65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 2. Biologia Geral - 3. Biologia Geral
AVALIAÇÃO DO EFEITO TOXICOLÓGICO DO EXTRATO ETANÓLICO DA CASCA DA AMEIXA-DO-MATO (Ximenia americana L.)
Josiane Costa Rocha - Centro de Ciências da Natureza – CCN - UESPI
Jardison de Oliveira Cunha - Centro de Ciências da Natureza – CCN - UESPI
Pedro Marcos de Almeida - Prof. MSc / Coorientador- Centro de Ciências da Saúde – CCS – UESPI/FACIME
Francielle Alline Martins - Profa. Dra./ Orientadora - Centro de Ciências da Natureza – CCN - UESPI
INTRODUÇÃO:
Ameixa-do-mato (Ximenia americana L.) é uma árvore pertencente à família Oleacaceae, que possui 27 gêneros e aproximadamente 200 espécies. No Brasil, aproximadamente, 13 gêneros e cerca de 60 espécies são encontrados. É uma planta com uso bem diversificado na medicina humana e animal possuindo potencial para consumo in natura e industrializado. A casca da ameixa-do-mato possui atividade antimicrobiana, anti-inflamatória, antialérgica, antibacteriana, antifúngica, antineoplástica. O efeito protetor e medicinal da casca, provavelmente, deve-se a presença principalmente dos polifenois entre outros compostos tais como: alcaloides, taninos, pirogálico, flavona, flavonóis, xantona, albumina, antocianina, chalcona, aurona, saponina, resina, amido e glicose. Para a utilização da casca da ameixa-do-mato como fitoterápico, muitos estudos ainda são necessários, a começar, pela avaliação do potencial toxicológico do extrato da casca que tem sido utilizado de forma empírica na medicina popular. Neste sentido, modelos vegetais como Allium cepa L. permitem avaliar o potencial tóxico e genotóxico, sendo um dos primeiros ensaios utilizados para a avaliação da potencialidade de aplicação clínica de um novo material para uso medicinal.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial efeito toxicológico do extrato etanólico da casca da ameixa-do-mato em diferentes concentrações no crescimento radicular de Allium cepa L.
MÉTODOS:
A casca da ameixa-do-mato foi colocada em estufa para retirada da umidade a temperatura de 45-50ºC por cinco dias. O material seco foi macerado em nitrogênio líquido até a obtenção de um pó fino. Cem gramas do pó resultante foram adicionadas em 1 L de álcool etílico absoluto, permanecendo sob agitação por 24 h a 300 rpm. O extrato foi filtrado em papel filtro e armazenado a 4°C por 24h para então ser evaporado utilizando-se um evaporador rotativo Em seguida, o extrato foi diluído em água destilada em quatro diferentes concentrações (0,5; 1,0; 1,5; e 2,0 mg/mL) que foram utilizadas no ensaio com A. cepa. Sementes de cebola cv. Vale Ouro IPA 11 foram germinadas em placas de Petri contendo água destilada até atingirem 1,5 cm de comprimento e transferidas para os respectivos tratamentos, onde permaneceram por um período de 24 h a temperatura ambiente. Em seguida, as raízes foram medidas com auxílio de uma régua milimétrica. Como controle positivo foi utilizado uma solução de trifluralina (0,84 ppm), uma substância de ação aneugênica e, como controle negativo, a água destilada. Para análise da toxicidade, foram comparadas as médias do comprimento das raízes, utilizando o teste estatístico de Tukey (p < 0,05) com auxílio do programa Genes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A análise de variância dos dados de medida mostrou existir diferenças no comprimento das raízes. Quando submetidos ao teste de média Tukey a 5 % de probabilidade, verificou-se que a média de comprimento das raízes para os tratamentos em diferentes concentrações do extrato etanólico da casca de ameixa-do-mato foi igual à média observada para o controle negativo, no entanto, quando comparadas com o controle positivo, observou-se que o crescimento foi significativamente maior. As quatro concentrações (0,5; 1,0; 1,5; e 2,0 mg/mL) utilizadas do extrato foram pré estabelecidas com base em avaliações reportadas na literatura, para as quais tem sido observado atividade antimicrobiana do extrato de ameixa-do-mato. Os resultados observados neste estudo, assim como as avaliações antimicrobianas, reforçam o uso desta espécie de forma terapêutica, no entanto, estudos subsequentes são necessários para avaliar o efeito genotóxico e mutagênico do extrato e não menos importante, estudos de avaliação do efeito anti-mutagênico devem ser considerados.
CONCLUSÕES:
Neste estudo, não foi verificada toxidade do extrato etanólico da casca da ameixa-do-mato nas concentrações avaliadas, reforçando as suas propriedades terapêuticas.
Palavras-chave: Oleacaceae, Planta medicinal, Toxicidade.