65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA EM SEMENTES DE FAVA-GRANDE ( Parkia gigantocarpa Ducke)
Maria do Socorro Bezerra de Araújo - Universidade Federal Rural da Amazônia
Monica Cardoso de Sousa - Universidade Federal Rural da Amazônia
Daniele Viana da Costa - Universidade Federal Rural da Amazônia
Maura Cardoso de Sousa - Universidade Federal Rural da Amazônia
Patricia Brito de Sousa - Universidade Federal Rural da Amazônia
Simonne Sampaio - Universidade Federal Rural da Amazônia
INTRODUÇÃO:
A Fava-grande (Parkia gigantocarpa Ducke) é uma espécie com expressiva distribuição no Peru amazônico, ao sul da Guiana Inglesa, e no Brasil, em Rondônia, Pará, Amapá e Amazonas (LOUREIRO et al., 1977; DIAZ-BARDALES, 2001). É uma árvore de aproximadamente 45m de altura, que habita terra firme em solos argilosos (DIAZ-BARDALES, 2001) e arenosos (LOUREIRO et al., 1977). Tem florada entre outubro e dezembro, frutificação de janeiro a março (SARQUIS e SECCO, 2005). A espécie detém propriedades que lhe conferem utilidades alimentícias, econômicas e ambientais.
Devido à ênfase atual nos problemas ambientais, é crescente o interesse na propagação de espécies florestais nativas. Entretanto, não há conhecimento disponível para o manejo e análise das sementes da maioria dessas espécies, de modo a fornecer dados que possam caracterizar seus atributos físicos e fisiológicos. Há necessidade de estudos sobre a germinação de semente dessas espécies, com a finalidade de fornecer subsídios para sua propagação, cujos objetivos seriam tanto a preservação quanto a utilização dessas plantas com os mais variados interesses (MELO e VARELA, 2006).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho foi determinar a metodologia mais eficiente para superação da dormência em sementes de Parkia gigantocarpa Ducke.
MÉTODOS:
O estudo foi realizado em casa de sombra na Universidade Federal Rural da Amazônia, em Paragominas - PA, no período de 17/abr a 01/mai de 2011.
As sementes de P. gigantocarpa foram fornecidas pela Embrapa Amazônia Oriental. Estas foram submetidas aos seguintes tratamentos pré-germinativos: testemunha - sementes intactas; imersão em água a temperatura ambiente durante 24 horas; escarificação mecânica com lixa; e imersão em água na temperatura de 80ºC/5 minutos e água fria/10 minutos.
Após submetidas aos tratamentos, as sementes foram semeadas em bandejas plásticas retangulares (30x20x5cm) perfuradas no fundo, contendo areia lavada, previamente peneirada, esterilizada e umedecida. Utilizou-se 45 sementes por tratamento, divididas por três repetições. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados.
Foi avaliada a taxa de germinação (%) obtida através da divisão do número de sementes germinadas no último dia da contagem pelo total de sementes semeadas e o resultado multiplicado por cem. As contagens do número de sementes germinadas foram realizadas a cada cinco dias, utilizando-se como critério o aparecimento das folhas cotiledonares.
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os tratamentos pré-germinativos utilizados influenciaram significativamente a germinação das sementes de fava-grande, pelo teste F a 5% de probabilidade. O método de escarificação mecânica apresentou maior eficiência na superação de dormência das sementes, sendo que no 10º e 15º dias após a semeadura 93,34 e 97,78% das sementes tinham germinado, respectivamente. Enquanto que, na testemunha, na embebição em água a temperatura ambiente por 24 h e no choque térmico (Água a 80ºC + água temperatura ambiente) não houve geminação durante o período de avaliado.
As respostas constatadas nos diferentes tratamentos indicam que a espécie P. gigantocarpa apresenta um grau de dormência bastante considerável. A resposta do tratamento em que as sementes foram imersas em água a temperatura ambiente por 24 horas indicam que não houve absorção de água o suficiente para rompimento do tegumento pelo embrião. Nas sementes imersas em água a 80ºC provavelmente pode ter ocorrido algum tipo de dano fisiológico na estrutura interna das sementes, talvez a alta temperatura tenha atingido o embrião das sementes, causando a morte de todas elas. Pela eficiência observada no método de escarificação mecânica, a dormência das sementes de P. gigantocarpa parece estar bastante relacionada à testa das mesmas.
CONCLUSÕES:
A escarificação mecânica em sementes de P. gigantocarpa Ducke proporcionou alta taxa de germinação (97,8%) com tempo médio de aproximadamente 12,5 dias.
A semeadura da semente intacta, a imersão em água a temperatura ambiente por 24h e a imersão em água a 80ºC e água a temperatura ambiente, são métodos ineficazes à germinação de P. gigantocarpa Ducke em curto espaço de tempo.
Sugere-se repetir o estudo avaliando as características de germinação por um tempo superior a 15 dias e também testar diferentes substratos, níveis de umidade e luminosidade.
Palavras-chave: Germinação, Vigor, Espécies florestais.