65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
INFLUÊNCIA DO TABAGISMO MATERNO NO PESO AO NASCIMENTO
Ana Cristina Neves de Barros - Autora / Acadêmica do Curso de Fisioterapia - PUCGoiás
Fabiane Alves de Carvalho - Ms. Coautora - Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais e Saúde - PUCGoi
Cibelle Kayenne Martins Roberto Formiga - Profa. Dra./Coorientadora - Depto de Fisioterapia - UEG
Fabiana Pavan Viana - Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Enfermagem e Fisioterapia - PUCGoiás
INTRODUÇÃO:
O tabagismo passivo tem levado, aproximadamente, 600 mil pessoas ao óbito, por ano no mundo. Destes, 27,5% são crianças. Tabagismo passivo é a exposição secundária a qualquer substância fumígera, proveniente de um fumante. Este é considerado como um dos fatores isolados de maior significância para a morbi-mortalidade neonatal. A literatura demonstra que a exposição fetal aos componentes do tabaco prejudica o desenvolvimento do sistema respiratório fetal, gerando alterações nas vias aéreas, com consequentes alterações respiratórias funcionais na infância, que podem persistir ao longo da vida, sobretudo, quando existe à exposição ao fumo também pós-natal, o que pode de forma menos impactante, provocar efeitos adversos na função pulmonar. Assim, o hábito tabágico na gestação, pode ser um dos fatores de risco, mais evidentes para o baixo peso ao nascimento.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar os efeitos do tabagismo materno no peso ao nascimento.
MÉTODOS:
Após a aprovação do CEP (Ofício nº 051/2010), foi realizada uma pesquisa do tipo caso controle com alunos de escolas públicas, sendo identificados dois grupos, um grupo de escolares tabagista passivo e outro não tabagista passivo. Foi aplicado um questionário aos pais sobre utilização do tabaco na gestação e peso ao nascimento das crianças. Foram calculadas as frequências absoluta e relativa das variáveis e o teste Qui-quadrado foi utilizado para verificar a comparação entre os grupos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram avaliados 214 escolares de 8 a 12 anos. Observou-se maior frequência de escolares com baixo peso ao nascimento entre os tabagistas passivos, 39,4% apresentaram peso entre 2500 e 3000g e 15,6% o peso abaixo de 2500g. Já a maioria dos escolares (61,5%) não expostos à fumaça do tabaco, apresentou peso superior a 3000g (p=0,04). A presença do tabagismo materno gestacional foi maior nos escolares tabagistas passivos (23,9%), quando comparada à aos não tabagistas (3,5 %) (p=0,001). Do mesmo modo, Rozov et al. (2004), em um estudo com 255 parturientes revelaram que a média de peso ao nascimento foi significativamente menor nos recém nascidos (RNs) de mães tabagistas, onde se verificou uma média de peso de 2.918 gramas (g) e nos RNs das mães não-fumantes 3.108g. Outros estudos também descrevem que os danos biológicos celulares e moleculares provocados pelo monóxido de carbono e por outras toxinas têm forte interferência no desenvolvimento do feto. Portanto, pode-se apontar que o tabaco está entre um dos importantes fatores de risco para o baixo peso ao nascer.
CONCLUSÕES:
Pode-se verificar que o baixo peso ao nascimento e o tabagismo gestacional, foi maior entre os escolares tabagistas passivos, apontando que a exposição ao fumo involuntário pode ser um fator precipitante de redução do desenvolvimento fetal, levando a um risco relativamente grande de baixo peso ao nascimento em conceptos de gestantes fumantes.
Palavras-chave: Criança, Peso ao nascimento, Poluição por Fumaça de Tabaco.