65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
ANALISE COMPARATIVA DA INCIDÊNCIA DE Streptococcus pyogenes EM SECREÇÃO OROFARINGEANA POR METODOLOGIA CONVENCIONAL VERSUS IMUNOENSAIO CROMATOGRÁFICO EM UM LABORATÓRIO HOSPITALAR PRIVADO NO MUNICÍPIO DE MACEIÓ-AL
Kledson Lopes Barbosa - Pós-graduando em Microbiologia Clínica e Laboratorial-FITS
Gleyce Santos de Oliveira - Pós-graduando em Microbiologia Clínica-CESMAC
Andersson Antonio Reis Branco Santana - Pós-graduando em Hematologia e Hemoterapia-FITS
Thiago Moraes Silva de Araújo - Pós-graduando em Microbiologia Clínica e Laboratorial-FITS
Givanildo Santos da Silva - Prof. Msc./Orientador - Instituto de Química e Biotecnologia - UFAL
INTRODUÇÃO:
O Streptococcus pyogenes ou estreptococo beta-hemolítico do grupo A de Lancefield é uma bactéria gram positiva que constitui a principal causa de infecções primárias (faringoamigdalites) em adultos e crianças. Dados epidemiológicos mundiais referem que a prevalência de faringites estreptocócicas atinge índices de 3 a 15% em crianças e adolescentes, 5 a 15% dos casos em adultos. A alta frequência e o risco potencial de complicações tardias fazem da faringotonsilite estreptocócica um importante problema de saúde pública, estando relacionado com uma diversidade de patologias secundárias tais como: endocardite, artrite séptica, celulite, piodermite e escarlatina. Os procedimentos de identificação tradicionais da infecção estreptocócica envolvem o isolamento e identificação de organismos viáveis usando técnicas que exigem de 24 a 48 horas ou mais. A obtenção de dados microbiológicos, como a coleta de secreção orofaringeana e sua analise por metodologias alternativas torna-se um importante fator para análise comparativa dos padrões epidemiológicos do Streptococcus pyogenes.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Realizar um estudo comparativo da prevalência de Streptococcus pyogenes em secreção de orofaringe por metodologia tradicional e imunoensaio cromatográfico qualitativo de fluxo lateral.
MÉTODOS:
A coleta das secreções de orofaringe foi realizada com swabs estéreis com meio de transporte Stuart (ABSORVE®) para o exame de cultura e outro sem meio de transporte disponibilizado na embalagem do kit do teste imunoensaio cromatográfico. As amostras faringeanas para cultura foram semeadas em Ágar-Sangue de carneiro 5% (bioMérieux Brasil S.A.) e incubadas a temperatura de 37ºC durante 24 horas. Os isolados de Streptococcus pyogenes foram identificados através dos testes de sensibilidade a bacitracina 0,04UI e teste de pyr (Probac-Brasil), processados e analisados conforme especificações dos fabricantes. Para a pesquisa de antígenos de Estreptococos A utilizou-se o teste rápido de imunoensaio cromatográfico qualitativo de fluxo lateral (ABONTM), o swab seco foi imerso após as amostras terem sido coletadas a uma solução preparada por seus reagentes A e B em um tubo de ensaio de extração disponibilizado pelo fabricante. As amostras foram processadas e analisadas após inserir a tira de teste dentro da solução de extração.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram examinadas 112 amostras faringeanas entre Outubro de 2012 a Março de 2013 com a variação de idade de 1 a 44 anos para ambos os sexos. Os resultados foram classificados da seguinte forma: teste imunoensaio negativo/cultura negativa 78,57% (n= 88), teste de imunoensaio positivo/cultura positiva 13,39% (n= 15), teste de imunoensaio positivo/cultura negativa 6,25% (n= 7), teste imunoensaio negativo/cultura positiva 1,79% (n= 2). A proporção de testes rápidos negativos e culturas negativas indica eficácia do teste em detectar a ausência de antígenos de estreptococos no swab coletado em relação àqueles coletados para culturas. A análise dos testes rápidos positivos e culturas positivas certifica a especificidade do teste, visto o crescimento do patógeno em meio de cultura. Para os outros dois casos, levantam-se suspeitas de erros na coleta, que pode ter sido realizada em regiões diferentes para os dois swabs. Apontamentos como estes devem ser levados em consideração, visto que, na reportagem de um teste rápido negativo, sendo um resultado falso negativo, irá influenciar diretamente na falta de antibioticoterapia do paciente que permanecerá por longo tempo até a liberação do resultado da cultura portador sintomático e com outros agravos da manifestação estreptocócica.
CONCLUSÕES:
Considerando-se os resultados da pesquisa observou-se que não houve um número elevado de infecções por S. pyogenes, o que certamente demonstra um comportamento de cuidados aos pacientes avaliados laboratorialmente. A utilização desses métodos rápidos em serviços de saúde, seja particular ou público, pode auxiliar no diagnóstico etiológico e tratamento precoce das faringotonsilites estreptocócica, potencializando a redução da gravidade das infecções. Outro fator importante são as dificuldades que por vezes os médicos têm em diagnosticar com certeza infecções estreptocócicas devido sua sintomatologia variada, podendo ser confundido comumente por um quadro viral. Atualmente é despertada a necessidade para um diagnóstico correto, preciso e precoce, além do tratamento adequado quanto ao fármaco a ser administrado. Dessa forma, espera-se que dados descritos nesse estudo, possam reduzir erros de coleta na investigação de infecções estreptocócicas e que configure aos profissionais de saúde na área de análises clínicas, em especial a área de microbiologia, a possibilidade de utilizar testes para um diagnóstico em menor espaço de tempo.
Palavras-chave: Epidemiologia, Prevalência, Streptococcus pyogenes.