65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social
PRÁTICAS NO CUIDADO A ADOLESCENTES COM HIV E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Adriane Roso - Profª. Drª./Orientadora - Docente do Prog. de Pós-Graduação em Psicologia – UFSM
Vanessa Limana Berni - Mestre Psicóloga
Nathiele Berger Almeida - Acadêmica do Curso de Psicologia - UFSM
Claudia Soder dos Santos - Acadêmica do Curso de Psicologia - UFSM - BOLSA PIBITI/CNPq/UFSM
INTRODUÇÃO:
As crianças e os adolescentes são uma parte cada vez mais crescente na epidemia do HIV. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente um terço da população mundial encontra-se na faixa etária entre 10 e 24 anos, sendo nesta faixa de idade que se concentra metade das infecções por HIV (BRASIL, 2006).
Fato este percebido no Ambulatório de Pediatria do Hospital Universitário de Santa Maria – RS – Brasil, onde, atualmente, junto às crianças expostas ao HIV, começa a emergir a presença de adolescentes, conforme informações do projeto “Corpos Positivos: um estudo sobre identidade e representações de pré-adolescentes em tempos de aids (Registro no GAP 027023)”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSM (CAAE: 0139.0.243.000-10), do qual deriva esse trabalho, que somado a inserção das pesquisadoras no local, evidenciou a falta de um espaço para os adolescentes expressarem suas dúvidas.
Diante disso, emerge a ideia de criação de um ambiente virtual de compartilhamento de experiências entre adolescentes que vivem com HIV/Aids, que com um computador, acesso à internet e um blog, criado com a finalidade de informar sobre questões relacionadas ao HIV, e permitir que o adolescente expresse sentimentos, dúvidas e significados de viver com HIV.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Implementar um espaço real e virtual de compartilhamento de experiências sócio-afetivas entre adolescentes, com sorologia positiva para o HIV, atendidos no serviço, que auxilie no fortalecimento de vínculos com os profissionais da saúde; potencializar a capacidade de cada sujeito para enfrentar situações dos processos de saúde/doença; e aumentar a capacitação tecnológica dos adolescentes usuários.
MÉTODOS:
Público alvo: Adolescentes (10 a 19 anos) que conhecem seu diagnóstico de soropositividade para o HIV/Aids. O número de participantes para o estudo dependerá do interesse/disponibilidade dos pacientes adolescentes que buscam o serviço. O serviço será oferecido a todos que ingressarem no serviço, número este que varia conforme demanda.
Local: Serviço de Doenças Infecciosas Pediátricas de um hospital do interior do Rio Grande do Sul, Brasil, considerado referência, na região, no tratamento de pessoas com HIV/Aids.
O acesso a esse instrumento é orientado por bolsistas ou profissionais da saúde do local, sendo a identidade do usuário preservada, pois ele escolhe um codinome ou apelido.
Foi oferecido um curso de capacitação para elaboração e manuseio de site, com carga horária de 12 horas, para todos os acadêmicos e mestrandos envolvidos no projeto, integrantes do Grupo de Pesquisa Saúde, Minorias Sociais e Comunicação e, os profissionais da saúde que estão diretamente envolvidos no atendimento dos usuários.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A ação apresentada está em fase de implementação, onde nesse momento foi criado o espaço virtual (site) e treinamento dos acadêmicos/bolsistas para orientação dos adolescentes.
Espera-se que a partir de maio/2013 a ação esteja em andamento no hospital e que através desse espaço os adolescentes consigam partilhar seus medos, angústias e que tragam para a equipe envolvida, novas questões para serem pensadas e discutidas sobre o HIV/Aids.
Como a equipe de participantes do projeto terá acesso aos conteúdos postados no “Cantinho do Diário”, será possível identificar interesses, dificuldades e desejos dos usuários como um todo. Essa identificação possibilitará o desenvolvimento do site (inserção de conteúdos, páginas e links) mais próximo da realidade dos usuários, além de auxiliar no desenvolvimento de estratégias de atendimento mais direcionadas às demandas psíquicas dos usuários.
Os resultados também poderão contribuir com o debate sobre atividades educativas e de comunicação em saúde em geral, e especialmente para adolescentes, bem como apontar algumas estratégias terapêuticas (individual e grupal), na área da saúde sexual e reprodutiva.
CONCLUSÕES:
A implementação deste projeto está ajudando a consolidar uma parceria entre a Psicologia e o Serviço de Doenças Infecciosas Pediátricas (DIPed) do HUSM, transformando a ação do projeto em referência segura para os participantes a partir de sua percepção subjetiva. Acreditamos que o projeto possa estimular os demais projetos desenvolvidos no Serviço a se integrarem nessa atividade, agregando informações e ideias. Isso tudo, possibilitará novas perspectivas de enfrentamento do tratamento para os adolescentes envolvidos no projeto.
Palavras-chave: adolescência, HIV/Aids, Psicologia Social.