65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 1. Ecologia Aplicada
Uso potencial da biodiversidade vegetal em um fragmento florestal urbano em Manaus, AM.
Allana Ataide Negreiros - Depto.de Ciências Biológicas – UEA/AM
Maria Clara Silva-Forsberg - Profa. Dra./Orientadora – Depto.de Ciências Biológicas – UEA/AM
INTRODUÇÃO:
As florestas tropicais são referência em termos de biodiversidade no planeta, respondendo por 50% das espécies. Porém com o crescimento econômico, essas florestas têm sido cada vez mais exploradas e derrubadas com o avanço de pastagens, cidades e agricultura. A perda de habitat pela diminuição de cobertura vegetal tem sido alarmante e os remanescentes florestais transformados em verdadeiras “ilhas” imersas em plantações, campos e centros urbanos. Como forma de conter as perdas, unidades de conservação foram criadas com o objetivo de proteger as florestas remanescentes e também usar esses espaços como centros de educação ambiental (PRIMACK & RODRIGUES, 2001). O foco na educação ambiental é uma maneira de se manter a floresta em pé. Assim, estudar as espécies vegetais de um fragmento urbano pode servir como um meio de obterem-se informações para promover educação, uma vez que é essencial mostrar a importância florestal à população de forma que se entenda a necessidade da preservação.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste projeto é investigar o potencial de uso humano da biodiversidade vegetal de um fragmento florestal urbano que compõe o Campus da Universidade Federal do Amazonas - UFAM.
MÉTODOS:
Para esta pesquisa foi utilizado o banco de dados do levantamento floristico florestal do Campus da UFAM, um fragmento urbano na cidade de Manaus, desenvolvido por Silva-Forsberg (1999), quando foram amostrados 2,2ha de área, distribuídos em 71 parcelas. O estudo investiga o conhecimento disponível sobre o uso humano das espécies arbóreas deste fragmento, utilizando-se informações de livros e artigos entre eles Braga (2011), Ducke e Vasquez (1994), Shanley et al. (2005), Silva (1977), assim como outras referencias disponíveis nos portais de busca. Para cada espécie foi pesquisado os tipos de uso, entre eles, medicinal, alimentação, econômico e outros.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Oitenta e quatro das 240 espécies estudadas de setembro de 2012 a fevereiro de 2013 destacaram-se por apresentar utilidade humana, estas foram descritas com suas principais características e separadas em grupos, de acordo com o seu tipo de uso. Os grupos categorizados foram: uso medicinal, uso econômico, uso alimentício e uso geral. No grupo de uso medicinal registrou-se 20 espécies, de uso econômico 50, de uso alimentício 30 e no grupo de uso geral registrou-se oito espécies. Vale destacar que algumas espécies estão inclusas em mais de um grupo pois apresentam mais de um uso, como por exemplo: Brosimum parinarioides, Carica papaya, Cariniana decandra, Cecropia sciadophylla e Couma macrocarpa. Muitas dessas espécies são utilizadas sem que seja preciso cortá-las, como é o caso das espécies de uso medicinal, das quais se utiliza apenas folhas ou pedaços de cascas e também as espécies de uso alimentício. Para o uso econômico das espécies, que implica o corte de madeira principalmente, devem ser desenvolvidas estratégias de plantação para uso sustentável destas.
CONCLUSÕES:
O conhecimento do potencial de uma área florestal reservada à conservação serve como base para o desenvolvimento de estratégias de ensino ambiental para a população. A partir da investigação realizada com as espécies vegetais do Campus da UFAM verificou-se que muitas são de uso potencial como medicinal (usadas para combater febre e dores), econômico (madeiras utilizadas em construção), alimentício (frutos e sementes comestíveis), entre outros usos (inseticidas). Com base nas informações obtidas, deseja-se incentivar a população a cultivar as espécies de interesse de forma a não utilizar aquelas de áreas de conservação.
Palavras-chave: Uso humano, Educação ambiental, Preservação.