65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
UTILIZAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS PSICOTRÓPICAS EM ESTUDANTES DE ENFERMAGEM EM RECIFE – PERNAMBUCO.
Jerssycca Paula dos Santos Nascimento - Acadêmica de Enfermagem – FPS
Michele Natália Mendes de Araújo - Acadêmica de Enfermagem – FPS
Renata Almeida Giuzio - Acadêmica de Enfermagem – FPS
Ediane Marcia da Silva - Acadêmica de Enfermagem – FPS
Renata Lopes do Nascimento Santos - Coordenadora adjunta de Enfermagem da Fundação Prof. Martiniano Fernandes IMIP.
Edluza Maria Viana Bezerra de Melo - Coordenadora adjunta de Enfermagem da Fundação Prof. Martiniano Fernandes IMIP.
INTRODUÇÃO:
O uso de drogas é um fenômeno bastante antigo na história da humanidade. 1 Segundo a OMS o consumo de drogas lícitas e ilícitas se constitui um problema de saúde pública no âmbito mundial, não sendo apenas uma questão criminal, pois afeta o indivíduo e a sociedade, uma vez que causa distúrbios orgânicos e dependência. A OMS afirma que no Brasil o uso de drogas lícitas (álcool e tabaco) principalmente entre os jovens é um fato preocupante, o que se caracteriza um problema de saúde pública. 4,6 Em relação à população universitária, diversos estudos realizados nas várias regiões brasileiras têm verificado o alto padrão de consumo e as consequências do uso de substâncias psicotrópicas em estudantes de saúde. 10-14 Diante desse contexto é necessário investigar os fatores associados ao uso de substâncias psicoativas entre estudantes de enfermagem, devido ao crescimento do problema no mundo e nas regiões brasileiras, com impacto na saúde pública. E a verificação em nosso meio pode subsidiar estratégias e intervenções de promoção e recuperação dos jovens uma vez que os mesmos serão profissionais no futuro trabalhando desta forma com a comunidade e promovendo cuidados em saúde.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Conhecer em estudantes de graduação do curso de enfermagem a utilização de substâncias psicoativas e possíveis fatores associados e descrever a prevalência das drogas mais utilizadas pelos acadêmicos.
MÉTODOS:
O estudo foi do tipo transversal e descritivo de abordagem quantitativa, realizado com estudantes de graduação do curso de enfermagem da Faculdade Pernambucana de Saúde no mês de novembro de 2012. Foram elegíveis para o estudo todos os alunos matriculados, do 1º ao 8º período, acima de 18 anos o que corresponde a 264, onde nº 233 participou (88,2%). Os dados foram obtidos através de questionário autoaplicado composto por 53 questões, onde só após a explicação sobre o estudo e o consentimento dos estudantes ocorria à assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O questionário aplicado possuía questões sobre religião, características sociodemográficas e experiências anteriores e atuais com substâncias psicoativas. Para o processamento dos dados foi empregado software EPIINFO Version 3.5.3. A partir do banco de dados formado, foram selecionadas as variáveis de interesse e de relevância para o estudo.
Este estudo seguiu todas as recomendações éticas necessárias para garantir a segurança dos entrevistados, estando de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). O projeto para realização do banco de dados foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Instituto de Medicina Integral Porfº Fernando Figueira (IMIP) em 2012 sob protocolo número 3202-12.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A maioria dos estudantes 96, 1% são mulheres, solteiro (a) s 75,1%, 54,1% moram com os pais, 88,4% não possuem trabalho formal 9,10-12, 16,18-19. Quanto à a prática religiosa a maioria são católicos (65,7%).Quanto ao uso de substâncias psicoativas foi observado que 49,4% refere usar no álcool momento, 2,6% referem fumar e utilizar drogas ilícitas. Quanto a frequência do uso de álcool, 14,6% referem ingerir pelo menos 1 vez na semana, 14,2% 2-3 vezes no mês e 12,9% 2-3 vezes na semana e 7,7% não responderam. Entre as drogas ilícitas utilizadas pelos estudantes (2,6%) estão: a maconha 5,2%, o crack e 1,3% os inalantes. Quanto ao uso de cigarro, a maioria declarou-se não fumante no momento da investigação (90,1%) o que corrobora com estudos de Soares13, Oguisso11 e Sawicki 20. O estudo mostra que 82,4% dos amigos dos graduandos bebem, 44,6% fumam e 9,9% deles usam drogas ilícitas. A idade de início para o uso desses psicotrópicos ocorreu de forma precoce, sendo a maioria antes dos 18 anos de idade o que torna isto um dado relevante para o poder público para subsidiar a criação de projetos que visem redução do início precoce para o uso dessas substâncias 12,15. A curiosidade para o uso dessas substâncias parece ser um dos principais fatores para a concreta utilização dessas drogas pelos jovens 20.1/4 da amostra refere não usar preservativo após o uso dessas substâncias.
CONCLUSÕES:
Pode-se inferir com o presente estudo que o início para o uso de substâncias psicotrópicas ocorre na maioria das vezes em jovens que não completaram os 18 anos de idade, ou seja, a maior idade penal segundo a Constituição Penal Brasileira. O indivíduo é considerado responsável pelos seus atos e está apto a responder em justiça caso ocorra atos infraconstitucionais quando atinge a maior idade e/ou suas atitudes causem danos a outrem. Quanto ao tipo de droga mais consumida pelos jovens, observa-se preferência pelo álcool. Nota-se declínio no percentual do número de estudantes de enfermagem que fazem uso de substâncias psicotrópicas e que muitos os fazem por vontade própria e curiosidade na maioria das vezes.
Diante do exposto pode-se concluir que esse declínio pode estar relacionado ao fato de que os mesmos serem estudantes de saúde e que por esta razão possuem conhecimento diferenciado e necessário para conhecer os malefícios que essas drogas trazem ao organismo humano.
Palavras-chave: Estudantes de enfermagem, Drogas ilícitas, Álcool.