65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 3. Toxicologia
PERCEPÇÔES ACERCA DA COCAÍNA E SUAS DERIVAÇOES ENTRE SECUNDARISTAS DE UMA ESCOLA DA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB
Teresinha Lumena Carneiro Rodrigues - Dpto de Enfermagem da Universidade Estadual da Paraíba
Patricia Regina Cardoso de Almeida - Dpto de Enfermagem da Universidade Estadual da Paraíba
Guilherme Antonio Pereira Lins - Dpto de Farmácia da Universidade Estadual da Paraíba
Jacquelane Silva Santos - Dpto de Enfermagem da Universidade Estadual da Paraíba
Maria do Socorro Rocha - Profa. Dra. - Depto.de Farmácia da UEPB
Clésia Oliveira Pachú - Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Farmácia da UEPB
INTRODUÇÃO:
Durante a década de 80 o Brasil passou a fazer parte do mundo da cocaína e o crack, conquistando usuários jovens, com escolaridade baixa, de todas as classes sócias e que possuem ou não estrutura familiar (GOUVEIA, et al. 2011). Porém, foi na década de 90 que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou como problema de saúde publica. No mais recente levantamento realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (CEBRID), entre estudantes e meninos de rua, parece nítido o aumento do uso de cocaína, em todo o Brasil, principalmente nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo (GOUVEIA, et al. 2011).Conforme o Relatório Mundial do Escritório da Organização das Nações Unidas de Combate às Drogas e Crimes (United Nations Office for Drug Control and Crime Prevention -UNODCCP, 2012), o consumo da cocaína na América do Sul caiu de 0,9% para a casa de 0,7%, enquanto que no Brasil o consumo aumentou. Estima-se que 5% da população mundial entre 15 a 64 anos faz uso de alguma substância ilícita (SCHEFFER, et al. 2010). Neste contexto, a ciência por parte do gestor escolar do nível de conhecimento sobre drogas psicoativas, em especial cocaína e derivados, poderá ajudá-lo na realização de atividades sobre a temática em conjunto com secundaristas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a percepção sobre a cocaína e seus derivados crack,merla e oxi entre estudantes de uma escola pública da cidade de Campina Grande-PB.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo transversal qualiquantitativo realizado no segundo semestre de 2012, sendo sujeitos da pesquisa 200 escolares, de ambos os sexos e idade entre 12 a 16 anos, matriculados e frequentando regularmente 7 turmas de ensino fundamental e 1 turma de ensino médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Solón de Lucena da cidade de Campina Grande/PB no período matutino. Para coleta de dados foi utilizado o questionário padrão do Programa “Educação e Prevenção ao uso do tabaco, álcool e outras drogas” da Universidade Estadual da Paraíba, contendo 20 questões objetivas de múltipla escolha abordando problemas orgânicos, sociais, afetivos e educacionais causados pelo uso de cocaína, crack, merla e oxi. Os dados foram tabulados para melhor visualização dos resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foi possível observar que, da totalidade que responderam o questionário, 98% dos estudantes acreditam que fazer uso de drogas como cocaína, crack, merla e oxi fazem mal à saúde, entretanto 1,5 % desconhecem ou não acreditam que essas drogas podem fazer mal à saúde, o que nos leva a acreditar que essa seja a população mais vulnerável a experimentação da droga por acreditarem que o seu uso não trará prejuízos a si; 0,5% não responderam. Logo, é necessário fixar que o abuso e a dependência da cocaína e suas derivações são problemas de saúde pública que afetam muitas pessoas e tem uma grande variedade de consequências sociais e na saúde dos indivíduos, como já retratado anteriormente por JUNIOR & RIBEIRO (2012). Quando questionados sobre qual a droga é a mais perigosa à saúde do indivíduo, 43% responderam crack, 29,5% oxi, 14,5% cocaína, 9% merla e 4% não responderam. Tal dado revela o desconhecimento sobre o oxi. Esta droga mais barata e de consequências ainda mais danosas para os usuários que as demais, visto que é produzido pela mistura de cocaína, combustível, cal virgem, cimento, acetona, ácido sulfúrico, soda cáustica e amônia (OLIVEIRA, 2012). O estudo ainda aponta que para 44,5% dos estudantes, o fator mais evidente para a experimentação da droga corresponde aos amigos.
CONCLUSÕES:
Apesar dos sujeitos avaliados apresentarem valiosa percepção sobre os malefícios à saúde da cocaína, crack, merla e oxi, ficou evidente que é necessário uma abordagem mais ampla sobre essas drogas com os secundaristas. As informações repassadas ainda são insuficientes frente a decisão da não drogadição sendo necessária uma abordagem mais ampla, de linguagem clara e sem preconceitos ao falar dessas drogas, priorizando os prejuízos e as conseqüências para que dessa forma possa induzir os estudantes ao pensamento crítico-reflexivo sobre a temática. Como comprovado em outros estudos, é notória a influência do ciclo de amizades no fator iniciação ao uso dessas drogas, o que nos remete a necessidade de medidas preventivas no âmbito escolar, com envolvimento real da família e da comunidade, dessa forma, proporcionando a população o devido esclarecimento sobre o uso de drogas, implicando no processo de prevenção.
Palavras-chave: Avaliação, Conhecimento, Drogas Estimulantes.