65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 4. Economia Industrial
PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO PRODUTIVA NA PERSPECTIVA DA NOVA ECONOMIA INSTITUCIONAL
Jaqueline Damasceno Silva - Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia-UFG
Claudia Regina Rosal Carvalho - Profa Dra/Orientadora - Fac. de Administração, Ciências Contábeis e Economia-UFG
INTRODUÇÃO:
A primeira parte deste trabalho abordada as teorias do processo de internacionalização de empresas – teorias econômicas e comportamentais – são apresentadas, ainda, as formas pelas quais o processo de Internacionalização Produtiva ocorre. A segunda parte apresenta uma revisão teórica dos conceitos básicos da Nova Economia Institucional, fundamentando-se na obra inicial de Coase (1937), abordando a Teoria dos Custos de Transação e suas principais características, como os pressupostos comportamentais. E finalmente, como objetivo principal, procura-se relacionar as duas seções anteriores, respondendo a questão inicial desta pesquisa, ou seja, evidenciar quais são as vantagens, desvantagens e limitações do processo de internacionalização, fundamentando-se na teoria da Nova Economia Institucional.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho é entender quais são as vantagens, desvantagens e limitações do processo de Internacionalização Produtiva, quando observado pela perspectiva da Nova Economia Institucional.
MÉTODOS:
O trabalho apresentada uma revisão teórica sobre a Nova Economia Institucional, explicitando o que é a Teoria dos Custos de Produção e suas características - os pressupostos comportamentais, a presença de ativos específicos, a assimetria de informações, a incerteza e a complexidade do ambiente econômico – e, apresenta ainda, os modelos de Internacionalização Produtiva mais eficientes, quando evidenciada a presença dos Custos de Transação, para assim, destacar as vantagens, desvantagens deste processo.
Para revisão teórica foram utilizadas literatura nacional – contendo desde artigos e teses de mestrado e doutorado, até obras completas de alguns autores – mas, principalmente, literatura internacional, uma vez que grande parte dos trabalhos relacionados ao tema encontra-se nesta bibliografia.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A Nova Economia Institucional de Coase (1937) caracteriza a firma como coordenadora dos agentes econômicos, que soluciona os conflitos do processo produtivo minimizando os custos de obter produtos no mercado, através da internalização da produção numa estrutura hierárquica. Pondé (1994) afirma que o Custo de Transação é o gasto de recursos para planejar, adaptar e monitorar o processo e garantir o cumprimento eficiente do contrato. Porém, a complexidade e incerteza do ambiente, ação oportunista e assimetria de informação associada à racionalidade limitada são barreiras para eficiência. No ambiente econômico, a busca do lucro leva o agente ao mercado internacional quando há saturação do mercado interno, processo composto de quatro estágios explorados por Johanson e Wiedersheim-Paul (1975). É pela identificação do nível de interesse da empresa que se determina o modo adequado para se internacionalizar. Entre as teorias econômicas da internacionalização – estudam os fatores que atraem o investimento para o exterior aplicando conceitos de Custo de Transação de Williamson (1975) – destaca-se a Teoria de Internalização do processo produtivo, por evidenciar as vantagens competitivas do Investimento Direto no Exterior, que supera as limitações do contrato imperfeito, apontado pela NEI.
CONCLUSÕES:
A Teoria de Internalização, desenvolvida por Buckley e Casson (1976) a partir dos trabalhos sobre mercados e hierarquias de Williamson (1975), refere-se às transações entre mercados ineficientes, indicando que a empresa deve criar seu próprio fluxo de produção através do Investimento Direto no Exterior. Esta teoria explica que as empresas preferem se internacionalizar através do IDE ao invés dos contratos imperfeitos para evitar as limitações de eficiência apontadas pela NEI, uma vez que adquirem vantagens ao se internalizar, denominadas vantagens competitivas. Estas vantagens adquiridas em um país podem ser exploradas em outro país, sugerindo que a firma passa por um trade-off entre estabelecer uma filial integral ou firmar contratos de licença com parceiros no processo de internacionalização, sendo esta escolha guiada pela eficiência da hierarquização em relação ao mercado externo (KRUGMAN, 1981; HENNART, 1982). A desvantagem da internacionalização por internalização encontra-se no caráter estático da teoria, que desconsidera a aprendizagem organizacional no processo e não explica as formas de cooperação empresarial entre as partes, além do que está voltada para as atividades de produção manufatureira, sendo pouco aplicável a prestação de serviços.
Palavras-chave: Internacionalização, Custos de Transação, Pressupostos Comportamentais.