65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 8. Economias Agrária e dos Recursos Naturais
IDENTIFICAÇÃO DE POTENCIAIS ÁREAS PRODUTIVAS PARA INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS NAS COMUNIDADES RURAIS RIBEIRINHAS BARRA DO SACO E BARRO VERMELHO DO MUNICÍPIO DE CODÓ – MA
Denise Fernanda Tudes Mury - Bolsista PIBIC-IFMA, graduanda em Licenciatura em Química IFMA-Campus Codó
Francisca Inalda Oliveira dos Santos - Prof. Esp/Orientadora-DE IFMA Campus Codó
Mariano Oscar Aníbal Ibañez Rojas - Prof. Dr/Co-orientador- GARSA/NASQA/CPPPE/IFMA- Campus Codó
INTRODUÇÃO:
Em seu contexto mais simples e inteligível uma Indicação Geográfica (IG) é um referencial utilizado em produtos que apresentam uma origem geográfica específica e que possuem qualidades e reputação vinculadas ao local de onde foram originados. Assim, as IGs protegem os produtos que são originários de uma determinada região não deixando que outros produtores que não fazem parte da área específica e delimitada usem da mesma Indicação. A Indicação Geográfica é uma forma de agregar valor e credibilidade a um produto ou serviço, conferindo-lhe um diferencial de mercado em função das características de seu local de origem. O bem protegido não é o produto em si, mas o conjunto de técnicas utilizadas pelos produtores, o saber fazer o produto, e o ambiente que proporciona a produção/fabricação de um determinado item. (DUPIM, 2011) O Brasil já possui dois grandes registros: o vinho do Vale dos Vinhedos, RS e o café das Minas Gerais. As IGs são ferramenta de desenvolvimento porque criam ou mantém o emprego em regiões difíceis. E este emprego exige pessoas qualificadas nas suas artes e profissões. Permitem mostrar e manter viva a cultura de uma região e os saberes dos seus habitantes e mostrar ao mundo globalizado a diferença e a variedade de produtos e de territórios. (SOEIRO, 2012)
OBJETIVO DO TRABALHO:
Por meio de uma análise sistemática das atividades realizadas pelos moradores de comunidades rurais do município de Codó-MA, e depois da entrada de incentivos e subsídios pelos pesquisadores para a prática de tais atividades, a pesquisa identificou potenciais produtivos que possivelmente servirão para futuras Indicações Geográficas.
MÉTODOS:
As atividades desta pesquisa foram constituídas de visitas in loco, com o objetivo de coletar informações referentes às características socioeconômicas e culturais da região estudada. Após a caracterização do cotidiano da população, as atividades e trabalhos desenvolvidos pelos moradores, foi realizado um diagnóstico que visa identificar os potenciais produtivos para futuras nomeações de Indicações Geográficas nas comunidades ribeirinhas Saco, Codozinho e Itapecuru, assentadas na área das microbacias hidrográficas do município de Codó – MA. Alguns depoimentos de moradores das regiões envolvidas, colhidos por intermédio de questionários e entrevistas formais e informais permitiram esta coleta de dados sobre demografia, cultura e aspectos socioeconômicos relacionados concomitantemente aos depoimentos e as observâncias do local em processo de estudo, e aos conhecimentos colhidos ao longo de leituras e análises bibliográficas relativas ao tema da pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Na comunidade Barro Vermelho, há produção e comercialização de farinha de mandioca (Manihot Esculenta). A farinha é vendida para outras comunidades e municípios que estão próximos da localidade de produção. Nesta comunidade há também a produção do azeite do coco babaçu (Orbignya phalerata). O azeite do coco babaçu possui aroma agradável e odor característico. É utilizado na culinária em diversos pratos como tempeiro. Na comunidade Barra do Saco foi detectado que uma família tem se dedicado a produção de artesanato. A matéria prima é a palha do tucum (). Desta planta se extrai uma fibra resistente que dá origem a dezenas de peças elegantes e sofisticadas. Um morador da comunidade apresentou o artesanato que inclui cestas, bolsas e pulseiras, originados da palha desta planta. Ainda na comunidade Barra do Saco, uma moradora realiza a fabricação do doce do pequi (Caryocar brasiliense; Caryocaraceae). E há destaque para a fabricação do carvão vegetal do coco babaçu nesta mesma comunidade rural.
CONCLUSÕES:
As tecnologias sociais identificadas nas áreas de estudo são potenciais que podem lançar base para futuros registros de Indicações Geográficas ganhando uma proteção dos bens imateriais proporcionada por meio de jurisdição. As comunidades Barra do Saco e Barro Vermelho possuem potenciais de desenvolvimento sustentável e por meio do aprimoramento de tecnologias sociais já identificadas, poderá ocorrer no futuro, o desenvolvimento das referidas áreas, tanto em termos econômicos e culturais, tendo como aliados o compromisso de promover a sustentabilidade gerando como retorno o crescimento cultural e agregação de valor econômico às regiões.
Palavras-chave: desenvolvimento, sustentabilidade, economia.