65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
LEVANTAMENTO DO USO E CUIDADOS COM AGROTÓXICOS NA REGIÃO DE GUANAMBI
Jessica Hellen dos Santos Teixeira - Bacharelando em Agronomia, Instituto Federal Baiano - Campus Guanambi
Macelle Amanda Silva Guimarães - Bacharelando em Agronomia, Instituto Federal Baiano - Campus Guanambi
Suane Coutinho Cardoso - Prof.ª Dr.ª/ Orientadora, Instituto Federal Baiano - Campus Guanambi
INTRODUÇÃO:
Os agrotóxicos são substâncias que, apesar de serem cada vez mais utilizadas na agricultura, podem oferecer perigo para o homem, dependendo da toxicidade, do grau de contaminação e do tempo de exposição durante sua aplicação (CASTRO e CONFALONIERI, 2005).
Como a agricultura convencional praticada nos dias atuais visa, acima de tudo, produção e lucro, deixando em segundo plano a preocupação com a conservação do meio ambiente e a qualidade nutricional dos alimentos. Os trabalhadores rurais, ao aplicar doses altamente tóxicas, quase sempre sem o devido equipamento de proteção, se intoxica, podendo em alguns casos, morrer prematuramente (LEITE e TORRES, 2008). Em geral, essas consequências são condicionadas por fatores intrinsecamente relacionados, tais como o uso inadequado dessas substâncias, a alta toxicidade de certos produtos, a falta de utilização de equipamentos de proteção e a precariedade dos mecanismos de vigilância (SILVA et al., 2001).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Esse trabalho teve como objetivo fazer um levantamento sobre o uso e cuidados com aplicação de agroquímicos efetuada pelos produtores de tomate na região de Guanambi, BA.
MÉTODOS:
O levantamento foi realizado nas áreas produtoras de tomate da região de Guanambi, BA. Para tanto, foram realizadas visitas aos Povoados do Tanque e Brejo dos Padres e aos Distritos de Morrinhos e Guirapá. Durante as visitas foi aplicado aos agricultores um questionário contendo 26 perguntas a respeito da utilização de agrotóxicos nessas propriedades.
Os objetivos da aplicação do questionário foram saber como é feita a aplicação de agrotóxicos e verificar se os cuidados necessários estão sendo tomados. Nesse questionário, o produtor é interrogado sobre: o uso de equipamentos de proteção individual, armazenagem dos produtos, consultoria e assistência técnica, armazenagem dos produtos, lavagem do pulverizador, descarte das embalagens vazias, consulta à bula, período de carência, conhecimento das diferentes classes toxicológicas dos agrotóxicos e intoxicação de pessoas e animais por estes produtos.
Por fim foram transmitidas sugestões aos entrevistados de como poderiam se proteger, durante a aplicação, sobre o que deveria ou não ser feito para evitar a intoxicação de pessoas e animais e a poluição do meio ambiente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Observou-se que o tomate é a cultura que tem maior necessidade de fazer o uso de agrotóxicos, sendo que 72% dos produtores o indicaram nesse quesito, outras culturas como feijão, milho e repolho também foram citadas. Todos os produtores entrevistados adquirem os produtos em lojas cadastradas, desses 38,46% não armazenam agrotóxicos em suas propriedades, sendo que 53,85% armazenam em um local apropriado. Quando questionados sobre a bula dos agrotóxicos, 84,62% dizem a lêem 76,92% a entendem e 92,31% seguem as suas orientações.
Durante a compra dos agrotóxicos 92,31% procuram a orientação técnica, 92,31% entendem as variações nas classes toxicológicas e 53,85% variam seus cuidados de acordo cada uma delas. Durante a aplicação 61,54% utilizam EPIs. Após a aplicação 76,92% dos produtores lavam o pulverizador e 92,31% respeitam o período de carência.
Os EPI’s mais utilizados são as máscaras protetoras e as botas, equipamentos como o macacão e avental quase nunca são utilizados. Os motivos alegados pelos que não utilizam esses equipamentos são o incomodo que esses provocam, o fato deles não verem a necessidade do uso e o difícil acesso a tais equipamentos. Notou-se que os produtores não são orientados devidamente sobre o risco que os agroquímicos oferecem.
CONCLUSÕES:
A baixa escolaridade da maior parte dos entrevistados limita o conhecimento a respeito dos riscos que o uso de agroquímicos pode oferecer, a falta de instrução e de assistência técnica faz com que esse problema se agrave ainda mais. Apesar disso, observou-se que a maioria dos produtores se preocupa em tomar certos cuidados, como ler a bula dos agrotóxicos e seguir suas orientações, o que minimiza os ricos com a aplicação desses produtos, mesmo muitas vezes não entendendo a linguagem da mesma.
A procura por orientação técnica, geralmente, ocorre apenas na compra de produtos, onde muitas vezes não é transmitida ao produtor orientação sobre os ricos da aplicação de agroquímicos, os cuidados a serem tomados para evitar intoxicação e contaminação, bem como sobre o modo correto de descarte das embalagens vazias.
Observou-se a necessidade de elaboração de programas de assistência técnica aos produtores com a finalidade de melhorar a produção agrícola e transmitir todo conhecimento a respeito do uso de agroquímicos, principalmente os agrotóxicos que são tão danosos ao trabalhador rural, ao consumidor, animais e meio ambiente.
Palavras-chave: Agroquímicos, Segurança, Situações de risco.