65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
INFLUÊNCIA DE DIFERENTES SUBSTRATOS SOBRE A GERMINAÇÃO DE CAESALPINIA ECHINATA LAM.
Eliane Clécia Pereira - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Kívia Soares de Oliveira - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Maria Da Guia Lima da Silva - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Magdi Ahmed Ibrahim Aloufa - Prof. Dr./ Orientador – Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia - UFRN
INTRODUÇÃO:
O Pau-Brasil ( Caesalpinia echinata Lam.) pertencente à família Fabaceae é uma espécie endêmica de mata atlântica (LEWIS, 2012). Sua madeira é pesada, dura e caracterizada com cerne de coloração vermelha quando recém-cortada. E se encontra na lista de espécies ameaçadas de extinção Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2008). De acordo com Mello e Barbedo (2007), para que se tenham resultados eficientes na preservação e utilização desta espécie é necessário, a produção e armazenamento de suas sementes como forma de conservação ex situ, uma vez que assume papel fundamental e, nesse caso, há necessidade de monitoramento da capacidade germinativa dessas sementes. Nesse sentido, considerando que as espécies nativas geralmente apresentam baixo índice de germinação e crescimento lento, o que muitas vezes é atribuído ao mecanismo de dormência, faz-se necessárias pesquisas que visem à produção de mudas para a implantação de pomares comerciais, bancos de germoplasma e reposição em áreas degradadas. Para isso, é importante definir um substrato e metodologia que supere a dormência e que promova velocidade e uniformidade na germinação de sementes (SILVA, 2006).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência de diferentes substratos sobre a germinação de sementes de Caesalpinia echinata Lam.
MÉTODOS:
A pesquisa foi desenvolvida em casa de vegetação do Laboratório de Biotecnologia de Conservação de Espécies Nativas do Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia, Centro de Biociências, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Para isso, foram utilizadas sementes obtidas de frutos maduros, coletadas no período de julho de 2012 de árvores nativas localizadas no entorno desta instituição. Os tratamentos utilizados foram: areia barrada (T1), húmus (T2) e vermiculita (T3). A semeadura foi realizada dia 25 de julho de 2012. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com quatro repetições de 25 sementes, totalizando 100 sementes por tratamento, colocadas para germinar em bandejas de isopor, cada uma contendo 100 células individualizadas. Após 30 dias do início do experimento foram analisados os seguintes parâmetros: índice de germinação (G%), adotando-se a metodologia agronômica de emergência da planta no solo (BRASIL, 1992), índice de velocidade de germinação (IVG) e tempo médio de germinação (TMG). Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA), sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, pelo programa ASSISTAT versão 7.6 beta.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A emergência das plântulas iniciou-se no 5º dia, sendo acompanhados até os 30 dias após o inicio do experimento. Em relação a variável porcentagem de emergência de plântulas, constatou-se que não houve influência significativa entre os substratos vermiculita (95%), húmus (90%) e areia barrada (93%). Já quanto ao tempo médio de germinação foi observado diferencia significativa, sendo o tratamento húmus (8,74 dias) seguido de vermiculita (7,74 dias) superiores em relação a areia-barrada (6,21 dias). Isso pode ser justificado devido o húmus e a vermiculita favorecer o aumento da porosidade e da retenção de água, facilitando a agregação da raiz ao substrato (PRAGANA, 1999; ARAÚJO et al., 2002). Os tratamentos utilizados também influíram nas médias do IVG. Os resultados mostram que, o tratamento com areia-barrada (3,95 dias-1) foi estatisticamente superior, seguido da vermiculita (3,48 dias-1) quando comparado ao húmus (2,84 dias-1) proporcionando às sementes índices maiores de velocidade e germinação. É importante a rapidez e uniformidade da germinação, pois quanto mais tempo à plântula permanece nos estádios iniciais de desenvolvimento mais fica exposta às condições adversas do ambiente (BOTELHO; MORAES, 2008).
CONCLUSÕES:
No teste de germinação de sementes de Caesalpinia echinata lam. todos os substratos vermiculita, húmus e areia-barrada foram eficientes na germinação. Porém, o substrato areia barrada é o mais indicado devido ter tido condições de germinação em um período menor tempo de 6 dias.
Palavras-chave: Sementes, Emergência de plântulas, Espécie florestal nativa.