65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 5. Farmacognosia
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE E BIOENSAIO TOXICOLÓGICO FRENTE ÀS LARVAS DE Artemia salina L. DE ESPÉCIES VEGETAIS DO NORDESTE DO BRASIL.
Tayane Gomes Cabral - Autora- Graduanda em Farmácia pela Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS)
Karen Pena de Souza Cavalcanti - Co-autora – Mestre em Biotecnologia de produtos bioativos, UFPE
Anna Beatriz Pereira Silva - Co-autora – Graduanda em Farmácia pela Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS)
Ivone Antônia de Souza - Profa. Dra./Co-orientadora – Departamento de antibióticos, UFPE
Elisangela Christhianne Barbosa da Silva - Profa. Ms./Orientadora - Departamento de antibióticos, UFPE
INTRODUÇÃO:
A utilização das fontes vegetais para serviços terapêuticos é uma tradição antiga e continua sendo difundida nos tempos modernos. Com o avanço da ciência ficou possível estudar detalhadamente a eficácia terapêutica de algumas plantas, bem como isolar moléculas biologicamente ativas de grande importância farmacológica para a terapia clínica. A ação dos antioxidantes das plantas tem sido alvo de pesquisas devido aos efeitos dos radicais livres no organismo. As Espécies Reativas de Oxigênio (ERO) possuem grande papel na cadeia respiratória; produção de energia; fagocitose e outros. Contudo, quando produzidas em excesso rompem ligações covalentes prejudicando algumas células, esse estresse oxidativo é um dos fatores no desenvolvimento de algumas doenças, assim substâncias antioxidantes auxiliam o organismo a lidar com esse estresse. O crescente interesse nas moléculas antioxidantes tem levado pesquisadores a analisar os mecanismos de proteção de legumes, frutas e plantas medicinais. Garantindo a segurança dos produtos naturais foram realizadas avaliações toxicológicas das espécies estudadas, em bioensaios com Artemia salina. Plantas do semi-árido nordestino foram utilizadas no estudo como, a Genipa americana; o Pilosocereus gounellei e Mimosa hostilis.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Esse trabalho teve como objetivo investigar a propriedade antioxidante utilizando radicais livres; identificar a concentração de fenóis total e flavonoides e determinar a CL50 das três espécies vegetais a Genipa americana; Pilosocereus gounellei e Mimosa hostilis comuns da flora do nordeste do Brasil.
MÉTODOS:
Os extratos foram cedidos pela professora Doutora Ivone Antônia de Souza (Laboratório de farmacologia e cancerologia experimental, Departamento de antibióticos, UFPE– Recife). Foram selecionadas as seguintes espécies: frutos da Genipa americana; cladódios do Pilosocereus gounellei e folhas da Mimosa hostilis, sendo trituradas e submetidas à maceração em etanol 98,20 GL, o macerado foi concentrado até a secura em rotaevaporador para eliminação dos solventes orgânicos. O bioensaio toxicológico com Artemia salina foi realizado pela metodologia de Meyer et al e Parra et al, os valores da CL50 foram calculados de acordo com o método de Litchfield e Wilcoxon onde o limite de confiança é de 95 por cento. A atividade antioxidante foi determinada através da capacidade dos antioxidantes presentes nos extratos em sequestra os radicais livres, o DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazile) conforme relatado pelo autor Blois e o oxido nítrico gerado a partir do nitroprussiato de sódio medido pela reação de Greiss de acordo com Marcocci et al. A concentração de fenóis total foi determinada pela metodologia de Folin-ciocalteu proposta por Kahkonen et al, e a de flavonoides foi determinada pelo método proposto por Kumaran e Karunakaran.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Na avaliação da atividade antioxidante os melhores resultados para o método DPPH foram: extrato etanólico de Pilosocereus gounellei (IC50= 82,52 μg.ml-1) e Mimosa hostilis (IC50= 235,63 μg.ml-1), comparadas ao padrão de ácido gálico (IC50= 165,07 μg.ml-1). Para o teste com ON os resultados foram Pilosocereus gounellei (IC50= 22,17979 μg.ml-1), Genipa americana (IC50= 90,05337μg.ml-1) e Mimosa hostilis (IC50= 196,0415 μg.ml-1), comparadas ao padrão de ácido gálico (IC50= 174,5595 μg.ml-1). No bioensaio frente à Artemia salina dos extratos analisados todos apresentaram baixa toxicidade. Pilosocereus gounellei apresentou CL50 de 555,108 μg.ml-1, já para a Mimosa hostilis o valor da CL50 foi 2312,83 μg.ml-1, de acordo com o método de Litchifield e Wilcoxon o valor de CL50 > 103 μg.ml-1 é indicativo de baixa toxicidade. O extrato de Genipa americana mostrou-se atóxico, visto que não houve morte dos metanáuplios de Artemia salina em nenhuma concentração testada.
CONCLUSÕES:
Com os resultados analisados concluímos que a Genipa americana é uma planta atóxica que apresentou resultados contraditórios nos testes antioxidantes realizados mostrando que não há um método especifico para avaliar o potencial antioxidante de uma planta. A Mimosa hostilis também não apresentou toxicidade, e demostrou uma moderada ação antioxidante explicando a atividade antimicrobiana e antifúngica dessas plantas. O Pilosocereus gounellei revelou uma bioatividade, devido a algum composto bioativo presente na planta sendo o extrato que apresentou a maior atividade antioxidante. Pesquisas estão sendo realizadas para descobertas de novas plantas que ajudem na prevenção de patologias, os extratos analisados não mostraram uma elevada letalidade podendo então ser utilizadas sem riscos como já havia sendo feito no uso popular e medicinal.
Palavras-chave: bioatividade, potencial antioxidante, toxicidade.