplicada a 39 participantes uma enquete com apenas um questionamento: “Sendo necessário aconselhar um amigo a respeito da prevenção da gravidez, que conselho você daria?”
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No decorrer da oficina, percebeu-se que a maioria dos alunos não tinha conhecimento do que seria de fato sexualidade, pois, verificou-se que este não é um tema abordado com frequência no seio familiar. Muitos deduziam apenas como ato sexual. A questão da gravidez na adolescência, por exemplo, alguns a trataram como uma doença carregada de malefícios, podendo destruir seus ideais com possibilidades de um aborto desejado. Embora, observou-se que a maioria dos discentes demonstrou interesse em ter uma criança. Todavia, não nessa fase da vida, mas, confirmou-se a ideia de que este “presente”, como eles disseram, deveria vir a somar com uma vida estruturada, com áreas bem desenvolvidas, a exemplo: profissional e sentimental. “[...] A partir daí, dois desfechos se colocariam para a adolescente: o desejo negativo de ter o filho, expresso no aborto, e o desejo positivo de ter o filho, situado na maternidade” (DADOORIAN, 2003). Dos trinta e nove respondentes à enquete aplicada 85% tiveram a preocupação em destacar uma prática sexual segura com o uso da camisinha relatando-a como o principal método de prevenção que evita a gravidez indesejada, já os outros 15% narraram as consequências de um ato impensado, em especial, para um futuro bebê que surgiria como fruto dessa relação.
CONCLUSÕES:
Por meio dos debates durante a oficina grande parte das incertezas dos adolescentes foi retificada. Após a intervenção foi possível perceber que muitos participantes identificaram a gravidez na adolescência como um problema que não está ligado a destruição de suas vidas, mas, às conseqüências trazidas por um ato de irresponsabilidade, sem prevenção, visando apenas o prazer mútuo. Por conseguinte, foi perceptível que os alunos compreenderam que sexualidade engloba muitos fatores e encargos mútuos; que imprudência e irresponsabilidade são riscos eminentes que podem trazer marcas a serem levadas pelo resto da vida, talvez sem reversão. Ficou claro a necessidade de abordar temas dessa natureza na escola e estimular o estudante estabelecer um diálogo na família, o que é fundamental para o desenvolvimento acadêmico e social do estudante. Ademais, a realização da atividade e a troca de experiência docente permitiu explorar habilidades pedagógicas fundamentais para a formação dos iniciantes à docência participante do PIBID-Biologia.
Palavras-chave: Adolescentes, Educação Sexual, Consequências.