65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
ESTAGIO SUPERVISIONADO: OBSERVAÇÃO DAS DIFICULDADES ENCONTRADAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS NA CIDADE DE ARAGUATINS-TO.
Earlene Santos Sousa - Ciências Biológicas – IFTO/Campus Araguatins
Iteglan Pereira da Silva - Ciências Biológicas – IFTO/Campus Araguatins
Leandro Gomes Cardoso - Ciências Biológicas – IFTO/Campus Araguatins
Silvaney Ribeiro Moura - Ciências Biológicas – IFTO/Campus Araguatins
Luciane Silva da Costa - Profa. Psicopedagoga e Técnica Administrativa – IFTO/Campus Araguatins
Janaina Costa e Silva - Profa. Orientadora – IFTO/Campus Araguatins
INTRODUÇÃO:
Atualmente sabe-se que o ensino de Ciências é pautado a transmissão de conteúdos, memorização de fatos, símbolos, e fórmulas, deixando de lado o ensino aplicado ao cotidiano. Para LOPES (1989) as escolas utilizam determinadas metodologias soltas da realidade, e acaba dificultando que os estudantes tenham uma aprendizagem significativa, que de certa forma acarreta em desmotivação. Esse tipo de prática influência negativamente os alunos, pois não conseguem perceber a relação entre o que estuda na sala de aula e a relação com o seu dia a dia. Os PCN’s vêm contra essa perspectiva e diz que em sala de aula, os recursos e metodologias utilizadas devem facilitar a aprendizagem, e que os recursos e metodologias devem possibilitar aos alunos uma mobilização de conhecimentos. O fim de ensinar Ciências é proporcionar aos alunos descobrirem interesses, gostos e necessidades em solucionar problemas; para isso os professores deveriam escolher conteúdos e estratégias, para que seja criado ambiente favorável para o estudo (KARLING, 1991). Baseando-se em fatos observados durante o estágio supervisionado, surgiu a necessidade de conhecer as principais dificuldades para melhorar o ensino de ciências vividas pelos professores e estudantes.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo desta pesquisa é averiguar os motivos que dificultam o processo de ensino-aprendizagem no ensino de Ciências na Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Milhomem Fernandes.
MÉTODOS:
A pesquisa foi feita na Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Milhomem Fernandes com as turmas do oitavo e nono ano do Ensino Fundamental. Primeiramente foi feita uma observação nas turmas, com intuito de verificar o comportamento dos alunos, e conhecer quais os métodos e recursos utilizados pelos professores, além de conhecer os ambientes físicos da instituição. Após o período de observação, houve aplicação de questionários com questões abertas e fechadas, aplicado aos professores e estudantes, e o diagnóstico foi feito de acordo com o que eles responderam. É importante destacar que todos os professores e alunos colaboraram com a pesquisa, sendo no geral cinco professores entrevistados e dez alunos de cada turma no qual foram escolhidos de forma aleatória. E os resultados foram tabulados e divulgados no relatório final.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os estudantes quando questionados se gostavam de Ciências 65% afirmaram que sim, 30% gostam mais ou menos e 10% não gostam. Segundo os estudantes o que mais atrapalham durante as aulas de Ciências é o barulho (60%), 40% apontaram o calor. Foi observado que nas escolas há o problema da superlotação, assim como muitas escolas pelo Brasil, que de certa forma acarreta no barulho, como mencionado pelos alunos. Quando questionados sobre os recursos que são mais utilizados nas aulas de Ciências, 95% responderam que são os livros didáticos e giz/pincel e data show (5%), sendo possível constatar que apesar das diversas tecnologias que podem ser usadas em sala de aulas de Ciências, os professores conservam o ensino tradicionalista.
Segundo os professores afirmaram que nas aulas de Ciências predomina com unanimidade as aulas teóricas expositivas, além de exercícios com o livro didático. Ainda de acordo com os professores o que dificulta a realização de atividades lúdicas é a falta de recursos (45%), 45% também afirmaram que a falta de tempo para preparo das aulas é um fator que contribui para a falta de práticas no ensino de Ciências, apenas 10% reclamam da superlotação.
CONCLUSÕES:
Foi possível observar com o estudo que as aulas práticas apesar de terem grande importância para o desenvolvimento cognitivo, pois permitem aos alunos questionar a teoria e tirar as suas próprias conclusões, não são utilizadas como forma de recursos pelos professores, para justificar a falta de aulas lúdicas eles apontam a falta de recursos institucionais e falta de tempo. Outro fato importante para se salientar é que uma porcentagem significativa dos estudantes gosta de Ciências, no entanto esses mesmos dizem que o barulho e calor dificultam o processo de ensino aprendizagem. Percebe-se que muitos alunos demonstram-se revoltados em relação ao ensino através da indisciplina, sendo essa a maneira deles mostrarem sua insatisfação. Essa forma de se manifestarem acarreta em conversas paralelas, falta de atenção e participação nas aulas. Portanto concluí-se que para o processo de ensino-aprendizagem acontecer é preciso haver mudanças principalmente vindas pelo professor, pois ele deve utilizar ferramentas diferenciadas para melhorar suas aulas, além de abrir sua mente para a busca do novo. Além disso, os professores precisam ter um maior apoio logístico no que se refere a recursos materiais, mais apoio oportunidade de fazer formações continuadas e um olhar especial para a redução de sua carga horária.
Palavras-chave: Ensino- aprendizagem, Conhecimento, Práticas.