65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
CONHECIMENTO E PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS SOBRE ALUNOS COM SÍNDROME DE DOWN EM TRÊS ESCOLAS MUNICIPAIS DA CIDADE DO RECIFE/PE
Janice Maria de Lima Martins - Prof. Educação Básica Secretaria de Educação do Recife
Nicácio de Oliveira Freitas - Prof. Educação Básica, Secretaria de Educação de Pernambuco
INTRODUÇÃO:
Um grande avanço na área da educação foi alcançado com o surgimento das políticas públicas destinadas a Educação Especial, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para pessoas com deficiências. Entre essas, destacam-se as pessoas com a Síndrome de Down (SD) um tipo de deficiência intelectual construída na medida em que não se possibilitam formas de desenvolvimento compatíveis com as necessidades dos sujeitos nesta condição. Dessa forma, a escola tem o dever de atender as demandas de todos os estudantes, independentemente de suas diferenças, para o seu pleno desenvolvimento, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Por outro lado, a inclusão escolar do aluno da Educação de Jovens e Adultos (EJA) com SD tem sido um mero cumprimento da legislação, no sentido de aceitar o portador de SD na escola, mas consiste na prática de uma política insuficiente, devido muitas vezes ao pouco sucesso obtido no desenvolvimento dessas pessoas. Isso tem ocorrido pelo fato da maioria dos professores não conhecerem as características dessa deficiência e das potencialidades desses alunos, e acabam sendo forçados a aceitá-los na sala de aula sem que estejam preparados e capacitados, resultando em consequências desastrosas na formação desse indivíduo.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Investigar a prática docente, conhecimento e a percepção de professores da Educação de Jovens e Adultos de três escolas municipais da cidade do Recife em relação aos alunos com Síndrome de Down.
MÉTODOS:
O estudo foi conduzido com professores do Módulo II da Educação de Jovens e Adultos que lecionam com alunos que possui a SD. Os professores são de três escolas públicas municipais, pertencentes a uma das seis Regiões Políticas Administrativas (RPA) em que está dividida a cidade do Recife. A pesquisa com os professores foi realizada por meio de um questionário semiestruturado, abordando questões referentes à definição, causas da SD e suas potencialidades, prática docente, bem como o perfil dos docentes. Após a coleta das informações, os dados foram analisados e discutidos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram identificados três professores do sexo feminino lecionando na EJA, formadas em instituições públicas e privadas em nível de graduação entre 11 a 31 anos de atuação no magistério e de idade superior a 42 anos, apenas uma com Especialização. Quanto à formação inicial das entrevistadas, todas relataram que não foi contemplada a questão da educação especial nas disciplinas do curso de graduação. Isso pode ser em decorrência do fato de que a preocupação com a Educação Especial é relativamente recente, apenas os profissionais formados atualmente apresentam uma visão que contempla os alunos com SD. No entanto, muitas vezes não existe articulação de muitos conceitos fundamentais com as situações vivenciadas em cada realidade escolar e na experiência de cada docente. Outro dado observado foi que as entrevistadas relataram não receberem formação continuada que aborde a questão dos alunos deficientes, principalmente com SD. Em relação à definição e as causas da SD, embora todas afirmaram conhecer as causas, no entanto, apenas uma não soube descrever de forma geral as características dessa síndrome. Na prática docente todas relataram o uso de atividades diferenciadas, com jogos e a utilização do alfabeto móvel embora não especificaram em que momento se aplicava esses recursos.
CONCLUSÕES:
De modo geral algumas lacunas são existentes quanto a atuação dos professores na educação de alunos com Síndrome de Down na Educação de Jovens e Adultos . A falta de formação continuada para os professores abordando a questão do aluno com SD parece ser o maior fator que pode prejudicar o melhor aproveitamento da aprendizagem para com essa deficiência.
Palavras-chave: Educação inclusiva, formação continuada, educação especial.