65ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 13. Engenharia Sanitária
ANÁLISE COMPARATIVA DOS CASOS DE DENGUE ENTRE MUNICIPIOS COM ATERRO SANITARIO E LIXÕES NO ESTADO DO CEARÁ
Allan Bruno Dantas Gonçalves - Curso de Engenharia Ambiental, IFCE-Campus Juazeiro do Norte
Marcelo Sousa da Penha - Curso de Engenharia Ambiental, IFCE-Campus Juazeiro do Norte
Bruno e Silva Ursulino - Curso de Engenharia Ambiental, IFCE-Campus Juazeiro do Norte
Cieusa Maria Calou e Pereira - Profa./Orientadora -Curso de Engenharia Ambiental, IFCE-Campus Juazeiro do Norte
INTRODUÇÃO:
A dengue é uma infecção viral aguda e sistêmica, veiculada de uma pessoa a outra por meio de mosquitos hematófagos, do gênero Aedes, sendo considerada uma das principais enfermidades de interesse da saúde pública no estado do Ceará. Diante da necessidade de conter epidemias de dengue, faz-se necessário estudo com finalidades de elaborar políticas públicas voltadas a interesses ambientais, especialmente a questão dos resíduos sólidos e, sobretudo, da saúde pública local.
Na maioria dos municípios a disposição dos resíduos urbanos é realizada de forma inadequada, no qual os resíduos são lançados em “lixões” que não atendem às normas técnicas de um aterro sanitário, tornando-se verdadeiros focos de microrganismos agentes transmissores de diversas doenças. No caso da dengue os números são significativos no primeiro semestre do ano, devido provavelmente a fatores como o aumento da pluviosidade, temperatura e umidade.
Considera-se que a implantação de aterros sanitários pode contribuir significativamente para uma melhor condição de saúde em relação ao uso dos lixões. Além disso, sua aplicação é a melhor forma de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, minimizando o volume de lixo em vias públicas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Comparar os índices de casos de dengue entre os municípios que possuem aterros sanitários (Maracanaú, Sobral e Maranguape) e os municípios com lixão (Juazeiro do Norte e Crato).
MÉTODOS:
O presente trabalho é uma análise comparativa entre os municípios que possuem aterros sanitários e os que não possuem. Os municípios que apresentam aterro sanitário localizados na parte norte do estado, como Maracanaú com 209.748 habitantes, Sobral com 188.271 e Maranguape com 112.926, e os municípios que não possuem aterro sanitário, situados na parte sul do estado do Ceará, como Juazeiro do Norte possuindo 249.936 habitantes e Crato com 121.462 (IBGE 2010). Esclarece-se que a escolha dos municípios se deu também pela a proximidade dos números de habitantes de cada grupo selecionado, já que o número da população influencia no volume de resíduo gerado.
Para o desenvolvimento da pesquisa foi realizado um levantamento de dados documentais no site da Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Ceará, (SESA/CE) n obtido por meio do boletim denominado Informe Semanal Dengue – 2012. A partir do mesmo foi feito um estudo bibliográfico do número de casos de dengue no período de cinco meses nos municípios em questão, compreendido entre os meses de janeiro a maio de 2012. Os casos registrados nos municípios que possuem e não possuem aterros sanitários foram apresentados em tabelas, gráficos e analisados utilizando a estatística descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A análise dos dados demonstrou que no ano de 2012 a incidência de casos de dengue no Estado do Ceará, durante os meses de janeiro a maio, foi maior nos municípios de Crato com 986 casos, Juazeiro do Norte com 892 e Maracanaú com 421. Quando analisadas as porcentagens de ocorrências por habitantes, observamos que os municípios de Crato e Juazeiro do Norte apresentaram respectivamente médias de 0,162% e 0,071%, enquanto Maracanaú, Sobral e Maranguape mostraram médias de 0,040%, 0,001% e 0,010%. Durante os meses analisados, a estatística descritiva mostrou que o município do Crato apresentou máximo e mínimo de 0,268% e 0,022% e Juazeiro do Norte 0,203 e 0,019%, ressaltando-se que esses não possuem aterro sanitário. Enquanto os demais municípios que utilizam aterro sanitário mostraram valor máximo variando de 0,022% a 0,088% e mínimo de 0,000 a 0,001%. Isso demonstra que os municípios que possuem aterro sanitário apresentaram um número menor de casos de dengue, quando comparados c om os municípios que não dispõe dessa técnica de disposição de resíduos sólidos.
CONCLUSÕES:
Com base nos resultados foi possível identificar o potencial socioambiental de um aterro sanitário como técnica correta para a disposição dos resíduos sólidos e sua ação na prevenção dos casos de dengue.
Portanto, avalia-se importante os aterros sanitários para o desenvolvimento sustentável de uma região ou localidade, visto que cidades com aterros sanitários são menos propícias a dengue, comparadas com as cidades que ainda fazem uso dos lixões. Deve-se levar em consideração que futuramente outros parâmetros terão que ser analisados, como localização do aterro, meteorologia e índice pluviométrico. Diante dos dados analisadas e os resultados mostrados constata-se o quanto a questão dos aterros sanitários é relevante para a saúde.
Palavras-chave: Aterro Sanitário, Dengue, Ceará.