65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
CONTEÚDOS DE PROLINA EM FOLHAS DE MUDAS DE Croton linearifolius PRODUZIDAS DE FORMA VEGETATIVA E SUBMETIDAS AO ESTRESSE HÍDRICO
Iasminy Silva Santos - Depto. de Estudos Básicos e Instrumentais - UESB
Iracema Souza Pereira - Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais - UESB
Cleide Nascimento Campos - Depto. de Estudos Básicos e Instrumentais - UESB
Rita Manuele Porto Sales - Programa de Pós-Graduação em Zootecnia - UESB
Itana Ferreira Vilas Boas - Depto. de Estudos Básicos e Instrumentais - UESB
Daniela Deitos Fries - Profa. Dra./Orientadora – Depto. de Estudos Básicos e Instrumentais, UESB
INTRODUÇÃO:
O bioma caatinga com ampla distribuição no território Nacional possui uma diversidade de plantas atrativas pelo seu potencial econômico e farmacológico, destacando-se as espécies do gênero Croton pelo indicativo bioinseticida . Em seus habitats naturais, as plantas experimentam o estresse hídrico quando a disponibilidade de água no solo decresce e/ou quando a taxa transpiratória torna-se alta, cuja elevação pode estar associada a um aumento na demanda evaporativa da atmosfera, que afeta o ganho total de carbono pelas plantas. Tanto a deficiência hídrica como as altas radiações e as altas temperaturas são condições frequentes em regiões áridas ou semi-áridas. A capacidade das plantas de tolerar a seca também envolve o acúmulo de solutos orgânicos de baixo peso molecular e íons inorgânicos. Dentre eles, destaca-se a prolina e outros aminoácidos. Desse modo, a investigação das características de crescimento vegetativo e bioquímicas da espécie de Croton linearifolius, podem contribuir para o conhecimento de adaptação das plantas sob condições estressantes, bem como, para a produção de mudas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar os conteúdos de prolina em resposta ao estresse hídrico em plantas de Croton linearifolius produzidas de forma vegetativa.
MÉTODOS:
O experimento foi conduzido em casa de vegetação, localizada no setor de Forragicultura e Pastagem da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Campus de Itapetinga. As mudas foram produzidas a partir de estacas de caules da espécie Croton linearifolius, coletados na Floresta Nacional, no município de Contendas do Sincorá, BA. Quatro meses após o plantio, as plantas foram submetidas a dois regimes hídricos: controle (C) e suspensão total de água (ST), por um período de 14 dias. O delineamento foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, sendo duas plantas por repetição, onde uma foi utilizada para avaliações bioquímicas após o estresse hídrico e a outra submetida a reidratação para verificar a possibilidade de recuperação. Para extração da prolina, folhas foram coletadas aos 0 e 14 dias após a indução do estresse e acondicionadas em estufa a 65ºC para secar. Posteriormente, 100 mg de massa seca (MS) de folhas foram maceradas e homogeneizadas em 10 mL de ácido sulfosalicílico 3%, sendo filtrada em papel de filtro. A quantificação da prolina foi realizada segundo Bates (1973). Os dados foram submetidos a análise de variância, e as médias comparadas através do teste Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foi verificado um ajustamento osmótico nas folhas de plantas de Croton linearifolius submetidas ao estresse hídrico pelo aumento nos teores de prolina. Verificou-se que no dia 0 e no controle, aos 14 dias após a indução do estresse, os teores de prolina foram baixos, alcançando no máximo 2,11 mg/g MS. Nas plantas que estavam sob condições de deficiência hídrica, esses valores aumentaram em torno de 3 vezes, alcançando, em média, 6,43 mg/g MS. Com a diminuição da quantidade de água no solo, para se adaptar ou se ajustar ao ambiente, ocorre um aumento de prolina nas folhas (MAIA et al., 2007). Isto está relacionado ao fato de que esse aminoácido é conhecido como agente osmorregulador em muitas espécies de plantas, sendo seu acúmulo induzido pela deficiência hídrica, aumentando várias vezes com a redução do potencial hídrico da folha (REDDY et al., 2004). O acúmulo desses solutos ajuda a prevenir a perda de água e a manter o turgor celular, sendo que alterações nos conteúdos desses metabólitos estão associadas com funções de proteção celular ou com a manutenção da estrutura dos componentes celulares. Dessa forma, plantas que acumulam prolina em condições de deficiência hídrica têm condições de se recuperar após o estresse e isso foi verificado em 100% das plantas de Croton linearifolius após a rehidratação.
CONCLUSÕES:
A baixa disponibilidade de água no solo é um dos principais fatores limitantes ao desenvolvimento das plantas, e a síntese de metabólitos especiais, a exemplo da prolina, surge como resposta a redução do potencial hídrico das folhas. O aumento significativo no teor de prolina nas folhas de Croton linearifolius submetidas ao estresse, indica que essa planta apresenta mecanismos que lhe confere maior tolerância ao déficit hídrico, o que permite à espécie sobreviver em condições estressantes que ocorrem em seu ambiente natural.
Palavras-chave: Aminoácido, Caatinga, Déficit hídrico.