65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física
O USO INDISCRIMINADO DAS SUPERFÍCIES LACUSTRES DE FORTALEZA: O CASO DA LAGOA DE PORANGABUSSU
Gabrielle Martins Portela - Bolsista do LAGIZC- Laboratório de Gestão Integrada da Zona Costeira - UECE
Fábio Perdigão Vasconcelos - Prof. Dra/Orientador - Laboratório de Gestão Integrada da Zona Costeira - UECE
Nara Sybele de Carvalho Cunha - Aluna da Universidade Estadual do Ceará- UECE
INTRODUÇÃO:
Fortaleza é uma cidade com uma área de 336 km², sua rede de recursos hídricos apresenta-se a partir de três bacias hidrográficas: a bacia do Rio Cocó, do Rio Maranguapinho e da vertente marítima. As lagoas da Bacia do Rio Ceará - lagoas da Parangaba, Genibaú, Modunbim , as lagoas da Bacia do Rio Cocó – lagoas do Porangabussu, Opaia, Jangurussu, Grande, Precabura, Sapiranga, Seca, Maraponga, Ancuri, e as lagoas da vertente marítima - Cocorote e Messejana . Elas têm importante função para o equilíbrio da região que as circundam, funcionam como elementos termorreguladores que influenciam diretamente no microclima. Na questão biológica as lagoas constituem fonte de proteína animal para as populações carentes, que utilizam a pesca artesanal para sua sobrevivência. Além do aspecto paisagístico que tendem a uma valorização da área ao redor, sujeito a uma maior especulação. Com o processo de urbanização acelerada e desordenada que a cidade de Fortaleza teve, as áreas ao redor dessas lagoas ficam mais suscetíveis ao uso e ocupação de forma direta. A lagoa em destaque na pesquisa é a Lagoa do Porangabussu que se encontra em um nível de degradação muito forte, devido ao uso desordenado da sua margem, além de receber esgotos sem tratamento adequado.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Identificar e analisar os impactos ambientais causados pelo uso indiscriminado da margem da superfície lacustre, e determinar nível de degradação: da Lagoa do Porangabussu. A pesquisa também tem o intuito de mostrar a importância das lagoas e de sua preservação para o espaço urbano onde está inserida.
MÉTODOS:
A metodologia empregada nesta pesquisa foi no primeiro momento o levantamento de materiais bibliográfico, cartográfico e em seguida visita a campo. Foi realizada a interpretação e a analise crítica dos materiais bibliográficos, de imagens de satélite em datas diferentes para determinar a evolução do uso e ocupação (2000 e 2010). Foram realizadas visitas de campo para checar as informações geográficas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Como resultado constatou-se que nas margens da lagoa em questão encontram-se entulhos, aterros, edificações como colégios, comércio, residências que desrespeitam a faixa de preservação ambiental. É uma lagoa com alto índice de poluição, pois recebe entre outros, esgotos sem tratamento adequado, do centro de saúde de Porangabussu, além do Hemoce e do Hospital São José de doenças contagiosas (COGERH, 2010). A matéria orgânica lançada nesta lagoa pelos esgotos dos diversos órgãos ligados às atividades de saúde constitui um excesso de alimento às plantas aquáticas, que se desenvolvem numa velocidade muito grande. A consequência desse uso indiscriminado das margens da Lagoa do Porangabussu é a diminuição de teor de oxigênio na água, que a parti daí, o empobrecimento global da lagoa, em algas, peixes, moluscos e crustáceos. A atividade de pesca e recreação já não é mais possível nesse ambiente, o nível de poluição e a cobertura vegetal que se encontra nessa lâmina d’água torna impossível. Outras consequências são: odores fétidos, insetos e animais roedores e doênças características de área sem saneamento básico.
CONCLUSÕES:
Diante dos resultados e discursões, percebemos a importância da educação ambiental e como sua utilização é de extrema importância como elemento fundamental de conscientização para um ambiente mais equilibrado e saudável para a sociedade. A questão da Lagoa do Poragabussu mostra que é necessário tratar esse tema com a comunidade que está ao redor e chamar atenção às autoridades responsável sobre o descaso da falta de tratamento de esgoto no bairro Rodofo Teófilo e cobrar um incentivo a um revigoramento da lagoa para atividades de recreação e lazer. Como recomendação, poderia dizer que se faz necessário um saneamento adequado; coleta de lixo diária; maior fiscalização; planejamento urbanístico adequado com as necessidades da comunidade.
Palavras-chave: Lagoas, Uso Indiscriminado, Impacto Ambiental.