65ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 3. Antropologia das Populações Afro-Brasileiras

"UNIVERSIDADE – QUILOMBOLAS": INTERCAMBIANDO VIVÊNCIAS E CONHECIMENTOS.

José Rodrigo Pontes dos Santos - Faculdade de Pedagogia/ Campus Universitário de Castanhal/UFPA Gabriela Freitas da Paixão - Instituição: Faculdade de Pedagogia/ Campus Universitário de Castanhal/UFPA Luiz Claudio Silva de Castilho Junior - Instituição: Faculdade de Pedagogia/ Campus Universitário de Castanhal/UFPA Naiara de Sousa Araújo - Instituição: Faculdade de Pedagogia/ Campus Universitário de Castanhal/UFPA Luis Fernando Palheta - Instituição: Faculdade de Pedagogia/ Campus Universitário de Castanhal/UFPA Assunção José Pureza Amaral - Prof. Dr. Orientador, Instituição: Faculdade de Pedagogia/ Campus Castanhal/UFPA

INTRODUÇÃO:

A relação pesquisa, extensão e ensino, sem dúvida alguma, se complementam como metodologias indissociáveis e indispensáveis na formação acadêmica nas mais diferentes esferas de ensino. Por meio do trabalho de extensão, torna-se possível o estreitamento desses campos e a aproximação entre teoria e a pratica. Essa tríade permite a percepção de forma claro e sucinta existente entre a universidade e a sociedade, se configurando como uma via de mão dupla, ao qual possibilita uma melhor chance de elaboração de conhecimento (LOUZADA, S/D). Neste trabalho buscamos analisar o intercâmbio entre a Universidade e o Quilombo de Itaboca, partir das intervenções do Programa Universidade no Quilombo, realizadas pelos alunos do Campus Universitário de Castanhal - UFPA, uma vez que através dessas ações tornou-se possível a articulação e a consolidação de estudos obtidos na Universidade, a fim de que essas vivências se extrapolassem e tornassem significativas no exercício das atividades de futuros profissionais.

OBJETIVO DO TRABALHO:

Análise das intervenções socioeducativas no Quilombo como campo de pesquisa, extensão e ensino para acadêmicos da UFPA. Compreender as vivências dos alunos envolvidos, os elementos significativos em sua formação, em especial aos discentes das licenciaturas. Compreender a percepção dos envolvidos acerca da historia e da Cultura africana e afro-brasileira de acordo com a lei 10.639/03.

MÉTODOS:

Os intercâmbios entre a universidade e os quilombolas ocorreram mensalmente no ano de 2012 através de visitas programadas de discentes, professores e técnicos no quilombola de Itaboca, município de Inhangapi - Nordeste do Estado do Pará. Por meio de rodas de conversas; trilhas ecológicas; pesquisa de campo; observações diretas; entrevistas dirigidas com os envolvidos e pesquisa bibliográfica tornaram-se possível a construção recíproca de conhecimentos. Explanações sobre identidade e cultura abriam as rodas de conversas com autoridades da comunidade, seguidas de trilhas ecológicas no território quilombola, com explicações e repasse de conhecimentos da flora e seu uso no sustento e na cura de doenças pelos mais idosos. Por meio de entrevistas dirigidas e pesquisas feitas por discentes sobre orientação dos docentes, se deu o levantamento da historia, relatos, mitos e “causos” da comunidade, aguçando o faro investigativo e pesquisador dos mesmos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

As ações do Programa Universidade no Quilombo se configuraram como subsídios essenciais aos discentes, constituindo-se como elementos riquíssimos para a formação dos futuros professores dos diferentes cursos do Campus Universitário de Castanhal. Através de analises percebeu-se a relação entre a teoria, a extensão e o ensino buscada pelas Universidades. Por meio dos intercâmbios tornou-se possível a desmistificação de mitos da visão eurocêntrica de quilombo como fuga de escravo, mais sim, a ressalva de suas lutas, conquistas e cultura (AMARAL, 2004). Por fim, as intervenções propiciaram e proporcionaram a preparação de futuros educadores a partir das vivências no ambiente quilombola tendo como suporte a lei 10.639.

CONCLUSÕES:

Muito além de simples intervenções no território quilombola, os intercâmbios aderiram ao caráter socioeducativo, sendo extensão dos assuntos discutidos em sala de aula, transformando-se e propiciando a vivência das teorias, assim se configurando como um importante componente complementar na formação dos acadêmicos. Portanto este trabalho se configurou como essencial no meio acadêmico, pois a partir dos intercâmbios entre a universidade e o quilombo, firmado entre docentes, discentes, parceiros e quilombolas nas ações foi possível ressaltar o caráter precursor e difusor de conhecimentos aderido, estreitando os laços entre a pesquisa, extensão e ensino.

Palavras-chave: Lei 10639/03, Educação socioeducativa, Quilombos.