65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
INCENTIVO À LEITURA: A BIBLIOTECA COMO INSTRUMENTO DE MELHORIA DAS PRÁTICAS DE LEITURA DENTRO DO AMBIENTE ESCOLAR
Thaís Luana de Souza Francisco - Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos- UFMA, Campus São Bernardo/MA
Thiago da Silva Quadro - Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos- UFMA, Campus São Bernardo/MA
Maria Leonara Oliveira - Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos- UFMA, Campus São Bernardo/MA
Ismael Araújo Monteiro - Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos- UFMA, Campus São Bernardo/MA
Soanne Maria Spindola Costa - Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos- UFMA, Campus São Bernardo/MA
Katia Cilene Ferreira França - Prof ª Ma./Orientadora-Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos- UFMA
INTRODUÇÃO:
Este trabalho baseia-se nas reflexões sobre uma atividade de diagnóstico relativa ao espaço real e simbólico da biblioteca na escola I.E. Cônego Nestor de Carvalho Cunha. A investigação organizou-se em quatro etapas: busca de informações a respeito do espaço disponível na escola para práticas de leitura; análise da estrutura física do espaço chamado biblioteca, inventário do acervo e entrevista com a supervisora do grupo PIBID- Linguagens e Códigos- UFMA que também é professora de Língua Portuguesa, na escola onde foi realizada a pesquisa. A inexistência de uma biblioteca e a desativação do espaço de leitura foi à primeira informação coletada. Considerando a importância desse espaço para a construção e o desenvolvimento de práticas de leituras, as demais etapas do diagnóstico voltaram-se para o planejamento de formas de reativação desse espaço, bem como para a elaboração de atividades de leitura em sala de aula, como lugar de ler e escrever histórias. Essa proposta de trabalho agrega a relação de proximidade tanto de alunos com o livro, como fonte de descobertas, de conhecimento, de prazer pelo texto; quanto de bolsistas PIBID/UFMA com a docência, com a prática de ensino, com a pesquisa na escola.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Apresentar um diagnóstico sobre o espaço real e simbólico destinado para a biblioteca na escola I.E. Cônego Nestor de Carvalho Cunha, bem como algumas reflexões sobre a ação do professor de língua portuguesa enquanto pesquisador do cotidiano escolar.
MÉTODOS:
Foram realizadas reuniões com a supervisora e bolsistas do grupo PIBID-UFMA para saber se havia um espaço de leitura ou uma biblioteca dentro da escola e como eram tratadas as práticas de leitura na mesma. Foi constatado pelos bolsistas que havia uma sala na quais livros eram armazenados, dentro de caixas e sem nenhuma identificação específica, mas não uma biblioteca. O que representa um hiato entre o lugar real e simbólico da leitura na escola, principalmente se for considerado que a biblioteca é um território em que o livro é escolhido pelos alunos. A fim de descobrir que livros poderiam estar nas mãos dos estudantes, foi realizado um inventário dos livros de acordo com a classificação específica de cada gênero. Dentre os mais de 300 títulos catalogados, os de contos e crônicas encontraram-se em maior quantidade. No que tange ao espaço físico, este foi analisado e medido para conhecimento de suas dimensões e desenhada uma planta para uma futura organização do espaço. Para conhecer que livros e gêneros textuais os professores usavam nas atividades em sala de aula e quais as impressões dos mesmos sobre a leitura e escrita dos alunos do 6º ano, foi realizada uma entrevista com a professora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O espaço em que os livros se encontravam organizados não proporcionava uma exposição que facilitasse o acesso aos leitores. O total de livros disponíveis nesse espaço era de 319 exemplares. A maior quantidade era composta por livros de contos e crônicas com 86 livros. Na entrevista realizada com a professora supervisora, ela destacou que o gênero conto é mais fácil de ser trabalhado em sala de aula, pois, geralmente são leituras curtas e com uma linguagem simples. Disse ainda que a maioria dos alunos não tem o hábito de ler e geralmente se negam a participar de atividades que exigem muita leitura e interpretação de texto. Sobre o funcionamento e a desativação da biblioteca, revelou que a existência do lugar como sala de leitura que para atender a uma nova disposição de espaços, houve inicialmente a suspensão das atividades na biblioteca, realidade que persiste há pelo menos seis anos. Na entrevista a professora destacou a necessidade de uma biblioteca ou uma sala de leitura bem organizada e agradável para que os alunos se sintam incentivados a ler, o que mostra o modo como a biblioteca se constitui no imaginário do professor como lugar capaz de motivar uma relação de proximidade com o ato de ler dos alunos.
CONCLUSÕES:
As investigações realizadas mostraram que a projeção da biblioteca na arquitetura escolar não é garantia de funcionamento desse espaço especifico de leitura. Se por um lado a biblioteca não é garantia de que os alunos serão leitores assíduos, por outro ela é a garantia de um direito: o de ter acesso à leitura, de poder escolher o livro, de construir uma autonomia enquanto leitor, de sentir-se cidadão, principalmente se pensarmos na realidade nacional vivida no interior das cidades brasileiras, onde a escola em questão está localizada. A formação do capital cultural (BOURDIEU, 1997) dos estudantes que será avaliado não se resume ao que é estudado no conteúdo de livros didáticos, mas pelas leituras que ele carrega pelo modo como usa a escrita e a fala. A luta pelo direito à leitura é a luta contra a exclusão, contra a discriminação social.
Palavras-chave: Espaço de leitura;, Escola;, Incentivo à leitura..