65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 13. Serviço Social - 3. Serviço Social da Educação
A INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL E A POLÍTICA DA CULTURA NO AMBIENTE ESCOLAR: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Mayra Ferreira Ramos - Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, UFPA
Kátia Raquel Ferreira da Silva - Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, UFPA
Gleidson Alves Pantoja - Orientador-Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, UFPA
INTRODUÇÃO:
O bairro do Guamá é o mais populoso da cidade de Belém, possui 94.610 habitantes (IBGE, 2010). É considerado um dos mais perigosos da cidade, porém, possui, também, uma grande diversidade de manifestações culturais (cordões de pássaros, bois-bumbás, quadrilhas juninas, hip-hop, escolas de samba, ladainhas) desenvolvidas como um meio de integração da comunidade, representando espaços de agregação de cultura antiviolência. Com base nas manifestações artísticas e culturais e nas contribuições do Serviço Social à área da educação, buscamos com esta pesquisa refletir sobre o processo de intervenção do assistente social no ambiente escolar por meio dos instrumentais da própria profissão em conjunto com as técnicas da arte e da comunicação que conformam a prática do Programa Luamim: Peças interventivas na realidade, da UFPA, que atua nesse bairro respaldado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) LEI nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que em seu Art. 3º versa: “o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço à tolerância”.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Conhecer a visão dos alunos sobre a cultura e o serviço social no espaço escolar identificando as atividades de arte/cultura desenvolvidas em instituições públicas de ensino fundamental e médio do bairro do Guamá junto aos alunos.
MÉTODOS:
Foram aplicados 50 questionários com alunos do ensino fundamental e médio de instituições de ensino público em uma das principais ruas do Bairro do Guamá, Rua Barão de Igarapé Miri. O questionário foi composto por 6 questões de identificação (idade, sexo, estado civil, cor/raça, série, religião); e por questões abertas sobre cultura e sobre a prática do assistente social.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Participaram da pesquisa 25 alunos do sexo feminino e 25 do masculino, 33 alunos se declararam menores de 15 anos e 13 declararam ter entre 15 e 17 anos. Consideram-se ser dar cor/raça parda 23; preta 14; branca 6; amarela 4; indígenas 2 e apenas 1 não especificou. Dentre os entrevistados a maioria de 14 cursam 5ª série e 14 a 7ª série; 11 cursam a 6ª; sete a 8ª; um o 9º ano e, 4 estão no 2º ano. A maioria dos alunos (26), afirmaram que não há assistente social na escola que estudam; 42 alunos não sabem o que um(a) assistente social faz; 36 afirmaram que não participam de atividade cultural na escola; 14 participam e entre elas citam esporte como futebol e vôlei; 29 participam de alguma atividade cultura em seu bairro entre elas quadrilha junina, boi junino, ateliê de pintura, hip hop, teatro; 41 alunos não veem relação na atividade profissional de um(a) assistente social com a Cultura.
CONCLUSÕES:
A pesquisa revelou que a metade (25) dos alunos não soube dizer o que é cultura. Que mesmo com as escolas localizadas em um bairro com intensas manifestações culturais, essas não estão presentes no ambiente escolar e, não fazem parte do cotidiano dos estudantes. A presença do assistente social na escola é reconhecida pelos alunos (24), no entanto, o que faz e a importância de seu trabalho não são sequer conhecidos pelos alunos - 84 não sabem o que faz um assistente social. Dentre os alunos que afirmaram saber o que um assistente social faz temos as seguintes definições: auxilia os alunos; chama a mãe do aluno para conversar; conversa quando existem conflitos entre os alunos; resolve problemas; serve para falar sobre educação.
Palavras-chave: Escola, Cultura, Educação.