65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
A FORMAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL– A PRÁTICA NO CONTEXTO DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DA CIDADE DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO.
Ana Caroline dos Santos Mendes - Graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão- UFMA
Querlyane Cristina dos Santos - Graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão- UFMA
Aldenora Resende dos Santos Neta - Profa. Esp./Orientadora. Depto. de Educação I- UFMA
INTRODUÇÃO:
Até recentemente a criança em nosso país não era encarada como cidadã, como um sujeito de direitos garantidos. Mas, os últimos anos podem ser considerados fundamentais no sentido da construção social de uma concepção de infância que considere as especificidades e os direitos infantis. Dentro desse aspecto, a formação de professores é um tema que tem ocupado um lugar central no debate acadêmico sendo considerada indispensável para a prática pedagógica em todas as áreas educacionais e não poderia ser diferente para o professor da educação infantil, visto que, o mesmo deve estar preparado para as mais diversas situações que envolvem o processo de ensino e aprendizagem principalmente porque, como afirma Formosinho (2011), este profissional estará lidando diretamente com a vulnerabilidade da criança seja ela física, emocional e social, fator de diferenciação da profissão. A partir desse contexto histórico mundial percebemos a realidade brasileira, em especial a realidade maranhense e sua capital a cidade de São Luís que mesmo diante da sucessiva incorporação da formação inicial e continuada como fatores indispensáveis à prática do educador da infância ainda há muito a ser feito para um trabalho de qualidade que atenda toda a demanda, de forma respeitosa e igualitária.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Verificar a prática com base na formação inicial e continuada das professoras da UEB Antônio Lopes; Discutir as inquietações da Política de Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Infantil; Identificar se há análise crítica sobre a ação didático - pedagógica realizada pelo docente no exercício do magistério na educação infantil.
MÉTODOS:
A pesquisa foi desenvolvida pelas alunas do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Federal em uma escola da rede municipal de São Luís- MA, com onze professoras, onde todas são formadas em Pedagogia, mas no geral assumiram esta profissão antes mesmo de serem formadas, tendo uma média de atuação nesta área e função de 14 anos. Algumas inquietações nos impulsionaram a pesquisar tal situação: Porque essa profissão? Qual a importância dada pelo próprio profissional? O que é ser professor? E o que é ser um bom professor? Para encontrar algumas respostas usamos entrevistas qualitativas semi-estruturada na modalidade focalizada (LAKATOS, 2010) para que cada professora respondesse de acordo com suas experiências pessoais, depois observamos o espaço físico da escola que é um fator condicionante nos trabalhos desses profissionais e suas atividades diárias. Configurando esta pesquisa como sendo de cunho qualitativo e observacional, pois buscamos avaliar o que vimos de modo dialético, analisando as contradições e os contextos encontrados no campo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Como resultado, as respostas e práticas denunciaram um perfil profissional não mais vinculado à vocação e à habilidade maternal, embora se tenha destacado muito a questão do amor e da paixão pela profissão. No geral, percebemos que a formação inicial destas profissionais não possibilitou um aprofundamento e estudo teórico de modo a se vincular teoria e prática, pois o que houve de forma consensual foi uma confusão e contradição em suas respostas, uma hora respondia-se numa perspectiva tradicional de autoritarismo, outra de assistencialismo, outras de tendência libertadora onde ser professor é estar envolvido com o saber em sua volta e outras tombavam para a histórico-cultural de mediar o conhecimento dando voz ao aluno, mas quanto à prática dentro da escola e sala de aula todas se deram numa perspectiva tradicional. O mesmo acontece com a formação continuada, com um ponto mais grave, pois das onze professoras analisadas nove ficam dependendo apenas das formações oferecidas pelo município (Secretaria Municipal de Educação- SEMED), que no ano de 2012 não estavam acontecendo. Apenas duas foram mais além, uma fez pós-graduação em gestão e educação inclusiva e outra fez especialização em gestão e coordenação pedagógica.
CONCLUSÕES:
Frente a isso fica evidente que a formação docente ainda encontra-se deficitária, principalmente quanto à formação continuada tida como necessária não somente para tentar minimizar as lacunas da formação inicial, mas por a escolar ser um espaço privilegiado de formação, de troca de experiências, de socialização entre os professores, de atualização e desenvolvimento dos saberes e conhecimentos docentes. A esta formação não se dá o devido valor e adota-se um conceito errôneo de que o professor está pronto quando termina o curso de formação inicial. Assim, através desse estudo, pudemos perceber a acuidade que a formação dos professores tem para uma boa prática pedagógica concernente às especificidades da criança, o primeiro sujeito que deve ser considerado dentro do processo de formação docente para a Educação Infantil, já que por vezes, as formações tendem a deixar os pequenos alheios, no sentido de não atender às suas especificidades enquanto sujeito histórico e de direitos, e do quanto um mau processo de formação acarreta em diversas deficiências ao trabalho do professor, principalmente no que tange ao conhecimento teórico sobre o fazer docente. Tudo isto traz consequências gravíssimas à formação cognitiva e até afetiva do sujeito.
Palavras-chave: Formação Docente, Educação Infantil, Prática Pedagógica.