65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
IMPORTÂNCIA DOS PROCESSOS DE EMBEBIÇÃO E CONDUTIVIDADE ELÉTRICA PARA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DAS ESPÉCIES Cucúrbita máxima E Annona squamosa
Naylis Carla Nogueira dos Santos - Departamento de Ciências Biológicas, UFPE
Marcelo Francisco Pompelli - Professor, Doutor / Orientador – Dept. de Ciências Biológicas - UFPE
INTRODUÇÃO:
A embebição, processo físico relacionado basicamente às propriedades dos componentes e as diferenças de potencial hídrico entre as sementes e o meio externo é o primeiro passo para a germinação, com consequente aumento de volume interno e rompimento do tegumento, permitindo o crescimento do embrião para o meio exterior. A raiz primária penetra no solo, por geotropismo positivo enquanto, no outro eixo se desenvolve o caule e as folhas geralmente por geotropismo negativo (Kerbauy, 2004). A água desempenha grande função para germinação no processo de embebição considerando que o embrião não cresce a menos que tenha uma entrada de água nos tecidos, necessária para a expansão celular. Os processos de embebição e extravasamento de eletrólitos são analisados simultaneamente, onde o tempo é relevante, pois com o passar do tempo as sementes embebidas perdem mais solutos, que pode prejudicar a germinação.
O trabalho visa estudar a importância do processo de embebição em sementes de pinha Annona squamosa e Abóbora Curcubita ssp.. A pinha uma espécie originária da América Central de onde se expandiu para o Oriente e Filipinas; foi introduzida na Bahia, em 1926, pelo Conde Miranda, sendo cultivada em diversos estados brasileiros. É uma árvore da família das anonáceas, considerada fruteira, com interesse comercial por possuir frutos comestíveis. A abóbora é uma espécie pertencente à família das Cucurbitáceas. Acredita-se que seja nativa do México e do sul dos Estados Unidos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Estudar o processo de embebição, quantidade da massa de água absorvida e germinação de sementes em espécies de pinha Annona squamosa e abóbora Curcubita ssp. de modo a obter um padrão de alocação de solutos e embebição. Através de curvas de embebição e curvas de extravasamento de eletrólitos por meio da semente durante a embebição.
MÉTODOS:
Frutos de pinha Annona squamosa e abóbora Curcubita ssp., foram coletados de frutos adquiridos no comércio local. Dos frutos, retirou-se as sementes, as quais foram encaminhadas para o Laboratório de Ecofisiologia Vegetal da Universidade Federal de Pernambuco, onde foram lavadas manualmente, pré-desinfetadas com NaOCl 1% com secagem em estufa de ar seco a 35ºC. Após este procedimento, as sementes foram, então, armazenados em frascos de polipropileno, ao abrigo da luz e sob refrigeração (Pompelli et al., 2010) até o uso. Oito sementes homogêneas, de massa conhecida, foram deixadas para embeber em 40 mL de Água destilada (condutividade elétrica de 3-5 dS m-1). As pesagens foram avaliadas inicialmente com intervalos de uma hora durante 12 horas, e nos demais intervalos a cada 24 horas, somando um total de 120 horas. A massa de água embebida em cada um dos tempos foi calculada utilizando a equação (Mf – Mi/ Mi), Mf= massa no tempo em questão e Mi= massa no tempo zero, com sementes desidratadas. Com os dados obtidos construímos a curva de embebição das duas espécies, conforme descrito por Bewley (1997), Miranda et al. (2003) e Pompelli et al. (2010 b). No mesmo tempo descrito, foram deixados grupos de sementes para embeber, onde analisou-se a corrente elétrica expressa em dS m-1 g-1 MF de semente, levando em consideração o tamanho da semente, pois, sementes menores tendem a embeber água em menos quantidade, porém em maior velocidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Obtivemos resultados que contribuem para o entendimento do comportamento ecofisiológico das sementes das duas espécies estudadas. Com a caracterização do perfil de embebição e extravasamento de eletrólitos. De acordo com os dados obtidos, as curvas apresentaram modelo bifásico. Na fase I observamos a caracterização da curva de absorção, descrita por Bewley e Black (1994), onde caracterizam tal fase como sendo bastante rápida, responsabilizando a absorção de água. A fase II, denominada de estacionária, também ficou bem clara para os dois tratamentos como pode ser observado, pois de acordo ainda Bewley e Black (1994) na fase II a semente absorve água muito lentamente; (as sementes mortas e as dormentes nos casos em que o mecanismo de dormência é o de embrião imaturo ou é devido à presença de substância inibidora da germinação) atingem o teor de água do fim da fase I e não entra na fase II.
As análises irão servir de auxílio para estudiosos que se interessem pela área, sejam elas profissionais ou estudantes.
O trabalho nos trás informações sobre a fisiologia das sementes, a necessidade da água para funcionamento do seu metabolismo.
CONCLUSÕES:
Não se sabe muito sobre a velocidade de embebição destas espécies, portanto nossos resultados serão importantes para estudos do processo germinativo. De acordo com nossos dados a embebição de início é rápida e após modera a taxa, a semente embebe água até que as células se tornem túrgidas ou saturadas. O mesmo acontece com a condução elétrica, obtivemos o valor da água pura e após observamos o quanto de eletrólitos as sementes dispersaram, essa taxa também aumenta gradativamente, até o ponto que perdem grande quantidade de solutos orgânicos o que causa dificuldade de germinação.
Palavras-chave: Embebição, Extravasamento de eletrólitos, Pinha Annona squamosa, Abóbora Curcubita ssp..