65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 3. Toxicologia
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TOXICOLÓGICO DO LÁTEX DE PINHÃO BRAVO (Jatropha mollissima (Pohl) Baill.)
Jardison de Oliveira Cunha - Centro de Ciências da Natureza - CCN/UESPI
Josiane Costa Rocha - Centro de Ciências da Natureza - CCN/UESPI
Pedro Marcos de Almeida - Prof. MSc / Coorientador- Centro de Ciências da Saúde – CCS – UESPI/FACIME
Francielle Alline Martins - Profa. Dra./ Orientadora - Centro de Ciências da Natureza – CCN - UESPI
INTRODUÇÃO:
Jatropha mollissima, popularmente conhecida como pinhão bravo é uma planta arbustiva da família Euphorbiaceae, nativa do semiárido brasileiro. Possui importância para a região Nordeste, por se caracterizar como uma espécie de fácil cultivo, capaz de adaptar-se a solos pouco férteis, tolerante à seca, ideal para ser utilizada na conservação do solo, no combate a erosão e a perda de água por evaporação, evitando enxurradas e enriquecendo o solo com matéria orgânica decomposta. Assim como as demais espécies da mesma família, o pinhão bravo apresenta abundante produção de látex, uma secreção esbranquiçada produzida quando o caule da planta é ferido, cuja função é a cicatrização do tecido lesado. O látex desta espécie tem sido empregado no tratamento de úlceras e contra veneno de cobras, possuindo ainda efeito cicatrizante no tratamento de feridas. A utilização do látex na medicina popular tem sido realizada de forma empírica, sendo assim, necessária a avaliação do seu potencial toxicológico. Bioensaios com plantas têm sido empregados na avaliação da toxicidade de compostos com sucesso, uma vez que são baratos, rápidos, fáceis de serem conduzidos e tão sensíveis quanto os testes de toxicidade em animais que levam a morte dos mesmos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial toxicológico do látex de pinhão-bravo (Jatropha mollissima (Pohl) Baill.) no crescimento radicular do modelo vegetal Allium cepa L.
MÉTODOS:
Sementes de cebola, cultivar: Vale-Ouro IPA-11 foram adquiridas e colocadas para germinar em placas de Petri com papel filtro umedecido com água destilada. Após 7 dias de germinação, as sementes foram colocadas nos diferentes tratamentos que variaram de acordo com a concentração da solução aquosa do látex do pinhão bravo, sendo: T1 (controle negativo) – água destilada; T2: 2,5ml/L; T3: 5mL/L; T4: 10mL/L; T5: 20mL/L e T6: (controle positivo) – Trifluralina 0,84ppm. Cada tratamento foi preparado em uma placa de Petri com 50 sementes e 20mL da solução em diferentes concentrações. As preparações foram mantidas à temperatura ambiente e após 24h, o comprimento das raízes foi avaliado com auxílio de uma régua milimétrica. Os dados foram avaliação por meio da análise de variância e teste de média de Tukey. Todas as análises de estatísticas foram realizadas com auxílio do programa GENES a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O comprimento médio geral das raízes foi igual a 5,8cm, variando de 2,8 a 8,7cm, sendo os menores comprimentos e amplitude [2,6 – 6,5cm] dos dados observados para o T6 (controle positivo). A análise de variância dos dados de medida obtidos após 24 horas na presença de do látex do pinhão bravo em diferentes concentrações apresentou coeficiente de variação igual a 19,18% e mostrou existir diferenças de tamanho no comprimento das raízes. Quando submetidos ao teste de média Tukey a 5 % de probabilidade, verificou-se que a média de comprimento das raízes para os tratamentos T2, T3, T4 e T5 foi igual a média de comprimento observada para o controle negativo e que estas, por sua vez, foram superiores a média do controle positivo, conhecido pela sua alta toxicidade. Sendo assim observou-se que o látex do pinhão bravo (Jatropha mollissima (Pohl) Baill.), nas diferentes concentrações avaliadas não foi tóxica em contraste com as avaliações realizadas para avaliar a toxicidade do óleo da mesma espécie em trabalhos já desenvolvidos pelo grupo.
CONCLUSÕES:
Embora os resultados deste estudo tenham sido favoráveis a utilização do látex como fitoterápico, estudos subsequentes são necessários para avaliar o efeito genotóxico e mutagênico do mesmo.
Palavras-chave: Genotoxicidade, Euphorbiaceae, Fitoterápico.