65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
USO DA EXPERIMENTAÇÃO AGRÍCOLA COMO FERRAMENTA AUXILIAR NO ENSINO DE GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS – MODELO SIMPLIFICADO PARA EXPLICAR CORRELAÇÕES FENOTÍPICAS
Leandro dos Santos Silva - Acadêmico do curso de Agronomia do IFTO – Campus Araguatins
Elberte Ferreira Guida dos Santos - Acadêmico do curso de Agronomia do IFTO – Campus Araguatins
Wanderson de Sousa Lima - Acadêmico do curso de Agronomia do IFTO – Campus Araguatins
Adriana Nogueira Albuquerque - Acadêmica do curso de Lic. em Ciências Biológicas do IFTO – Campus Araguatins
Gisleine Teixeira Neto - Acadêmica do curso de Lic. em Ciências Biológicas do IFTO – Campus Araguatins
Francisco Filho da Silva - Prof. Doutor/Bolsista - IFTO – Campus Araguatins
INTRODUÇÃO:
Embora o presente trabalho não apresente características de um programa de melhoramento genético de cenoura, por estar sendo utilizado apenas quatro cultivares, é possível utilizar-se como modelo para explicar correlações fenotípicas para acadêmicos dos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas e Agronomia. O conhecimento das correlações entre caracteres é de grande importância nos trabalhos de melhoramento de plantas, principalmente se a seleção de um deles é dificultada, em razão da baixa herdabilidade ou de problemas de mensuração e identificação (CRUZ & REGAZZI, 1997), ou ainda quando a seleção de um caráter resultar em modificações em outros correlacionados. As relações existentes entre os caracteres são, geralmente, determinadas por meio das correlações genotípicas, fenotípicas e ambientais. A correlação fenotípica mede o grau de associação de duas variáveis e é resultante de causas genética e ambiental, sendo esta última a principal responsável pela correlação de caracteres de baixa herdabilidade, como o rendimento de grãos por exemplo (FALCONER, 1987). Já as correlações genotípicas, que corresponde à porção genética da correlação fenotípica, é utilizada com maior frequência para orientar programas de melhoramento em função da sua natureza herdável.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho objetivou estimar as correlações entre oito caracteres fenotípicos de cenoura, de interesse agronômico, utilizando-se quatro cultivares, e evidenciar a importância da experimentação agrícola como alternativa para o ensino de genética e melhoramento de plantas para acadêmicos de Licenciatura em Ciências Biológicas e Agronomia.
MÉTODOS:
O trabalho foi realizado no povoado Santa Teresa, município de Araguatins – TO. O experimento foi instalado em 19/09/2012, em blocos ao acaso com quatro cultivares (Brasília, Esplanada, Alvorada e Planalto) e três repetições. As parcelas foram de 1,20 m de largura x 1,50 m de comprimento e as plantas espaçadas em 0,20 m x 0,05 m. Os canteiros foram preparados com “encanteirador” acoplado a um trator. Não houve necessidade de realização de calagem e a adubação de plantio foi realizada de acordo com análise química do solo. Realizou-se a colheita aos 92 dias após a semeadura (DAS), ocasião em que foi delimitada uma área útil na parcela de 1,00 m x 0,75 m e colhidas todas as plantas da mesma. Antes da colheita foram amostradas cinco plantas por parcela para determinação da altura média das plantas (AP) e, massa seca da parte aérea (MSPA) e raízes (MSR). As produtividades total (PT) e comercial (PC) foram estimadas a partir da massa de matéria fresca das raízes, expressas em t/ha. A massa média de raízes comerciais (MMRC), foi determinada pela divisão da massa total de raízes comerciais (MTRC) pelo número de raízes desta classe, expressa em gramas. Avaliaram-se também o diâmetro médio de raízes (DMR) e comprimento médio de raízes (CMR), utilizando-se 15 raízes por parcela.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Observou-se correlação de magnitude elevada e significativa entre “AP e DMR” (0,71**) e entre “MSPA X DMR” (0,70*), seguido dos pares “MSPA X MMRC” (0,65*) e entre “MSPA X MSR” (0,68*) e as demais não foram significativas. Segundo CARVALHO et al. (2004) os coeficientes de correlação seguem uma escala de valores, onde valores iguais a zero indica correlação nula, valores de 0 a 0,30, é fraca, de 0,30 a 0,60, é média, de 0,60 a 0,90, é forte e de 0,90 a 1,00 é fortíssima. O conhecimento das correlações entre caracteres é de grande importância nos trabalhos de melhoramento genético, principalmente se a seleção de um deles é dificultada, em razão da baixa herdabilidade ou de problemas de mensuração e identificação (CRUZ & REGAZZI, 1997), ou ainda quando a seleção de um caráter resultar em modificações em outros correlacionados. Como geralmente em um programa de melhoramento genético objetiva-se selecionar vários caracteres simultaneamente, o conhecimento das associações entre caracteres auxilia na escolha de procedimentos mais apropriados (SANTOS & VENCOVSKY, 1986). Assim, neste trabalho, observou-se por exemplo que, selecionando para maior altura de planta (AP) o melhorista está selecionando, indiretamente, para maior diâmetro médio de raiz (DMR).
CONCLUSÕES:
Considerando a necessidade de trabalhar estratégias facilitadoras para o entendimento de conceitos de genética e melhoramento de plantas com acadêmicos de Agronomia e Licenciatura em Ciências Biológicas, conclui-se que o presente trabalho contribuiu para contextualizar e fixar conceitos importantes, trabalhados em sala de aula, sobre esta temática . As vantagens são muitas, pois os acadêmicos envolvidos aprendem a organizar e avaliar um experimento, manipular e analisar dados experimentais e concluir com base nas hipóteses formuladas. No caso dos acadêmicos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, existe ainda a vantagem de aprenderem como exercer a docência de forma diferenciada.
Palavras-chave: Ensino-aprendizagem, IFTO/Campus Araguatins, Cenoura.