65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
Diversidade de teores de proteína em populações de milho no Estado do Tocantins para os períodos de entressafra 2010 e safra 2010/2011
Layanni Ferreira Sodré - Mestranda em Agroenergia - UFT
Weder Ferreira dos Santos - Doutorado em Biodiversidade e Biotecnologia - UFT / IFTO
Maria Olivia Dos Santos Oliveira - Acadêmica do Curso de Engenharia de Alimentos - UFT
Rômulo Alves Morais - Acadêmico do Curso de Engenharia de Alimentos - UFT
Levi Lima Nunes - Acadêmico do Curso em Tecnologia em Agronegócio
Edvaldo Vieira Pacheco Sant'Ana - IFTO
INTRODUÇÃO:
O milho é largamente empregado na alimentação humana e animal como fonte energética, devido ao seu alto conteúdo em amido, disponível numa forma facilmente digerível e de baixo custo (OLIVEIRA et al., 2004; JESUS et al., 2008). Na cultura do milho, cerca de 70% da produção mundial é destinada à alimentação animal, no Brasil esse valor varia de 60 a 80%. Em termos gerais, apenas 15% de toda a produção mundial destina-se ao consumo humano (MAPA, 2006). O peso individual do grão de milho varia, em média, de 250 a 300mg e sua composição média em base seca é 72% de amido, 9,5% proteínas, 9% fibra (a maioria resíduo detergente neutro) e 4% de óleo (MAPA, 2006). As proteínas são distribuídas em média no endosperma (8,5%), embrião (18,5%), pericarpo (5%) e ponta do grão (9%), podendo variar com o tipo de grão, grau de germinação, fertilidade do solo e condições climáticas; a proteína pode, ainda, ser alterada por genes mutantes (GONÇALVES et al., 2003). O desenvolvimento de populações de milho com maiores teores proteínas, permite a elevação do seu valor nutricional, isso representa um grande desafio a ser alcançado pelo melhoramento genético da cultura. As pesquisas visando ao melhoramento nutricional do milho tornaram-se mais viáveis ao avento da engenharia genética, bioquímica e biologia molecular. Majerowicz et al. (2002) o desenvolvimento de programas de melhoramento locais é uma solução viável para aumento da produção em sistemas agrícolas com baixa utilização de insumos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Identificar populações com maiores teores de proteína do programa de melhoramento da UFT. Para viabilizar novos cruzamentos.
MÉTODOS:
Foram realizados quatro ensaios de competição de populações de milho no Centro Agrotecnológico da UFT, Campus de Palmas. Os ensaios foram distribuídos em duas épocas de plantio (Entressafra e Safra), sendo que em cada época, as populações foram cultivadas sob condições de alto nitrogênio (150 kg ha-1 de N) e baixo nitrogênio (0 kg ha-1 de N), realizadas em cobertura, em duas aplicações. A semeadura foi realizada em 27 de maio de 2010, para época de entressafra, e 02 de dezembro de 2010, para época de safra 2010/2011. O delineamento experimental utilizado, em cada ensaio, foi blocos casualizados com 10 tratamentos e três repetições. Os tratamentos foram constituídos de 10 populações conduzidas isoladamente por 3 e 4 gerações, obtidas do Programa de Melhoramento de Milho da UFT, sendo denominadas: POP 3, POP 8, POP 9, POP 11, POP 12, POP 13, POP 14, POP 16, POP 18, e POP 19. Foi utilizado o sistema de preparo de solo tipo convencional, com uma gradagem seguida do nivelamento da área. Adubação de pré-plantio foi realizada manualmente, utilizando 300 kg ha-1 de NPK de 5-25-15+0,5% Zn, para todos os ensaios. Para o teor de proteína dos grãos (%), empregou-se o método de Kjeldahl (AOAC, 1995). Foi realizada análise de variância de cada ensaio (CRUZ et al., 2004). As médias foram comparadas pelo teste de SCOTT e KNOTT (1974), ao nível de 5% de significância. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa Computacional Genes (CRUZ, 2007).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A análise de variância conjunta revelou efeito significativo para população, ensaios e para a interação populações x ensaios. O CV % da característica foi baixo, demonstrando boa precisão experimental na condução dos experimentos (SCAPIM et al., 1995). Observo-se grande variabilidade entre as medias das populações. Nota-se que na média geral das populações ,os valores variaram de 11,0% a 12,1%. A média geral do experimento envolvendo todas as populações foi de 11,7%. Mittelmann (2001) reporta que o teor de proteína em milhos normais ,entre milhos duros e dentados, pode variar de 8,68% a 12,5%. Para a época de entressafra os ensaios em baixo e alto nitrogênio obtiveram as melhores médias de teor proteico comparadas as médias dos ensaios da safra. Os teores de proteína, nos grãos de milho das populações variaram de 9,5% a 14,3%. Os valores encontrados são semelhantes a JESUS et al (2004); OLIVEIRA (2004); NAVES et at (2004); (MAPA, 2006); Fufa et al (2003).
CONCLUSÕES:
A época de entressafra no ensaio de alto nitrogênio obteve a maior média de teor de proteína. As populações 3 e 19 obtiveram os maiores teores de proteínas sendo as indicadas para futuros cruzamentos.
Palavras-chave: Zea mays, Proteína, Populações.