65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO MICELIAL EM DIFERENTES EXTRATOS DE VEGETAIS DE Colletotrichum gloeosporioides
Bruna Cristina Nascimento de Oliveira - Instituto de Ciências Agrárias (ICA) – UFRA
Monique Bezerra Nascimento - Mestranda Universidade Federal Rural de Pernambuco - Ufrpe
Christiane Almeida da Costa - Mestranda Universidade Federal Rural de Pernambuco - Ufrpe
Laís Pinto da Rocha - Profa. Dra./Orientadora - Instituto de Ciências Agrárias (ICA) - UFRA
Iris Lettiere da Silva - Profa. Dra./Orientadora - Instituto de Ciências Agrárias (ICA) - UFRAProfa. Dra.
INTRODUÇÃO:
O mamoeiro (Carica papaya L.) é uma planta herbácea que pode viver até 20 anos, é considerada como uma das fruteiras mais cultivadas e consumidas nas regiões tropicais e subtropicais do mundo. É uma das poucas frutíferas que produzem rapidamente o ano todo (JIMENES et al., 2010). A planta é mais conhecida pelo seu fruto doce amarelado (READER’S DIGEST, 1999), seus frutos são excelentes fontes de cálcio, provitamina A e vitamina C (ácido ascórbico), por isso são amplamente utilizados em dietas alimentares (SERRANO e CAETANO, 2010). A antracnose é uma das mais importantes doenças do mamoeiro em períodos chuvosos e em solos pesados, excessivamente úmidos e mal drenados, ocasionando danos consideráveis. A planta pode morrer ou reagir, mas mesmo nesta situação a produção da planta é afetada (RESENDE e MARTINS, 2005). O controle de doenças de plantas com utilização de extratos vegetais foram alcançados em diversos experimentos, propriedades fungitóxicas sobre Colletotrichum gloeosporioides foram detectadas nos extratos aquosos obtidos a partir de bulbilhos de alho (Allium sativumL.), evidenciando sua suscetibilidade ao potencial dos mesmos como alternativa aos métodos físicos e químicos utilizados para o controle da antracnose em frutos de mamoeiro (RIBEIRO & BEDENDO, 1999).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Adotar métodos alternativos de controle à antracnose do mamoeiro com a finalidade de reduzir resíduos tóxicos e perdas pós-colheita, bem como, aumentar a vida de prateleira dos frutos comercializados no Pará. Verificar o efeito in vitro do extrato bruto aquoso (EBA) de plantas na inibição do crescimento micelial e esporulação do fungo Colletotrichum gloeosporioides
MÉTODOS:
Os extratos aquosos foram obtidos a partir de 20 g de alho e 20g de gengibres triturados em 100 mL de água destilada esterilizada. O extrato obtido foi incorporado ao meio CDA (cenoura-dextrose-ágar), nas concentrações de 0%, 1%, 10%, 20% e 40% v/v. Posteriormente, repicou-se o fungo, na forma de discos de micélio (5 mm). As placas foram incubadas a 28 ºC (± 2 ºC) e em regime de luz contínua, até que o fungo colonizasse toda placa da testemunha (0 %). O diâmetro das colônias foi avaliado diariamente (durante 7 dias), considerando a média de duas medidas perpendiculares. Foi utilizado o teste de Tukey ao nível de 5% para comparação das médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Observou-se que, dos extratos testados, apenas duas concentrações apresentam efeito inibitório acentuado sobre o crescimento do fungo, in vitro. Quando adicionado ao meio CDA (20% e 40% v/v), o extrato de alho inibiu significativamente o crescimento micelial do fungo atingindo a inibição média de 100%. O extrato de gengibre, na mesma concentração, também causou uma inibição efetiva do crescimento fúngico (~70%). A inibição causada por esses dois extratos se eleva quando a concentração dos mesmos é aumentada no meio de cultura, sugerindo uma inibição dosagem dependente. Para todos os extratos utilizados, a redução no desenvolvimento micelial foi crescente proporcionalmente ao aumento das concentrações dos extratos. À concentração de 20% e 40% (v/v) o extrato de alho interrompe o crescimento micelial do fungo C. gloeosporioides, enquanto que o extrato de tanchagem provoca uma inibição de cerca de (70 % (v/v)). Bastos (1992) relata uma alta inibição sobre o desenvolvimento de micélio de Crinipellis perniciosa e Phytophthora palmivora, tendo sido observada uma relação direta entre a concentração de extrato no meio e taxa de inibição de crescimento da colônia.
CONCLUSÕES:
Os resultados indicaram que, o EBA de alho nas concentrações de 20% e 40% não permitiu a sobrevivência do patógeno, comprovando sua ação fungicida demonstrando que quanto maior a dosagem do extrato maior sua eficácia. No entanto, novos estudos devem ser realizados de modo a avaliar a ação dessa substância in vivo.
Palavras-chave: fungo, esporulação, antracnose.