65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 6. Medicina Veterinária
Alimentação de fêmeas suínas em gestação com dietas contendo óleos essenciais: desempenho produtivo das fêmeas e de suas leitegadas
Vagner Luis Ferrari Martins - Universidade Federal de Santa Maria
Marcelo Soares - Universidade Federal de Santa Maria
Carlos Augusto Rigon Rossi - Universidade Federal de Santa Maria
Bruno Neutzling Fraga - Universidade Federal de Santa Maria
Ana Paula Burin - Universidade Federal de Santa Maria
Talita Brombilla - Instituto Biológico São Paulo
INTRODUÇÃO:
A suinocultura é uma atividade com excelente posição no cenário internacional devido a genética e nutrição de qualidade. Entretanto, uma das etapas que demanda maior preocupação é a fase de leitão, pois quando submetida a manejo inadequado pode provocar prejuízos à produção. A eficiência nessa fase é depende principalmente da produção de leite da matriza. A necessidade de garantir os resultados zootécnicos e econômicos da produção de suínos incentivou pesquisas com óleos essenciais (OE). O óleo de alecrim (Rosmarinus officinalis), é considerado um potente antioxidante. O orégano (Origanum vulgare), reduz a mortalidade e eliminação de fêmeas na lactação, aumenta a taxa de parição e o número de leitões nascidos vivos por leitegada (Mauch & Bilkei, 2004). O óleo de pimenta (Piper nigrum) estimula a produção de amilase e a secreção das enzimas pancreáticas, da sacarose e da maltase (Ilsley et al., 2003).
Pelas propriedades individuais e ação sinérgica de seus princípios ativos, o uso de OE na dieta de fêmeas suínas pode melhorar os índices produtivos na gestação e lactação. Embora existam informações positivas relacionadas ao sinergismo dos constituintes dos OE, seu uso terapêutico na síndrome de disgalactia em porcas é incipiente e pouco conclusivo.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da adição de uma mescla líquida de óleos essenciais via oral, em dietas de porcas no final de gestação e na lactação sobre o desempenho produtivo das porcas e de suas leitegadas.
MÉTODOS:
O Experimento avaliou o efeito terapêutico dos OE (5% de orégano, 2% de alecrim, pimenta e veículo inerte aquoso), no desempenho reprodutivo das fêmeas suínas. Foram utilizadas 250 matrizes de ordens de parto (OP) de um a oito em quatro dietas experimentais: gestação e lactação (dietas controle e com adição de 200 ppm da mescla de OE. Foram avaliados: (a) leitões- nascidos totais, nascidos vivos, peso do leitão ao nascimento, peso leitegada, peso do leitão aos sete dias de vida, peso do leitão ao desmame, peso da leitegada ao desmame, número de desmamados e (b) matrizes- temperatura corporal de matrizes (pré parto, no parto, 1 hora pós-parto e 24 horas pós-parto) em relação à OP e duração do parto. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, em um arranjo fatorial 2x2 (tratamentos na gestação e na lactação) com as matrizes e leitegada como unidade experimental. O modelo analítico incluiu tratamentos (T), intervalo de OP e duração do parto (DP). Os dados foram submetidos à análise de variância ao nível de 5% de significância, sendo utilizado o programa estatístico Minitab (Mckenzie & Goldman, 1999). As diferenças entre as médias foram comparados pelo teste de Tukey em nível de 5% de significância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Não foram encontradas diferenças (P>0,05) entre tratamentos para os índices produtivos. No entanto, o peso da leitegada ao desmame e o número de desmamados foi 8,05% e 3,80% superior (P<0,05), respectivamente para os leitões filhos de porcas suplementadas com OE. Estes resultados foram semelhantes aos observados por Matysiak et al., (2012) os quais relacionaram os índices positivos com os níveis superiores de lactose na composição do leite de porcas suplementadas com extratos vegetais. Neste caso, há redução da hipoglicemia e mortalidade neonatal.
A temperatura corporal das fêmeas do grupo controle e OP cinco, avaliadas no período pré-parto e durante o parto, foi 4,44% e 3,48% superior ao tratamento com OE (P<0,05), respectivamente. Em nosso trabalho, as matrizes suplementadas com OE, não apresentaram elevação de temperatura condizente com sinais clínicos de disgalactia. O aumento da produção de calor pode ser atribuído as alterações metabólicas do pós-parto, dieta altamente energética, meio ambiente e períodos de estresse térmico (Bortolozzo & Wentz, 2007). Assim, os OE na dieta de matrizes, podem atuar como estimuladores do desempenho reprodutivo e produção de leite bem como efeitos positivos sobre o desempenho dos leitões.
CONCLUSÕES:
A adição de uma mescla líquida de óleos essenciais via oral, em dietas de matrizes no final de gestação e início da lactação favoreceu o aumento do número de leitões desmamados e o peso de leitegada. As matrizes suplementadas com óleos essenciais, não apresentaram elevação de temperatura ou sinais clínicos condizentes com disgalactia.
Palavras-chave: leitões, extratos, porcas.