65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 4. Patologia Animal
FREQUENCIA DE Malassezia pachydermatis EM OTITE EXTERNA DE CÃES E GATOS ATENDIDOS EM UMA CLÍNICA VETERINÁRIA PARTICULAR EM VILA VELHA-ES
Luanna Cortêz da Silva - Universidade Estadual do Maranão-UEMA
Lôrrana Cortez da Silva - Universidade Estadual do Maranão-UEMA
Ingrid Karoline Alves de Queiroz - Universidade Estadual do Maranão-UEMA
Ednaldo da Silva Filho - Prof Dr Universidade Rural da Amazônia UFRA
Maurício Jácome Leitão - Universidade Estadual do Maranão-UEMA
Marcone Helmer da Silva - Universidade Rural da Amazônia- UFRA
INTRODUÇÃO:
A Malassezia pachydermatis é um fungo leveduriforme pertencente a microbiota normal de cães e gatos ,essa flora natural da pele quando sofre alteração na temperatura e umidade prolifera-se de forma intensa e age como um fator perpetuante da otite, que é um patógeno oportunista do meato acústico externo e tegumento de cães e gatos,podendo ser encontrado no reto,pele interdigital,sacos anais e vagina.Cerca de 8 a 15% dos casos atendidos na clínica veterinária corresponde a otite externa ,na qual causa dor regional,formação de exsudato e/ou cerúmen em excesso e balançar constante da cabeça.Os fatores predisponentes estão associados à dermatite seborréica decorrente de distúrbios endócrinos e metabólicos,alterações cutâneas por hipersensibilidade,defeitos de queratinização,tratamentos recentes com antibióticos e determinadas características raciais como;a conformação e o excesso de pêlos nas orelhas.De posse desses conhecimentos,e sabendo que os microrganismos perpetuantes da otite nos caninos e felinos possuem grande susceptibilidade aos antibióticos e quimioterápicos,têm-se a necessidade de se realizar exames laboratoriais precisos ,diante da coleta de secreções otológicas para diagnóstico definitivo ,afim de não possibilitar resistência e cronicidade das cepas no tratamento.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo do presente trabalho foi verificar a presença de Malassezia pachydermatis, em uma clínica veterinária particular de Vila Velha- ES, através da história clínica e exames laboratoriais ,contendo a análise de secreção dos condutos auditivos, provenientes de caninos e felinos com suspeita da presença do agente como causador de otite externa.
MÉTODOS:
De janeiro a abril de 2013, a presença de Malassezia pachydermatis, foi procurado no canal do ouvido de 82 caninos e felinos de várias raças e idades diferentes, com suspeita de otite externa , através de informações fornecidas pelos proprietários dos animais como ,o hábito de coçar o ouvido e presença de odor fétido no conduto auditivo uni ou bilateral .As amostras foram coletadas através de secreções dos condutos, por meio de swab e lâminas , no próprio laboratório clínico veterinário de Vila Velha- Es. A presença de M. pachydermatis foi detectada e isolada por meio de observação microscópica direta do material suspeito por esfregaços de lâminas com coloração Gram.De acordo com o número de leveduras encontrados por campo microscópico, foi aplicada a seguinte pontuação: -negativo;+ 1-5 células;+ + 6-10 células e + + + superior a 10 células.As amostras foram realizados em dois cultivos com Agar Sabouraud Dextrose, onde um havia adição de ácidos graxos e no outro não, durante até 10 dias para se examinar de forma macroscópica e microscópica a reação destas leveduras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No período compreendido ,foram atendidos 82 animais ,sendo 50 cães ( 60,97%) e 32 gatos (39,02%).Em relação aos cães ,33 (66%) eram de raça definida e 17(34%) não tinham precisa definição racial.Já entre os felinos,19 (59,37%) eram animais de raça e os restantes 13 animais (40,62%) não tinham raça definida.Constatou-se que de todos os 82 animais atendidos ,63 (76,82%) apresentaram alguma dermatopatia.Foram analisadas 51 amostras de secreção otológicas no total, dentre eles 41 (80,39%) foram de cães e 10 (19,6%) de gatos.O resultados da avaliação microscópica com coloração gram revelou que 36 caninos (87,80%) foram positivos para Malassezia pachydermatis contendo entre 5 a 10 células por campo,e apenas 5 (12,19% )foram negativos ,enquanto que na espécie felina 7 (70%) foram positivos com 3 a 5 células de M. pachydermatis por campo e apenas 3 felinos (30%) foram negativos. Resultados que concordam com Bornand (1992),onde afirma que a observação microscópica é o meio mais adequado para a detecção de M. pachydermatis, pois a morfologia é característica e há menor possibilidade de erro quando comparada à cultura isoladamente. Na cultura revelou-se que as colônias positivas ,apresentaram aspecto fosco, cremoso, macio ou friável com morfologia ovalada e grande presença de brotamento.
CONCLUSÕES:
Os dados obtidos demonstraram a presença do agente em 84,31 % das amostras de casos suspeitos de otite por Malassezia pachydermatis em felinos e caninos atendidos em uma clínica veterinária particular. A presença de Malassezia pachydermatis foi mais agravante na espécie canina do que na felina devido os cães apresentarem orelhas pendulares ,na qual se propicia um ambiente adequado para o desenvolvimento e proliferação de microorganismos oportunistas no conduto auditivo dos animais.O presente estudo enfatiza a necessidade de avaliação clínica e laboratorial individualizada nos casos de otites externas, evidenciando a necessidade de sempre buscar a confirmação da patologia pelo diagnostico laboratorial específico para um tratamento mais eficaz.
Palavras-chave: secreção otológica, canino, felino.