65ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 3. Engenharia Civil
GEOTECNOLOGIAS APLICADA A AMBIENTES RURAIS E URBANOS NA PERSPECTIVA DE CONSTRUÇÃO DE TELHADOS VERDES EM BACIAS HIDROGRÁFICAS
Rachel Besso - Aluna de Graduação do Curso de Engenharia Ambiental - Escola Politécnica/UFRJ
Carolina Ramos Correa - Aluna de Graduação do Curso de Engenharia Civil - Escola Politécnica/UFRJ
Leonardo de Faria Peres - Prof. Dr./Orientador – Departamento de Meteorologia – IGEO/UFRJ
Francisco Leite de Albuquerque Neto - Pesquisador M.Sc./Orientador – Departamento de Meteorologia - IGEO/UFRJ
Luiz Cláudio Gomes Pimentel - Prof. Dr. /Orientador – Departamento de Meteorologia – IGEO/UFRJ
Otto Corrêa Rotunno Filho - Prof. Dr./Orientador – Programa de Engenharia Civil – COPPE/UFRJ
INTRODUÇÃO:
Na construção, as novas tendências são de buscar uma renovação de técnicas e de materiais alternativos que possam abrir alternativas para o planejamento de cidades sustentáveis. Realizando fotossíntese, aprisionando carbono e aderindo poluentes do ar ao seu substrato, os telhados verdes agem como purificadores, melhorando a qualidade do ar. O telhado verde pode proporcionar maior conforto térmico, o que ajuda, também, na diminuição do efeito das ilhas de calor. Complementarmente, os telhados verdes diminuem a necessidade do uso de energia elétrica na climatização dos ambientes internos, o que diminui a emissão de CO2 e suas conseqüências, como o aquecimento global.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho é avaliar o impacto da composição da cobertura e uso do solo, na perspectiva do conceito dos telhados verdes, relacionado à variabilidade da temperatura de superfície na região da bacia dos rios Iguaçu-Sarapuí, que abrange parte da baixada Fluminense/RJ a partir da análise de imagem de satélite Landsat5-TM. As bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7 do sensor TM são empregados para a co
MÉTODOS:
Com vistas a investigar a fundamentação física do conceito de telhado verde e potencializar o seu emprego na escala da bacia hidrográfica, caracterizou-se a cobertura e uso do solo com base na classificação supervisionada pelo método da máxima verossimilhança, mediante imagem de satélite Landsat5-TM, órbita 217 e ponto 76, adquirida em 18 de junho de 1994. Discriminaram-se, para efeito demonstrativo da concepção metodológica adotada, quatro classes: floresta, mata secundária, área urbana e água. Em seguida, construíram-se o índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI) e o índice de área construída (IBI), que é oriundo da combinação do NDVI, do índice de construção por diferença normalizada (NDBI) e do MINDWI, indicador modificação do índice de água por diferença normalizada (NDWI), para mapeamento de região da Baixada Fluminense, situada na bacia dos rios Iguaçu Sarapuí. Na fase final do estudo, para as áreas de treinamento recolhidas na área de estudo, foram determinadas as temperaturas de superfície do solo com base na banda termal do sensor TM da plataforma Landsat5, mediante a implementação de algoritmo computacional para inversão da equação de Planck.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Inicialmente, foi obtida a classificação das áreas da imagem empregadas no estudo, com acurácia de 95%. Os resultados mostram a possibilidade de representar a espacialidade e temporalidade da variação da temperatura, indicando que regiões vegetadas apresentam, de fato, temperaturas mais amenas do que, regiões com escassez de biomassa. No estudo de caso, maiores índices de vegetação NDVI e menores valores de IBI foram consistentes e estiveram associados com as classes discriminadas, ou seja, floresta, mata secundária e área urbana, nessa ordem. Adicionalmente, as áreas de florestas apresentaram, em média, temperatura de superfície inferior a regiões de mata secundária, que por sua vez, foram inferiores a áreas urbanas, confirmando o potencial da tecnologia de sensoriamento remoto para estimar os padrões espaciais de cobertura e uso do solo conjuntamente com a variabilidade da temperatura de superfície do solo. A partir dessa concepção, estudos futuros apontam, então, a possibilidade de geração de cenários de construção de telhado verde e o seu impacto no planejamento urbano, em especial na qualidade de vida da população, integrando-se medições in situ e geotecnologias.
CONCLUSÕES:
Com as diversas questões ambientais atuais, como aquecimento global e eficiência energética, as vantagens ambientais da tecnologia dos telhados verdes podem ser postas em destaque. O estudo de caso avaliado permitiu estabelecer a fundamentação física para o emprego do conceito de telhado verde em regiões urbanas e rurais na escala de bacias hidrográficas integradas ao referencial usualmente denominado de cidades sustentáveis na área de planejamento urbano e regional. Finalmente, alguns dos resultados obtidos apontam a necessidade de um maior refinamento e detalhamento das escalas de análise, para que se possa, integrar, em futuros estudos, a composição de materiais e correspondentes propriedades térmicas no que seria a escala subpíxel da imagem Landsat aqui empregada. Assim, imagens com resolução superior a 30 metros são desejáveis para definir, com maior acuidade, o impacto da construção de telhados verdes nas cidades, estabelecendo a adequada parametrização quando se empregam diferentes imagens com diferentes resoluções espaciais.
Palavras-chave: Sensoriamento remoto, Cobertura do solo, Telhado Verde.