65ª Reunião Anual da SBPC

E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 6. Medicina Veterinária

ANÁLISE DE INDICADORES ÉTICOS NO USO DE ANIMAIS NA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA E NO ENSINO DAS UNIVERSIDADES DA PARAÍBA

Roberta de Azevedo Maia Santiago Beltrão - Aluna Curso de Medicina Veterinária - IFPB/Campus Sousa-PB José Soares Ferreira Neto - Prof. Dr. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – USP Inez Liberato Evangelista - Profa. Dra. Instituto Federal da Paraíba - IFPB/Campus Sousa-PB Vivianne Cambuí Figueiredo Rocha - Doutoranda Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - USP Salomão Cambuí de Figueiredo - Prof. Msc./Orientador Instituto Federal da Paraíba - IFPB/Campus Sousa-PB

INTRODUÇÃO:

Desde os tempos remotos o homem dispõe da vida animal com fins alimentícios, desportivos, de espetáculos, companhia e entre inúmeras outras atividades encontramos a experimentação. Mediante a experimentação animal o homem tem conseguido fundamentar importantes avanços no conhecimento e tratamento de enfermidades tais como: a poliomielite, transplantes de órgãos, diabetes e outros. Contudo, a experimentação animal também tem gerado fortes embates entre a sociedade e a ciência. As discussões abertas em relação ao uso indiscriminado de animais, tanto na ciência quanto na educação, impulsionou também a concepção e criação de comitês institucionais de uso e cuidado de animais, a fim de subsidiar cientistas, professores, estudantes e o público em geral quanto ao manejo desses animais de uma forma moralmente correta. Um comitê de ética é entendido e aceito como um corpo interdisciplinar de pessoas que buscam ensinar, prestar consultoria ou propor normas institucionais no que tange aos aspectos éticos na experimentação animal.

OBJETIVO DO TRABALHO:

O presente trabalho teve como objetivo analisar, em uma amostra de alunos da área das Ciências Biológicas das Faculdades da Paraíba, os indicadores éticos no uso de animais na pesquisa científica e na educação, e nisto, ofertar dados que possibilitem uma reflexão crítica sobre os dilemas éticos desta questão.

MÉTODOS:

Para este estudo transversal e descritivo foram entrevistados estudantes, de ambos os sexos, de todas as idades, dos cursos da Área das Ciências Biológicas da Universidade Federal de Campina Grande-UFCG, da Universidade Federal da Paraíba-UFPB e do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba-IFPB. Foram convidados a participar da pesquisa todos os alunos do primeiro nível (semestre) dos cursos. As variáveis investigadas foram: indicadores de interesse pelo tema “ética animal” e indicadores éticos do uso de animais na pesquisa científica e no ensino. Foram distribuídos questionários para o levantamento das variáveis.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

De acordo com os dados coletados, podemos inferir que a maioria (80,19%) do alunado dos cursos da área de Saúde mostrou conhecimento sobre ética animal, apesar de muitos (50,49%) ainda não terem participado de aulas práticas onde foram utilizados animais. Isso pode demonstrar uma preocupação prévia dos cursos, posto que, foram repassados antecipadamente aos alunos conceitos sobre o respeito à vida, à bioética e a preservação da fauna. Os cursos de Medicina, Farmácia e Biologia foram os que possuíram alunos que menos participaram de aulas laboratoriais com animais, mas que ainda assim demonstraram uma preocupação futura com o tema. Em relação à substituição de animais por métodos alternativos no ensino, não houve uma diferença significativa entre os que são a favor ou contrários, 55,94% e 44,06%, respectivamente. A análise dos resultados referentes à dor e sofrimento, bem-estar e o número de animais utilizados na pesquisa científica, mostrou que mais de 80% dos discentes levariam em consideração esses fatores ao executarem alguma pesquisa envolvendo animais. Estas informações sugerem que existe um grau de consciência e comprometimento por parte dos discentes quando se trata de pesquisas com seres sencientes.

CONCLUSÕES:

Esta pesquisa revelou que no cenário atual a Bioética tem conseguido se estabelecer, permitindo um diálogo multidisciplinar entre as diversas áreas, gerando uma reflexão plural sobre essas situações acadêmicas, discutindo sobre os limites de atuação do ser humano sobre a vida e sobre o meio ambiente.

Palavras-chave: Bem-estar, Bioética, Pesquisa/Ensino.