65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática
ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS DO LAGO PRAINHA, ZÉ DOCA (MARANHÃO).
Laise Curvina Queiroz - Discente do curso Técnico em Análises Químicas – IFMA
Karla Sterphanie Trindade Felix - Discente do curso Técnico em Análises Químicas – IFMA
Ângelo Afonso Ferreira Sousa - Discente do curso Técnico em Análises Químicas – IFMA
Erlane Santana Macedo - Discente do curso Técnico em Análises Químicas – IFMA
José Sebastião Cidreira - MSc. em Engenharia de Materiais - IFMA
Elãine Christine dos Santos Dourado - MSc. em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais – IFMA
INTRODUÇÃO:
Os impactos ambientais decorrentes da ocupação e expansão urbana se refletem de maneira acentuada em áreas fluviais. Os lagos devido suas características, funcionam em geral como filtros, retendo, por longos períodos de tempo, sedimentos de natureza orgânica e inorgânica, além de poluentes fornecidos pelos sistemas fluviais e terrestres adjacentes, acentuando ainda mais os impactos causados pelas atividades antrópicas sobre estes ecossistemas. Dessa forma, tais ambientes tem sofrido profundas alterações nas suas condições naturais, com reflexos negativos sobre a qualidade das águas.
Essa qualidade pode ser determinada por parâmetros físico-químicos que, no Brasil, são regidos por portarias e resoluções legais, que dão suporte aos laboratórios na expedição de seus laudos, como o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) que em sua Resolução nº 357 estipula os valores das propriedades físico-químicas para que a água destinada a balneabilidade possa ser considerada adequada para esse fim.
Nesse contexto, o presente buscou avaliar alguns parâmetros físico-químicos das águas superficiais do Lago Prainha, por ser esta uma das ferramentas do gerenciamento ambiental, fornecendo subsídios para a identificação de seus parâmetros, bem como o nível de impacto que pode ser causado.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a qualidade das águas do Lago Prainha através da análise de parâmetros físico-químicos, tais como temperatura, pH, cloreto, alcalinidade e dureza total, comparando com os padrões de balneabilidade estipulados na Resolução nº 357, do CONAMA.
MÉTODOS:
Foram realizadas quatro amostragens entre o período de abril de 2012 a março de 2013, abrangendo os períodos chuvosos e de estiagem em cinco pontos ao longo do Lago Prainha.
As coletas foram realizadas a 15 cm de profundidade da lâmina de água e armazenadas em garrafas de polietileno, previamente lavadas com água destilada e enviadas ao Instituto Federal do Maranhão – Campus Zé Doca, onde se realizou as determinações analíticas dos parâmetros físico-químicos.
Foram avaliados os parâmetros de pH por meio do método eletrométrico (pH-metro), pois este é mais preciso e, portanto, mais recomendável para as aplicações em laboratório e para o controle dos sistemas de uma maneira geral. A temperatura foi medida com o auxílio de um termômetro, e a alcalinidade, dureza e cloreto foram determinados por métodos titulométricos específicos. Sendo que alcalinidade T.A.T. que corresponde à quantidade de hidróxidos, carbonatos e bicarbonatos foi efetuada em presença de alaranjado de metila, a dureza total foi determinada pelo método de complexometria com EDTA sódico e o cloreto foi determinado pelo Método de Mohr.
Após a realização das análises, os resultados foram comparados com o disposto na Resolução nº 357, do CONAMA para avaliação da qualidade das águas do ecossistema analisado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Nos pontos amostrados do Lago Prainha houve grande variação entre os valores de alcalinidade encontrados, sendo o menor deles em Julho (5,69 mg L-1 CaCO3) e o maior no ponto 2 da amostragem do mês de Abril (26,00 mg L-1 CaCO3). A alcalinidade por não representar um risco potencial à saúde pública, não constitui em padrão de classificação das águas naturais, sendo limitada pelo valor de pH. No caso do ecossistema analisado, as amostras apresentaram pH inferior a 8,3 (entre 6,23 e 7,59), portanto a alcalinidade total equivale apenas à alcalinidade de bicarbonato.
De acordo com o CONAMA é permitido valores para cloreto de até 250 mg L-1Cl-, nas amostras o máximo encontrado deu-se em Fevereiro com 8,67 mg L-1Cl-.
A temperatura manteve-se constante em Julho e Dezembro, mas variou até 27ºC no mês de Abril, sendo o limite permitido de 40ºC. Os valores de dureza foram instáveis, de 23,01 mg L-1 CaCO3 no Ponto 3 em Dezembro, houve uma queda significativa nesse mesmo ponto para 18,00 mg L-1 CaCO3 na última coleta. Os valores encontrados estão em conformidade com o estabelecido, esse resultado já era esperado, pois a principal fonte de dureza nas águas é a sua passagem pelo solo e assim é muito mais frequente encontrar-se águas subterrâneas com dureza elevada do que as águas superficiais.
CONCLUSÕES:
As análises físico-químicas possibilitaram o conhecimento químico-ecológico desse ecossistema. De acordo com os resultados dos parâmetros analisados, as águas do Lago Prainha seguem o comportamento normal de ambientes ainda não alterados ou com pouca alteração, isto é, as águas estão em conformidade com os valores estabelecidos pela Resolução nº 357 do CONAMA para águas de Classe III.
Mesmo estando em conformidade com os padrões é necessário ter uma atenção voltada a esses ambientes, principalmente no âmbito de conscientizar a população que reside entorno para conservação desse recurso, sendo que o uso contínuo pode favorecer posteriormente a sua perda de recuperação natural.
Palavras-chave: Alterações, Impactos ambientais, Variação sazonal.