65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 7. Oceanografia - 1. Oceanografia Biológica
VARIAÇÃO SAZONAL DA CLOROFILA A EM UM ESTUÁRIO IMPACTADO (ESTUÁRIO DO RIO BEBERIBE, PE, BRASIL)
Gislayne Cristina Palmeira Borges - Departamento de Oceanografia/Laboratório de Fitoplâncton - UFPE
Maria da Glória Gonçalves da Silva Cunha - Profa. Dra./Orientadora - Departamento de Oceanografia/Laboratório de Fitoplânct
Marilene Felipe Santiago - Departamento de Oceanografia/Laboratório de Fitoplâncton - UFPE
Jucicleide Cabral de Lima - Departamento de Oceanografia/Laboratório de Fitoplâncton - UFPE
Antonio de Castro Santos Junior - Departamento de Oceanografia/Laboratório de Oceanografia Química - UFPE
Germano Gladston Gonçalves Barbosa - Departamento de Oceanografia/Laboratório de Fitoplâncton - UFPE
INTRODUÇÃO:
Os estuários são ambientes hidrodinâmicos, produtivos e que sustentam a comunidade biológica, e também tem sua função sócio-econômica, sendo utilizados para a pesca e navegação pelas comunidades ribeirinhas. Localizado em área urbana, o estuário do rio Beberibe recebe influência antrópica constantemente com desmatamento de mangues e construções irregulares nas suas margens, além do despejo de resíduos domésticos e industriais sem tratamento prévio, e de resíduos sólidos. Os estuários do litoral norte e sul de Pernambuco têm sido bastante estudados em relação à biomassa fitoplanctônica (clorofila a) (FEITOSA et al., 1999; GREGO et al., 2004; HONORATO DA SILVA et al., 2004 e AQUINO et al., 2012), além destes, as áreas estuarinas próximas ao rio Beberibe, como o estuário do rio Capibaribe (ANJOS et al, 2012), Bacia do Pina (FEITOSA & PASSAVANTE, 1990) e Bacia Portuária do Recife (SANTIAGO et al., 2010) também foram documentadas. Esta pesquisa foi realizada com o intuito de contribuir para o conhecimento sobre a biomassa fitoplanctônica (clorofila a) e como os parâmetros ambientais (transparência da água, material em suspensão e nutrientes) influenciam no seu desenvolvimento, em um estuário com a qualidade da água comprometida.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Verificar a variação sazonal da clorofila a relacionada aos parâmetros ambientais em um estuário localizado em área urbana impactada de Pernambuco (Brasil).
MÉTODOS:
As amostras foram coletadas em junho, julho e agosto (período chuvoso) e outubro, novembro e dezembro de 2011 (período de estiagem), durante a baixa-mar e preamar em um ponto de coleta (P1) localizado na foz no estuário do rio Beberibe (8°2’26.89”S e 34°52’4.44”O). As coletas de água para os parâmetros ambientais foram realizadas com o auxílio de uma garrafa oceanográfica Niskin. Foram analisados os seguintes parâmetros: transparência da água (disco de Sechii), material em suspensão (Baumgarten, Wallner-Kersanach & Niencheski, 2010) e sais nutrientes os sais nutrientes (nitrato, nitrito e fosfato) foram determinados de acordo com Strickland & Parsons (1972) e a amônia e silicato de acordo com Grashoff, Enrhardt & Kremling (1983). O método para determinação da clorofila a foi o da análise espectrofotométrica, descrita pela UNESCO (1966), e para o cálculo da clorofila a, foi aplicada a equação apresentada por Parsons & Strickland (1963).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A precipitação pluviométrica variou de 34,6 a 444,4mm. Os sais nutrientes dissolvidos apresentaram uma distribuição sazonal irregular, o fosfato e o silicato mais expressivos no período de estiagem e os nitrogenados no período chuvoso. As concentrações de nitrito variaram de 0,08 e 16,10 µmol.L-1, as de nitrato de não detectáveis a 30,92 µmol.L-1, e a amônia oscilou entre 1,60 e 20,37 µmol.L-1. As concentrações de fosfato de 1,85 a 21,39 µmol.L-1 e as de silicato entre 1,73 e 79,74 µmol.L-1. A clorofila a e o material em suspensão foram mais expressivos no período chuvoso e a transparência da água no período de estiagem. A clorofila a oscilou entre 1,20 e 60,77 mg.m-3. A transparência da água variou de 0,05 a 1m. O material em suspensão variou de 17,75 a 157,50 mg.L-1. As concentrações elevadas de clorofila a coincidiram com valores mínimos de material em suspensão e transparência da água. A variação sazonal de clorofila a, com maiores valores no período chuvoso foi descrita por Honorato da Silva et al (2004), e foi relacionada à influência da precipitação pluviométrica. A pluviometria em ecossistemas estuarinos destaca-se como fator que controla a dinâmica sazonal do fitoplâncton, de maneira positiva ou negativa, dependendo das características de cada estuário (FEITOSA, 1996).
CONCLUSÕES:
A precipitação pluviométrica influenciou na variabilidade sazonal nas concentrações dos nutrientes, material em suspensão, valores de transparência da água e nas concentrações de clorofila a.
Palavras-chave: Fitoplâncton, Nutrientes, Pluviometria.