65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
"Vamos começar a brincadeira": a capoeira na educação especial.
Angela Celia Amoras de Morais - Professora Secretaria de Educação GDF
INTRODUÇÃO:
Este trabalho pretende trazer o relato de uma experiência de inserção da capoeira no cotidiano e currículo de uma escola de educação especial - Centro de Ensino Especial 01 de Santa Maria localizado na cidade satélite de Santa Maria - Distrito Federal, atendendo crianças, jovens e adolescente com Síndrome de Down, Deficiência múltipla (DMu), Deficiência intelectual (DI) e com transtorno global do desenvolvimento (TGD). Tal experiência configura-se como um espaço de interação e inclusão social, articulando identidade cultural, história e cidadania, implementando na prática pedagógica a Lei 10.639/2003.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo consiste em relatar a experiência da capoeira no contexto da educação especial, de como a mesma assegura o cumprimento das diretrizes do Ministério da Educação ao aplicar a Lei 10.639/2003, de experienciar/vivenciar a inclusão, além de articular identidade cultural, história e cidadania, inserindo a capoeira no currículo na forma de Atendimento Interdisciplinar.
MÉTODOS:
A metodologia utilizada inclui: Rodas de capoeira duas (02) vezes por semana no espaço coletivo da escola envolvendo todos os estudantes com treinos onde estes exploram e/ou executam movimentos, cantos, instrumentos (atabaque, pandeiros, agogô) específicos da capoeira, utilizando como ferramenta, jogos corporais, autopercepção, percepção do espaço, respeitando suas limitações e possibilidade, assim como as características do grupo; intercâmbios-visitações entre escolas de educação especial e ensino regular; visitas a treinos ou eventos de grupos de capoeira e apresentações em eventos a convite.
Como público alvo o trabalho abrange estudantes do Centro de Ensino Especial 01 de Santa Maria na faixa etária de 05 a 45 anos, com Deficiência Múltipla (DMu), Deficiência Intelectual (DI), Transtorno Global do Desenvolvimento(TGD) e Síndrome de Donw. Todos os alunos são acompanhados pelos professores regentes que podem optar por participarem da atividade. Membros da comunidade de Santa Maria e da capoeira local também participam esporadicamente da roda de capoeira.
Recursos: Instrumentos: berimbaus, atabaques, pandeiros, agogôs e alguns brinquedos percussivos; equipamento simples de som portátil; sala de aula e espaço coletivo da escola.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados podem ser detectados a partir dos depoimentos dos pais e professores regentes quanto a evolução dos seguintes aspectos em relação aos estudantes: socialização, autonomia, autoestima, mobilidade, linguagem, percepção sonora e rítmica.
CONCLUSÕES:
O potencial educativo e inclusivo da capoeira evidencia-se nesta experiência, fortalecendo a identidade histórica- cultural. Sua inclusão no currículo seja no ensino especial quanto no regular, mostra-se possível, viável e necessário.
Palavras-chave: Capoeira, Educação Especial, Inclusão.