65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 6. Morfologia e Taxonomia Vegetal
IDENTIFICAÇÃO DAS BRIÓFITAS, PTERIDÓFITAS, GIMNOSPERMAS E ANGIOSPERMAS EM AMBIENTE NATURAL: UMA NOVA ABORDAGEM NO ENSINO DA BOTÂNICA
Welma Emidio da Silva - Depto. de Morfologia e Fisiologia Animal – UFRPE
Solange Bezerra da Silva - Depto. de Morfologia e Fisiologia Animal – UFRPE
Hilda Michelly Paiva dos Santos - Depto. de Morfologia e Fisiologia Animal – UFRPE
Clovis Lapa Neto - Depto. de Ciências Biológicas – UFRPE
Ismaela Maria Ferreira de Melo - Depto. de Morfologia e Fisiologia Animal – UFRPE
INTRODUÇÃO:
Nos dias atuais o ensino da Botânica utiliza, em grande parte, listas de nomes científicos e palavras dissociadas da realidade para definir conceitos, os quais nem sempre são compreendidos pelos alunos e professores da educação básica. O estudo da botânica torna-se cada vez mais específico, chegando ao ponto de necessitar de conhecimentos preliminares característicos. Esse fato aumenta a dificuldade de transposição da pesquisa para a realidade escolar (Silva, 2008). A maioria dos docentes assume a utilização de uma metodologia tradicional e decorativa no ensino da Botânica (Loguercio et al.1999), resultando em aulas desinteressantes e cansativas, comprometendo o processo de ensino e aprendizagem.
A utilização de diferentes procedimentos de ensino pode fomentar atitude reflexiva por parte do aluno, na medida em que oferece a este, oportunidades de participação e vivência em diversas experiências (Benetti e Carvalho, 2002).
Partindo desta premissa e, na expectativa de reverter os problemas que afligem a área de educação, acreditamos que a implementação de novas práticas educativas, dentre as quais, o uso de estratégias de ensino diversificadas e atrativas, possa auxiliar na superação dos obstáculos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Com o intuito de contribuir para uma mudança nas práticas de ensino comumente usadas em botânica no ensino fundamental, o presente trabalho teve como proposta desenvolver uma aula prática, com ênfase na identificação das Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas no jardim de uma escola particular da região metropolitana do Recife.
MÉTODOS:
Foi utilizado o ambiente do jardim de uma escola particular da região metropolitana do Recife. A abordagem foi aplicada a um grupo de alunos do sétimo ano do ensino fundamental, com faixa etária de 12 a 14 anos. As atividades com os alunos foram divididas em quatro etapas: 1.Levantamento do conhecimento prévio sobre o assunto por meio de um debate; 2.Sistematização da informação necessária para a compreensão do tema em estudo. Este momento serviu para o aluno perceber a existência de outras visões/explicações para o tema, permitindo compará-las com as suas. 3. Divisão dos alunos em grupos e ida para o jardim da escola para terem contato com as plantas e, comparar as informações recebidas em aula com as plantas no ambiente natural. Os alunos fotografaram as plantas e, com a ajuda do jardineiro da escola, conheceram os nomes populares das mesmas. Em seguida os alunos deram continuidade a aula no núcleo de informática e biblioteca da escola, para encontrar os nomes científicos e consequentemente fazer a identificação quanto aos grupos vegetais; 4. Os grupos fizeram uma apresentação oral dos resultados encontrados. Os alunos também foram avaliados de forma escrita, para observar a capacidade de transpor o conhecimento adquirido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Nogueira (1997) afirma que os processos de ensino e de aprendizagem de Botânica são considerados pelos professores e alunos uma dificuldade, evidenciando o pouco interesse e o baixo rendimento neste conteúdo. Desta forma, faz-se necessária a discussão sobre estratégias que melhorem a qualidade do Ensino de Botânica (Cavassan, 2007, Salomão, 2005).
Nossos resultados estão de acordo esses autores, pois, em nossa experiência de prática de ensino, observamos que os alunos mostraram um maior interesse pela aula quando comparada às aulas tradicionais. Nas atividades realizadas no jardim, na biblioteca e no laboratório de informática, foi verificado a participação ativa de 95% dos alunos, os quais mostraram interesse pela aula. Quanto à apresentação oral dos resultados, os grupos tiveram notas médias de 8.5, e os alunos mostraram segurança no que estava sendo exposto. Quanto a avaliação escrita, a turma teve nota média de 8.0, o que comparado com a turma do oitavo ano do ano anterior, apresentou melhora de 15%.
Portanto, percebe-se a necessidade de criar diferentes formas de ensinar e despertar o interesse dos alunos pela Botânica. Essa experiência mostrou que, em geral, professores dependem de constante atualização para que ocorram modificações em suas práticas educativas.
CONCLUSÕES:
As aulas práticas foram extremamente importantes para os alunos nas aulas de Botânica, pois foram uma oportunidade de relacionar os conteúdos teóricos com o seu dia-a-dia e perceber que a matéria aprendida nos livros não está distante do seu cotidiano. No entanto, vale ressaltar que outros instrumentos também são importantes como jogos, discussões, debates, modelos e as próprias aulas expositivas que em conjunto com as aulas práticas torna a vivência e a aprendizagem do aluno muito mais prazerosa.
Palavras-chave: Ensino, Nova Abordagem, Botânica.