65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
RENDIMENTO DE BRACHIARIA E PODER RESIDUAL DE POTÁSSIO EM DOIS SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO
Diego Correia Sodré - Instituto de Ciências Agrárias - UFRA
Anderson Rodrigues Nunes - Instituto de Ciências Agrárias - UFRA
Thays Syntya Antunes da Costa - Embapa Amazônia Oriental – CPATUR
Victor Proença do Amaral - Instituto de Ciências Agrárias – UFRA
Jessivaldo Rodrigues Galvão - Engº Agrônomo Dr./Orientador - Instituto de Ciências Agrárias – UFRA
Vicente Filho Alves Silva - Depto. Engenharia Rural - UNESP/FCAV
INTRODUÇÃO:
A recuperação das áreas degradadas por métodos tradicionais de preparo de solo e semeio de capim é muito onerosa em especial pela necessidade de correção e de fertilização e desta forma não tem o retorno com o cultivo dos grãos (Portes et al., 2000). Por isso, a estratégia de recuperação ou renovação de pastagem conjuntamente com o consórcio de culturas de grãos tem se mostrado uma alternativa altamente viável e sustentável. Na região amazônica o sistema de integração lavoura pecuária tem uso recente pelos produtores e as pesquisas ainda estão no início. O plantio direto é uma técnica eficiente no controle das perdas de solo e água, razão por que, juntamente com outras vantagens que o sistema oferece, tem sido adotada por um número cada vez maior de agricultores. (Tormena et al.,1998) Um dos fatores mais limitantes a produção das áreas de pastagem está relacionado à nutrição da cultura, e entre os nutrientes que têm se destacado como limitante está o potássio(K), que tem papel fundamental no metabolismo vegetal, atuando na fotossíntese e na translocação dos carboidratos (Epstein & Bloom, 2006).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho teve como objetivo avaliar o rendimento produtivo da Brachiaria brizantha Stapf cv. Marandu, em função de doses de potássio aplicadas na cultura do sorgo em dois sistemas de manejo, em área com baixa capacidade produtiva.
MÉTODOS:
O experimento foi instalado em área experimental da UFRA, Belém-Pará. A braquiária foi implantada em área de 900 m2, a qual foi subdividida em duas áreas e tratadas com diferentes formas de manejo, ou seja, a primeira de maneira convencional e a segunda com plantio direto. A cultura do sorgo foi implantada em novembro de 2007, o caupí em junho de 2008 e a pastagem em dezembro de 2008. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, arranjado num esquema fatorial 4x2, com quatro repetições. Os fatores foram quatro doses de K (50, 100, 200 e 300 kg ha-1 de K2O, na forma de KCl) e dois sistemas de cultivo (plantio direto e plantio convencional). A adubação foi realizada inicialmente na cultura do sorgo. Utilizou-se 100 kg ha-1 de nitrogênio (N), na forma de uréia, e 50 kg ha-1 de P2O5, na forma de superfosfato triplo. As sementes da braquiária foram plantadas, intercaladas, na linha do caupí. O material vegetal da parte aérea da forrageira foi coletado em uma área de 2 m2 em cada parcela, resultando em 10 plantas por amostragem. Todas as variáveis avaliadas foram submetidas à análise de variância e estudos de regressão, através do ajuste das equações em função das doses de K aplicadas realizados pelo programa estatístico SISVAR.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O K aplicado aumentou a produção de massa seca da forrageira nos dois sistemas de cultivo. As doses de K que proporcionaram maior produção foram de 100 kg ha-1 para o sistema plantio direto, com rendimentos de 6,2 t ha-1 de massa seca e de 200 kg ha-1 no sistema plantio convencional, cujo rendimento de massa seca atingiu 6,24 t ha-1. Quando comparada a produção média de massa seca entre os sistemas, independente das doses de K, o sistema com plantio direto mostrou-se ligeiramente mais eficiente com uma produção de 5,62 t ha-1, enquanto que no plantio convencional a produção atingiu 5,60 t ha-1. A produção da braquiária foi influenciada pelo efeito residual da adubação potássica, evidenciando a importância deste nutriente na produção de matéria seca. O aumento da massa seca da forrageira pode está relacionado com as funções do K na planta, pois o nutriente participa do metabolismo e formação de carboidratos, quebra e translocação do amido, atuando sobre o metabolismo do N e a síntese de proteína, além de promover o crescimento de tecidos meristemáticos (Malavolta, 1980). Efeito benéfico do K na produção de massa seca também foi constatado por Monteiro et al., (1995), em Brachiaria brizantha e por Faquin et al. (1995) em Brachiaria decumbens.
CONCLUSÕES:
Nos dois sistemas de manejo avaliados as doses de K aumentaram a produção de massa seca da braquiária após as culturas do sorgo e do caupí. No sistema de plantio direto a produção média de massa seca foi superior.
Palavras-chave: Massa seca, Plantio direto, Recuperação do solo.