65ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências

A CONFECÇÃO DE MODELOS CELULARES COMO INSTRUMENTOS MEDIADORES PARA A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Antonia Adriana Mota Arrais - Faculdade UnB Planaltina - UnB Lara Sady Severo - Faculdade UnB Planaltina – UnB Phelipe Gomes Queiroz - Faculdade UnB Planaltina – UnB Felipe Pereira Campos - Faculdade UnB Planaltina – UnB Delano Moddy Simões da Silva - Prof. Dr./Orientador - Faculdade UnB Planaltina - UnB Marcos Antonio de Figueirêdo Barbosa - Prof. Supervisor – Centro Educacional 03 de Sobradinho - SEDF

INTRODUÇÃO:

O ensino de Citologia constitui um dos conteúdos do Ensino Fundamental que necessita de maior preocupação por parte dos docentes, já que a temática celular é pouco explorada pelo livro didático, apresenta conceitos abstratos e estuda aspectos microscópicos, dificultando a aprendizagem dos alunos. Assim a confecção de recursos que auxiliem e facilitem o processo de ensino aprendizagem de citologia se faz necessária para que os estudantes conheçam os avanços e a importância desses conteúdos na ciência moderna. (ORLANDO et al, 2009). Devido às dificuldades encontradas nas escolas públicas para a realização de atividades laboratoriais que envolva a observação de células, propôs-se que os alunos do 8° ano construíssem modelos de célula animal e vegetal utilizando a criatividade. Considerando que “os modelos didáticos são representações, confeccionadas a partir de material concreto, de estruturas ou partes de processos biológicos” que aproximam os alunos da realidade (JUSTINA; FERLA, 2006, p. 35). Neste contexto os bolsistas do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) confeccionaram um jogo de perguntas e respostas que tinha a finalidade de averiguar a percepção dos alunos sobre o conteúdo citológico após a construção do modelo celular.

OBJETIVO DO TRABALHO:

Avaliar, por meio do jogo de perguntas e respostas, como a confecção do modelo celular auxiliou na aprendizagem dos alunos do 8° ano do Ensino Fundamental de uma determinada escola pública localizada na zona urbana de Sobradinho – DF.

MÉTODOS:

Este trabalho foi realizado em seis turmas, com cerca de 40 alunos em cada. A primeira etapa consistiu na divisão da turma em seis grupos, seguida pela explanação do conceito de modelo aos discentes. Após essa explicação foi realizada a proposta da construção do recurso didático e em seguida houve um sorteio para decidir quais grupos iam confeccionar e apresentar o modelo de célula animal e vegetal. O material para a construção do mesmo ficou a critério dos grupos para que estes pudessem explorar a criatividade, depois explicitamos que eles deveriam apresentar o modelo confeccionado e participar do jogo no momento conveniente. Na segunda etapa, o professor regente fez uma revisão sobre célula animal e vegetal. Na terceira etapa, os alunos apresentaram o modelo celular e participaram da atividade. Esta consistiu em um jogo de perguntas e respostas, constituído de questões objetivas: de múltipla escolha, verdadeiro ou falso e preenchimento; e também de questões subjetivas que tinham a finalidade de verificar como a construção do modelo auxiliou na aprendizagem do conteúdo citológico. Dessa forma, cada grupo teve que responder a três perguntas referentes ao seu modelo e uma relacionada a outro modelo. Foi realizada uma análise qualitativa dos dados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Os resultados mostraram-se bastante satisfatórios. Durante a apresentação a maioria dos grupos discorreu que não possuíram dificuldade para confeccionar o modelo e a escolha do material foi dada de forma análoga as organelas celulares representadas nos meios de pesquisa. Os discentes utilizaram diversos materiais de baixo custo para a construção destes recursos: massa de modelar, gelatina, guloseimas, macarrão instantâneo, gel, pedaços de madeira, isopor, barbante, tinta guache, cartolina, entre outros. Ao pesquisar imagens para auxiliar na confecção do material, eles utilizaram a internet e o próprio livro didático como ferramentas de busca. Observou-se que os alunos possuem muita dificuldade para pronunciar corretamente os nomes das organelas. Quando questionados a respeito da contribuição do modelo para a aprendizagem do conteúdo citológico, a maioria mencionou que o processo de construção do material auxiliou bastante, pois pesquisaram sobre a estrutura e função das organelas para que pudessem confeccionar modelos relevantes. No decorrer do jogo os alunos estavam empenhados e foram bem quando indagados á respeito da função que as organelas apresentam, porém mostraram possuir dificuldade em diferenciar a célula animal da vegetal.

CONCLUSÕES:

De acordo com Orlando et al. (2009), a criação dos seus próprios modelos faz com que os discentes adquiram e desenvolvam habilidades artísticas, preocupem-se com os detalhes intrínsecos do recurso didático, revisem e estudem o conteúdo citológico e pensem em uma melhor forma de representá-los. Assim, a confecção de modelos didáticos auxilia na construção do conhecimento, pois coloca o aluno como agente ativo no processo de ensino aprendizagem. Com certeza essa atividade facilita a construção conceitual. Com o trabalho desenvolvido constatou-se que os discentes gostaram da atividade proposta já que estes se mostraram participativos, interessados e motivados durante o desenvolvimento da mesma. Dessa forma, os objetivos foram alcançados com êxito e pode-se concluir que a utilização da modelagem e do jogo no ensino de ciências promoveu uma maior assimilação da temática citológica.

Palavras-chave: modelos didáticos, jogos, citologia.