65ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 3. Literatura - 6. Literatura
A VOZ DO CAMPESINO NA OBRA DE JUAN RULFO
Jéssica Vaz de Mattos - Curso de Letras - Unipampa - Bagé / RS
Moacir Lopes de Camargos - Prof. Dr. /Orientador - Curso de Letras - Unipampa - Bagé / RS
INTRODUÇÃO:
Escrita em 1955, a novela Pedro Páramo, do autor mexicano Juan Rulfo, possui grande destaque na literatura latino-americana, sobretudo pelo seu caráter inovador no que se refere à escrita e ao tema tratado, ou seja, a situação dos campesinos no território mexicano, após longas e sangrentas lutas pelas terras. Embora Rulfo tenha relevância entre os grandes autores latino-americanos, ainda é pouco conhecido no Brasil.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho tem por objetivo principal discutir a importância da escrita na novela Pedro Páramo. Também buscamos, por meio da literatura, promover uma aproximação entre os países latino-americanos, como é caso de Brasil e México.
MÉTODOS:
Este trabalho desenvolveu-se a partir de uma metodologia qualitativa e teve como fonte geradora de dados a obra de Juan Rulfo. Para nossas análises tomamos conceitos como polifonia, cultura, ideologia, dentre outros advindos do pensador russo Bakhtin. Além disso, utilizamos as discussões específicas sobre literatura e história da América Latina propostas pelo crítico uruguaio Rama (1982).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Para nossas discussões adotamos uma concepção de língua(gem) apresentada por Geraldi (2010) que nos explica a língua como sendo um conjunto de recursos expressivos que os sujeitos fazem uso. Dessa forma, observamos pelos dados analisados que não há apenas uma cultura superior letrada, rica, dominante em oposição a uma cultura iletrada inferior, pobre, dominada. Na obra de Rulfo fica evidente tais características, ou seja, mesmo sendo iletrados, os campesinos são sujeitos e contam a sua própria história para que sejam ouvidos e conhecidos.
CONCLUSÕES:
Pudemos observar que a obra de Rulfo retrata, através da escrita, a oralidade, sabendo que seu objetivo era o de escrever como se fala. Ou seja, as vozes dos campesinos não são apagadas ou sobrepostas para privilegiar uma voz superior, pois Rulfo utiliza-se do que Bakhtin denomina de polifonia. Deste modo, o autor representa, por meio da literatura, a realidade mexicana da primeira metade do século XX, dando voz aos campesinos.
Palavras-chave: Literatura latino-americana, Linguagem, História.