65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada
EXPOSIÇÃO HUMANA AOS FUNGOS DO MEIO AMBIENTE: identificação do agente etiológico e educação da comunidade
Elaine dos Santos Piancó - Graduação em Ciências Biológicas - UFMA
Ana Paula Almeida Cunha - Graduação em Ciências Biológicas - UFMA
Juan Gallindo Neto - Graduação em Farmácia - UFMA
Geusa Felipa de Barros Bezerra - Departamento de Patologia-CCBS/UFMA
Maria do Desterro Soares Brandão Nascimento - Profa. Dra/ Orientadora– Departamento de Patologia/ CCBS – UFMA / CESC – UEMA
INTRODUÇÃO:
As reações alérgicas são consideradas multifatoriais, heterogêneas causadas por interações de fatores genéticos e ambientais e podem ser expressos em diversos órgãos e em diferentes idades (Jenerowicz et al, 2012). Os fungos anemófilos são microrganismos encontrados regularmente no ar atmosférico e que podem causar processos alérgicos, intoxicações e infecções. Assim asmas e rinites ditas de “clima” estão na dependência ou em relação íntima com a microbiota fúngica do ar (Jenerowicz et al, 2012). A necessidade de expansão no conhecimento de fungos do ar, o crescente interesse por microrganismos alergênicos, vem despertando interesse no estudo destes no Brasil, visto que estudos epidemiológicos sugerem uma forte relação entre poluição do ar e aeroalérgenos com o desenvolvimento e exacerbação da asma e outras doenças alérgicas (Takizawa, 2011).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Classificar as espécies dos gêneros mais frequentes identificados no Campus Universitário do Bacanga associados a casos de alergias respiratórias.
MÉTODOS:
A pesquisa foi desenvolvida durante um ano. As coletas dos fungos foram mensais, de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2013 no Campus Bacanga da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O Campus foi divido em cinco pontos geográficos, sendo: norte (Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas – CCET e Centro de Ciências Humanas - CCH), sul (Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - CCBS), leste - sendo este dividindo em ambiente interno e externo, (Centro de Ciências Sociais - CCSo), oeste (Prédio de Odontologia) e centro (Área de Vivência). Foi utilizado o método da placa exposta com ágar Sabouraud. Após as coletas as placas foram fechadas e transportadas para o Laboratório de Micologia do Núcleo de Imunologia Básica e Aplicada (NIBA) do Departamento de Patologia da UFMA, as quais foram incubadas a 25°C por um período médio de três a quatro dias para que as colônias se desenvolvessem. Em seguida os estudos por microcultivos permitiram a taxonomia da espécie dos fungos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dentre as espécies de fungos encontradas durante o mês de fevereiro de 2012 a março de 2013. Campus Bacanga da Universidade Federal do Maranhão - UFMA destacam-se Curvullaria spp (20,6%) e Aspergillus niger (19,5%), além de outros. Dentre as espécies mais frequentes neste estudo ainda se evidencia o Penicillium aurantiogriseum com 13,4%.Os fungos encontrados neste trabalho tornam-se preocupantes visto que muitos deles podem ser fungos patogênicos aos seres humanos, causando infecções e micoses oportunistas dependendo do estado do hospedeiro.
Estudos de Menezes et al (1998) mostram que quatro fungos anemófilos são importantes desencadeadores de alergias respiratórias, são eles: Aspergillus spp., Penicillium spp., Alternaria spp. e Cladosporium spp. Destes quatro foi possível encontrar Aspergillus spp., que possui elevada prevalência no Campus Bacanga.
CONCLUSÕES:
Estudos realizados no Brasil, mostraram que estão presentes no ar esporos de Cladosporium spp., Curvularia spp., Fusarium spp., Aspergillus spp., Penicillium spp., dentre outros gêneros que podem desencadear processos alérgicos, sendo observado a prevalência dos mesmos no Campus Bacanga. Localização geográfica, clima e condições meteorológicas são responsáveis pelos níveis de fungos e tipos de esporos em ambientes externos encontrados. Portanto, é razoável supor que os níveis de esporos de fungos no ar podem variar em função da localização (Codina et al, 2008). Apesar dos fungos terem reconhecida participação em quadros de hipersensibilidade do trato respiratório, as publicações sobre a presença de fungos na atmosfera das cidades brasileiras são reduzidas. Com isso, atualmente, há grande dificuldade na caracterização da importância dos alérgenos de fungos em quadros de doenças alérgicas.
Palavras-chave: Fungos do ar, Doenças alérgicas, exposição humana.