65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática
COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA DO LAGO PRAINHA, ZÉ DOCA (MARANHÃO)
Eduardo Guimarães Teixeira - Técnico em Analises Químicas - IFMA
Erlane Santana Macedo - Técnico em Analises Químicas - IFMA
Geovane Ferreira da Silva - Técnico em Analises Químicas - IFMA
Elãine Christine dos Santos Dourado - MSc. /Orientadora - Douranda em Ciências Marinhas Trópicas - LABOMAR/UFC
INTRODUÇÃO:
O fitoplâncton é formado por organismos microscópicos vegetais, as algas planctônicas, que vivem suspensos na coluna d’agua, onde constituem a base dos ecossistemas aquáticos. Dentre estes ecossistemas, lagoas e lagunas tem elevado significado ecológico e econômico devido a sua alta produtividade e múltiplos usos. Contudo, por serem retentores de sedimentos de natureza orgânica e inorgânica, tais ambientes tem sofrido profundas alterações nas suas condições naturais, com reflexos negativos sobre a qualidade dos habitats e sobre a sua biota.
A cidade de Zé Doca, localizada na região do Alto Turi, é recortada por uma densa malha de igarapés e pequenos lagos que formam o sistema fundamental das bacias de drenagem. Dentre eles, o Lago Prainha tornou-se um balneário natural de grande importância para a comunidade, com múltiplos usos, como recreação, fins turísticos e atividades associadas. No entanto, o uso intensivo desse local tem constituído uma séria ameaça de degradação ambiental e este problema sintetiza a importância do conhecimento das características ambientais do ecossistema considerado, como a comunidade fitoplanctônica, visto que essas informações podem vir a subsidiar o planejamento e a ordenação territorial do uso desse espaço.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Determinar a composição taxonômica da comunidade fitoplanctônica do Lago Prainha, localizado no município de Zé Doca (Maranhão),durante os períodos de cheia e seca.
MÉTODOS:
A amostragem do fitoplâncton foi realizada nos meses de julho e dezembro de 2012 e fevereiro de 2013, abrangendo os períodos chuvoso e de estiagem, através de arrastos horizontais superficiais na lâmina d’água, durante 5 a 10 minutos, com o auxílio de rede de plâncton com abertura da malha de 20 µm. As amostras foram acondicionadas em frascos de polietileno e fixadas com solução de formol 4%.
A análise taxonômica baseou-se na análise das amostras confeccionando-se lâminas para leitura imediata, de acordo com métodos específicos. Os organismos fitoplanctônicos foram observados com o auxílio de microscópio binocular CARL ZEISS (modelo Standard 25), com câmara clara e ocular micrométrica.
A identificação das espécies e sua classificação sistemática baseou-se em literaturas específicas para as ordens Bacillariophyta, Chlorophyta, Euglenophyta e Cyanophyta.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O fitoplâncton do Lago Prainha foi composto por 31 táxons, distribuídos em 4 divisões, 5 classes e 24 gêneros. A Divisão Bacillariophyta, representada por espécies da Classe Bacillariophyceae, contribuiu com 38,71% dos táxons registrados. As diatomáceas, como são conhecidas as microalgas dessa classe, constituem fração importante do plâncton e sobressaem-se nos ecossistemas aquáticos continentais por serem excelentes competidoras em comparação aos representantes dos demais grupos.
A Divisão Chlorophyta (Classes Chlorophyceae e Zygnematophyceae) foi a segunda mais representativa, com 29,03% dos táxons. Constitui o grupo mais diverso de algas planctônicas de lagos tropicais, correspondendo à quase metade dos gêneros que compõem a ficoflora, sendo a variação dessa composição considerada pequena, podendo ser um grupo secundário se comparado às diatomáceas, como no caso do Lago Prainha e de outros ambientes lacustres do Maranhão, como o caso de lagos das Bacias do Pindaré e Turiaçu.
Algas cianofíceas e euglenofícias foram menos representativas, com 16,13% e 12,9%, respectivamente. Em relação às Cyanophyceae, vale ressaltar a presença de Anabaena sp. Mycrocystis aeruginosa e Oscillatoria sp. por serem potencialmente tóxicas, inviabilizando o consumo da água in natura caso ocorra floração dessas espécies, situação desencadeada por altas temperaturas ou pelo enriquecimento da água por fósforo, ocasionado pelo despejo de esgotos no ambiente.
CONCLUSÕES:
O fitoplâncton do Lago Prainha foi composto por 31 táxons, sendo as algas das divisões Bacillariophyta (Classe Bacillariophyceae) e Chlorophyta (Chlorophyceae e Zygnematophyceae) as mais representativas, correspondendo juntas a 67,74% dos táxons.
Destaca-se a presença das cianobactérias Anabaena sp. Mycrocystis aeruginosa e Oscillatoria sp. por serem potencialmente tóxicas, inviabilizando o consumo da água in natura caso ocorra floração dessas espécies, situação desencadeada por altas temperaturas ou pelo enriquecimento da água por fósforo, ocasionado pelo despejo de esgotos no ambiente.
Palavras-chave: Análise qualitativa, Lacustres, Microalgas.