65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
USO DE MÉTODO DESTRUTIVO E NÃO DESTRUTIVO PARA ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE PIGMENTOS FOTOSSINTÉTICOS DE CANA-DE-AÇÚCAR SUBMETIDA À SUSPENSÃO DE REGA E POSTERIOR REIRRIGAÇÃO
Natália Vaz da Silva - Depto. de Ciência Florestal - UFRPE
Elaine Cristina Alves dos Santos - RENORBIO - UFRPE
Cinthya Mirella Pacheco - RENORBIO - UFRPE
Rafaela Pereira de Souza - Depto. de Biologia – UFRPE
Rejane Jurema Mansur Custódio Nogueira - Profª Drª/Orientadora – Depto. de Biologia - UFRPE
INTRODUÇÃO:
É reconhecido que o cultivo de cana-de-açúcar assume um papel de grande importância na economia do nosso país. Esse mercado exigente necessita, pelo menos, da manutenção das taxas de produtividade para atender a contínua demanda do mercado. Para que isso ocorra, é primordial o conhecimento fisiológico desta planta para a seleção de variedades tolerantes a estresses abióticos como a seca, por exemplo, possibilitando um melhor desempenho das plantas cultivadas em regiões de clima semiárido. Diversos são os efeitos do estresse hídrico aos vegetais, podendo ser afetadas as relações hídricas, as trocas gasosas e por consequência do fechamento parcial ou total dos estômatos, a assimilação de carbono é reduzida e, portanto, o crescimento também é prejudicado. Pode haver também efeitos sobre as concentrações dos pigmentos fotossintéticos, que são de suma importância por terem relação direta com a fotossíntese e, consequentemente, com a produtividade das plantas. Para a determinação desses pigmentos existem diversos métodos e o presente trabalho utilizou dois deles (destrutivo - bioquímico e não destrutivo - SPAD) para estudar o comportamento dos pigmentos quando as plantas são expostas à seca e depois reidratadas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Diante da importância do conhecimento da fisiologia de plantas de interesse econômico como a cana-de-açúcar, o objetivo do presente trabalho foi avaliar os teores de pigmentos fotossintéticos testando dois métodos (destrutivo e não destrutivo) em plantas de cana-de-açúcar submetidas a supressão hídrica e posterior reirrigação, para a seleção de variedades tolerantes a estresses á seca.
MÉTODOS:
Foi montado um experimento em casa-de-vegetação, no Laboratório de Fisiologia Vegetal do Departamento de Biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco no período de junho a setembro de 2011. As plantas da variedade RB92579 permaneceram em aclimatação por 90 dias com a capacidade de pote mantida através de pesagem diária. Após esse período, as plantas foram submetidas à suspensão de rega e aos 2, 4 e 6 dias foram feitas leituras de SPAD 502 para avaliar o índice de clorofila (método não destrutivo) e foi coletado material vegetal para avaliação do teor de pigmentos clorofila a e carotenoides (método destrutivo). Depois de cada uma destas coletas, as plantas sob supressão hídrica foram reirrigadas e passadas mais 48 horas, as análises foram realizadas novamente. A determinação dos pigmentos fotossintetizantes foi feita através da extração dos mesmos em álcool e determinados por leitura em espectrofotômetro. Os dados foram analisados em esquema fatorial 3X3 (3 tratamentos e 3 épocas de avaliação), onde foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os teores de clorofila foram reduzidos a partir do 4º dia de imposição do estresse, independendo do método de avaliação. Para os carotenoides, determinados apenas pelo método destrutivo, foram afetados apenas aos 2 dias de supressão hídrica, tendo apresentado valores semelhantes as plantas controle nas demais épocas de avaliação. Em relação ao método não destrutivo, aos 4 dias observou-se um incremento de 18,6% no índice de clorofila das plantas reirrigadas em relação àquelas sob estresse, assemelhando-se às do tratamento controle. Diferentemente, aos 6 dias, onde foram verificadas reduções em relação a controle de 46% e 63,8%, para as plantas sem rega e as reirrigadas, respectivamente. Enquanto que no método destrutivo foram encontradas reduções apenas nas plantas sob estresse, sendo estes teores 18.2%, 45.4% e 90.9% menores do que as controle, aos 2, 4 e 6 dias, respectivamente. Foi verificado ainda que a reirrigação após 2 e 4 dias de imposição ao estresse foi suficiente para que os teores voltassem a se assemelhar as plantas controle. Já após 6 dias, a reidratação ocasionou um aumento no teor de clorofila a, porém não suficiente para se assemelhar, ficando ainda 47,9% menor que as controle.
CONCLUSÕES:
A variedade RB92579 tem seu teor de clorofila afetado a partir do 4º dia de supressão hídrica com potencial de restabelecimento após reidratação de 48 horas, Não havendo prejuízo ao teor de carotenoides. Para a determinação da clorofila há uma semelhança entre os métodos destrutivo e não destrutivo avaliados.
Palavras-chave: SPAD, estresse hídrico, clorofila.