65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física
A DEGRADAÇÃO DO RIO MARANGUAPINHO NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA - CEARÁ
Ana Célia Bezerra de Carvalho - Curso de Geografia - UECE
Jaqueline Pinheiro - Curso de Geografia – UECE. Laboratório de Gestão Integrada da Zona Costeira
Paulo Henrique Gurgel Fernandes - Curso de Geografia – UECE
Lídia Maria do Nascimento Xavier - Curso de Geografia – UECE. Laboratório de Gestão Integrada da Zona Costeira
Otavio Augusto de Oliveira Lima Barra - Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Geografia - UECE
Fábio Perdigão Vasconcelos - Prof. Dr./Orientador - Graduação e Pós-Graduação em Geografia - UECE
INTRODUÇÃO:
Considerado o principal afluente do Rio Ceará, o Rio Maranguapinho, localizado na região metropolitana de Fortaleza possui a extensão de aproximadamente 22.050 hectares e nascente localizada entre duas serras, a de Maranguape e a Aratanha. Este rio não pode ser considerado como um atrativo ecológico, devido sua drenagem passar por várias zonas de densidade populacional e industrial, o que influencia quantitativamente a contaminação das águas. Os efluentes lançados no rio sem o tratamento e monitoramento adequado, agravam a situação da qualidade das águas. Entretanto, estes nãos são os únicos causadores de contaminação, pois deve-se analisar a existência das comunidades residentes às margens do rio, que por não terem a coleta necessária ou o saneamento básico, se veem na precisão de utilizarem o recurso hídrico para o lançamento de esgoto, sendo este rio tratado como um simples depósito de dejetos e resíduos sólidos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar os impactos ambientais mais significativos ao Rio Maranguapinho, indagando sobre as condições socioeconômicas da população ribeirinha questionando as principais consequências ambientais ocasionadas pela contaminação acentuada da drenagem do Rio Maranguapinho. Além disso, busca-se uma possível solução para o melhoramento da vazão poluída.
MÉTODOS:
Dentre os conceitos existentes na Geografia, pode-se relacionar a paisagem como a principal sofredora dessas consequências ocasionada pela rápida urbanização, tornando-se desornada e ocasionando uma série de deficiências. Para Santos, a paisagem é um conjunto de elementos naturais e artificiais que caracterizam uma área, sendo modificada e complementada em um espaço tempo.
Cada paisagem se caracteriza por uma dada distribuição de formas-objetos, providas de um conteúdo. Por isso, esses objetos não mudam, mas de função isto é, de significado, de valor sistêmico. (SANTOS, 2006. p. 67)
Mendonça (2004) propõe novos conceitos no tratamento da problemática ambiental urbana a partir de um ponto de vista interdisciplinar, até mesmo por conta da complexidade dessa questão, que envolve, entre outros, processos de exclusão e injustiça social. Dessa forma, a população urbana ao se encontrar exposta a fenômenos naturais, tecnológicos ou sociais impactantes, eventuais e/ou catastróficos, passou a evidenciar condições de risco ambiental. (RIBEIRO 2009)
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O rio Maranguapinho controla uma bacia hidrográfica com área de 215,0 km² e tem aproximadamente 40,27 km de extensão em leito fluvial, sendo precisamente 48,8 km desde a foz no rio Ceará até a nascente mais distante na serra de Maranguape, Maracanaú, Caucaia e Fortaleza. (SEMACE, 2008).
Os padrões de drenagem têm conformação dendrítica e a duração do escoamento tem estreita dependência do regime pluviométrico. Os solos, via de regra, são predominantemente rasos e associações se distribuem de acordo com a compartimentação morfo-estrutural. Este rio desemboca no Rio Ceará pouco antes
da Barra do Ceará, compartilhando, portanto, da mesma foz. Apresenta suas nascentes na região serrana de Maranguape, o que implica em declividades acentuadas, ocasionando uma alta velocidade do rio e seus afluentes, nos alto curso. Essa maior fluidez da água acentua-se na estação chuvosa, época em que ocorrem deslizamentos da serra, os quais provocam assoreamento do seu leito natural e, consequentemente, transbordamentos e alagamentos de grandes proporções nos médios e baixos cursos.
Segundo Souza, enquadrando-se nas planícies fluviais quais se caracterizam por serem superfícies planas ou levemente onduladas às margens dos rios, resultantes dos processos de acumulação fluvial, de materiais arenosos, areno-argilosos, argilosos e cascalheiras formadoras dos depósitos aluviais recentes (Quaternários/Holoceno). Sua dimensão no território cearense corresponde a uma área de 3.104,5Km2.
CONCLUSÕES:
A partir do estudo realizado sobre o Rio Maranguapinho, entende-se os aspectos socioambientais, subdivididos nos tópicos que seguiram, sendo eles a análise social da população moradora às margens do Rio Maranguapinho, a geomorfologia e a hidrologia do mesmo. No que diz respeito aos aspectos sociais, pode-se observar que a população habitante da região do Rio Maranguapinho vem sofrendo diversos fatores, como por exemplo, o crescimento da vegetação em épocas chuvosas, que traz consigo a proliferação de insetos, e consequentemente várias doenças, ou até mesmo as enchentes que atinge aproximadamente 13.278 famílias/ano. O Governo Estadual e Federal, através do PAC, vem tentando trazer soluções para o problema, como principalmente, a construção de conjuntos habitacionais para essa população, dentre outras propostas, sendo assim, havendo uma requalificação do rio.
Com relação à hidrogeomorfologia, observou-se que embora o rio tenha sofrido um intenso processo de urbanização, e também sofrendo com uma grande quantidade de lixo depositado em seu leito devido essa urbanização, ainda é possível perceber alguns focos da sua composição original da sua unidade, tabuleiro pré-litorâneo, e no trecho estudado, onde se encontram áreas de planície fluvial.
E grande parte dessa população vive em condições miseráveis, morando às margens de um rio poluído – inclusive por eles – sem a oportunidade de ter um emprego digno, ou uma escola de qualidade, esperando uma atitude do poder público.
Palavras-chave: Maranguapinho, Poluição, Degradação.