65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
CONTAMINAÇÃO DE CHUPETAS UTILIZADAS POR CRIANÇAS QUE FREQUENTAM EDUCAÇÃO INFANTIL PÚBLICA E PRIVADA
Joice de Moura Silva - Depto. de Fonoaudiologia do Centro Universitário de Maringá - CESUMAR
Marielle Priscila da Silva - Depto. de Biomedicina do Centro Universitário de Maringá - CESUMAR
Mirian Ueda Yamaguchi - Co-orientadora e docente do Programa de mestrado em Promoção da Saúde do CESUMAR
Cristiane Faccio Gomes - Orientadora e docente do Programa de mestrado em Promoção da Saúde do CESUMAR
INTRODUÇÃO:
As chupetas modernas, tiveram origem, para confortar as crianças e aliviar a tensão, por isso costumam ser oferecida quando choram, no entanto, esse bico tem sido alvo de discussão (TOSATO et al. 2005).
Para Tosato et al. (2005) o uso excessivo da chupeta pode dificultar a prática do aleitamento materno devido a “confusão de bicos”, ocasionar alterações na oclusão, distúrbios miofuncionais ou interposição lingual e interfere na biomecânica da articulação temporomandibular. Isso também gera dor, fator desencadeante do cansaço e dificuldade ao mastigar, além do impacto sobre o desenvolvimento da fala e respiração.
Além disso, as chupetas parecem constituir uma fonte de contaminação, como: otites, candidíase oral e cáries dentárias, devido aos microorganismos, bactérias e fungos contidos nos bicos (TOMASI et al. 1994).
Apesar de todos os malefícios encontrados a chupeta ainda é muito usada devido a herança passada entre as famílias. Neste sentido, a pesquisa é relevante, no aspecto de conscientização de mães e funcionários das instituições quanto à presença de microorganismos em bicos de chupetas, que podem acarretar em doenças orais, gastrintestinais e respiratórias em crianças. Além, das alterações e riscos gerais que as chupetas podem proporcionar.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo do trabalho foi detectar bactérias do grupo coliformes, indicadores de contaminação microbiana, contidos em bicos de chupetas de crianças que frequentam instituição de educação infantil, com a finalidade de promover educação em saúde para mães e funcionários, sobre os prejuízos de seu uso, de um modo geral.
MÉTODOS:
Participaram do estudo, realizado em uma creche privada e outra municipal, em Maringá – PR, 35 crianças usuárias de chupeta, de ambos os gêneros, entre zero a quatro anos.
Nas coletas, foram utilizados: 50 frascos de vidro com tampa, solução salina fosfatada estéril, 250 tubos de ensaio 18X180, 200 tubos de ensaio 16X160, 450 tubos de Durhan, meio de cultura caldo Lauril sulfato (DifcoÔ), caldo verde brilhante bile 2% (DifcoÔ) caldo EC (DifcoÔ), estufa bacteriológica, banho-maria e fluxo laminar, além de slides em PowerPoint com esclarecimentos utilizados em palestra e devolutivas por escrito, compondo a atividade educativa.
O projeto de pesquisa foi elaborado e solicitadas as autorizações necessárias. Após, pesquisou-se sobre a estrutura das creches e a contaminação das chupetas foram mergulhadas e agitadas por 30 segundos em frascos de vidros esterilizados com tampa, contendo 100 mL de solução salina peptonada 0,1% estéril.
Ao fim das coletas, as amostras foram encaminhadas para a pesquisa de coliformes totais e termotolerantes no Laboratório de Microbiologia do Centro Universitário de Maringá - Cesumar.
Os resultados foram analisados por meio de análise estatística, com uso do teste de qui quadrado, considerando 5% de significância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Na análise das 9 chupetas da creche particular, 5 (55,6%) apresentaram contaminação de coliformes totais e termotolerantes (fecais). De 26 chupetas da creche municipal, 15 (57,7%) confirmaram a presença de coliformes totais, e 10 (66,7%) de coliformes termotolerantes (fecais). Nas 35 amostras coletadas, 20 (57,1%) apresentaram-se contaminadas por coliformes totais, e 15 (75%) chupetas com coliformes termotolerantes (fecais).
Estatisticamente, verificou-se que não houve diferença significativa entre as escolas particulares e municipais (p>0,05) para a presença dos coliformes totais e termotolerantes, assim como a relação entre cuidadores e quantidade de crianças em ambas as creches não influenciou a contaminação.
Diante dos dados, Tomasi et al. (1994), confirma que as chupetas parecem constituir uma fonte potencial de contaminação, e um veículo de transmissão de doenças com mortalidades (CASTILHO; ROCHA, 2009) principalmente na idade crítica em que as crianças mantêm maior contato com o solo, idade alvo do estudo atual. As bactérias encontradas nas chupetas indicam contaminação fecal, pois fazem parte da microbiota intestinal de animais de sangue quente, mostrando possível presença de outros microorganismos patogênicos ao homem.
CONCLUSÕES:
Em relação ao total de contaminação em ambas as creches, verificou-se uma quantidade relevante quanto a presença de coliformes totais e termotolerantes presentes nos bicos de chupetas. Tais dados são associados à chupeta como um veículo principal de contaminação, assim como os maus cuidados de higiene (existentes em todos os ambientes em que a criança vive) relacionados ao mesmo objeto.
Além disso, conclui-se por meio da literatura, que a chupeta ainda provoca alterações miofuncionais e comprometimento ao desenvolvimento oral das crianças, tornando-se, portanto, um hábito oral não adequado ao dia-a-dia infantil. Por conseguinte, deve-se criar ações em educação à saúde e atividades contínuas com pais e equipes com o intuito de inibir sua utilização.
Palavras-chave: Creche, Transmissão, Educação em saúde.