65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
PÊNDULO LANÇADOR: UMA ATIVIDADE LÚDICA PARA A FEIRA DE CIÊNCIAS DA ESCOLA ESTADUAL FRANCISCO DA SILVA NUNES - INTEGRADO – BELÉM/PA
Artur Leal Neves - Ciências Naturais com Habilitação em Física - UEPA
Lídia Maria da Costa Valle - Ciências Naturais com Habilitação em Física – UEPA
Maritana Teixeira de Araújo - Profa. - Orientadora – SEDUC/PA
Me. Manoel Reinaldo Elias Filho - Prof.- Colaborador- Departamento de Ciências Natirais – DCNA – UEPA
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho teve a proposta de fazer com que um grupo de alunos construísse um pêndulo mecânico sob orientação de dois bolsistas do PIBID, para apresentação do experimento em uma Feira de Ciências que ocorreu em sua instituição de ensino. Segundo Ramos e Ferreira (1998), o comportamento lúdico não é uma necessidade apenas das crianças, mas é inerente ao ser humano, uma vez que diversas atividades que nós, adultos, realizamos em nosso cotidiano estão impregnadas de ludicidade: nos mitos (jogos de fantasia), na linguagem (jogos de palavras), na religião, na culinária, etc. Dessa forma, um evento dessa natureza poderia mostrar aos discentes como o conhecimento físico contribui na realização das atividades práticas, fomentando uma construção lúdica do conhecimento dentro da escola. A relação entre vários tópicos importantes da física, bastante explorados na série inicial do Ensino Médio, como energia potencial, energia cinética, colisões, pêndulo simples, lançamento e alcance pôde ser mostrada em uma situação real, da maneira como o conhecimento científico deve ser verdadeiramente compreendido.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O intuito da prática era compreender e observar experimentalmente as transformações dos vários tipos de energia e as grandezas físicas relacionadas durante uma colisão entre um pêndulo e uma esfera acoplada, e o alcance que esta última poderia apresentar em função do ângulo de abertura do pêndulo, com o objetivo de acertá-la em uma cesta móvel.
MÉTODOS:
Dispomos de seis alunos que inicialmente tiveram aulas sobre os assuntos de conservação de energia e lançamentos horizontal. No segundo momento realizamos a construção do experimento, usando como material: pedaços de madeira, linha de costura, esferas de rolamento de carro, arame, furadeira, alicates, dinamômetros, réguas, transferidores e pregos. No dispositivo, havia uma haste vertical onde se encontrava o pêndulo e a esfera 2 posicionada de modo a receber um choque após o pêndulo ser erguido e abandonado. Havia também uma base horizontal, onde se encontrava um trilho com uma cestinha móvel. Ambas as partes estavam graduadas, com um transferidor na haste e uma régua na base. Usando o programa CALC e a equação retirada do artigo de referência, construímos uma planilha para o cálculo dos alcances da esfera 2. Foram construídos três pêndulos levados à Feira de Ciências, onde os visitantes foram convidados a disputarem entre si acerca do acerto da esfera 2 na cesta. Os visitantes possuíam várias chances para ajustar a cesta até obter êxito no lançamento. Quando não conseguiam, os alunos responsáveis pela exposição mostravam os pontos exatos de queda da esfera 2 em função de cada ângulo de abertura do pêndulo e expunham as teorias físicas básicas envolvidas no processo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Com o resultado do alcance real sendo um pouco inferior ao do alcance teórico, discutimos o que deveria estar afetando os resultados, e os alunos apontaram os possíveis erros como sendo a forma que o pêndulo era abandonado, que o centro de massa do pêndulo não estava alinhado com o da esfera 2 e dessa forma resultava na inclinação da trajetória da esfera, e por último o atrito entre o fio do pêndulo e o mastro. O erro estrutural referente aos centros de massa foi resolvido reajustando a posição do pêndulo e o erro proveniente do atrito foi solucionado com um sistema de argolas montado com arame. Porém, esse último ajuste só pôde ser feito após a apresentação do dispositivo na Feira de Ciências. Após a modificação, o erro experimental tornou-se menor, e passou a concordar muito melhor com as previsões teóricas. Os alunos encarregados da exposição sentiram-se bem confiantes em relação ao conteúdo de Física e sua metodologia de explicação para os visitantes foi se aprimorando ao longo do evento. A relação dos alunos expositores com esses tópicos da Física, após a construção do experimento, tornou-se bem mais familiarizada.
CONCLUSÕES:
Percebe-se que para jovens estudantes que tem a oportunidade de participar de um evento desse tipo, e com funções ativas dentro do processo, não somente como visitante espectador, o aumento da auto-estima e a sensação de posse do conhecimento se tornam parte de seus desfrutes ao longo da preparação e exposição de seu trabalho. Segundo artigo de Gentile (2005) publicado no site da revista Nova Escola, [...] o aluno emocionalmente envolvido com o conteúdo aprende mais. Não há forma de envolvimento maior que o lúdico quando se trata de ensinar física. Percebeu-se que são extremamente enriquecedoras tais práticas dentro das escolas, além de que atividades desse porte envolvem todas as esferas da instituição, que podem apreciar um dia de entretenimento e conhecimento mais significativo. Aos discentes que trabalham na construção dos experimentos, nota-se que eles deixam, em parte, de entender aqueles temas de Física abordados na escola como algo que não tenha qualquer relação com seu cotidiano ou que são tão abstratos a ponto de se verem apenas obrigados a memorizá-las. Uma nova perspectiva de ensino pode ser fortemente trabalhada com essa iniciativa.
Palavras-chave: Divulgação Científica, Transformação de Energia, Aprendizagem Significativa.