65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
RELAÇÃO ENTRE O TEOR DE CLOROFILA COM O DIÂMETRO DE RAMOS EM VIDEIRA CV. Thompson seedless NO PERÍODO DE REPOUSO E PRODUTIVO NO VALE DO SÃO FRANCISCO
Míriam Clébia Silva - Graduanda em Ciências Biológicas Universidade de Pernambuco- UPE
Bruno Ricardo Silva Costa - Pós-graduando em Engenharia Agrícola - UNIVASF
Eliel Ferreira do Nascimento - Pós-graduando em Agronomia (Irrigação e Drenagem)- FCA UNESP
Patrícia dos Santos Nascimento - Pós-graduanda em Agronomia (Irrigação e Drenagem)- FCA UNESP
Luís Henrique Bassoi - Dr. Irrigação e Drenagem- Pesquisador da Embrapa Semiárido
INTRODUÇÃO:
O Nitrogênio é constituinte da proteína, da clorofila e de outros compostos orgânicos importantes da planta. Na folha cerca de 50% do N encontra-se nos cloroplastos, o que mostra a sua importante participação no processo fotossintético. Quando utilizado em quantidade adequada, e em equilíbrio com outros nutrientes (principalmente com K e Ca) e no momento oportuno, assegura à videira um desenvolvimento vegetativo moderado, alta produtividade e produção de fruto de melhor qualidade. As clorofilas são pigmentos responsáveis pela captura de luz usada na fotossíntese, na forma de ATP e NADPH. As clorofilas a e b presentes nos vegetais são constantemente sintetizadas e destruídas, no qual os processos são influenciados por fatores internos e externos às plantas. Entre os fatores externos, se destacam os nutrientes minerais, por integrarem a estrutura molecular das plantas, como também por atuarem em alguma etapa das reações que levam à síntese desses pigmentos.
A determinação dos teores de clorofila da folha é importante porque a atividade fotossintética da planta depende em parte da capacidade da folha para absorver luz. Além de apresentar resultados satisfatórios quanto à avaliação do estado nutricional de N.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Verificar a correspondência entre o teor foliar de nitrogênio, determinado pelo clorofilômetro, e o diâmetro de ramos da videira, como meio de expressão do vigor vegetativo da planta no período de repouso e produtivo da videira no Vale do São Francisco.
MÉTODOS:
Conduziu-se o experimento na fazenda Sasaki em Petrolina-PE, lote 180 do Perímetro Irrigado Senador Nilo Coelho, núcleo 5 em uma área de 3,2ha cultivado com videira cv. Thompson seedless.
Em 27 e 28 de dezembro de 2011, foi realizado o monitoramento do teor foliar de N na área experimental (período de repouso), utilizou-se um clorofilômetro modelo Falker CFL1030. As leituras foram em folhas com bom aspecto fitossanitário, nas fileiras de 1 a 20, obedecendo a um grid de 4m (entre fileiras) e 5m (cada 2 plantas, espaçadas em 2,5m na fileira). Em cada planta, foram realizadas medidas em 2 folhas, com 3 leituras por folha, sendo o valor final referente à planta proveniente da média dessas medidas. O período de produção ocorreu entre 19 de março (poda de produção) e 17 de julho de 2012 (colheita aos 120 dias). Em 16 e 17 de maio de 2012, 13 e 14 de junho e em 2 e 3 de julho, foram realizadas leituras de teor de N.
Os dados referentes à leitura do clorofilômetro e do teor foliar de N, foram analisados por meio da geoestatística, utilizando-se o software GS+ 7.0. O diâmetro de ramos quaternários de videiras, entre a 5ª e a 6ª gema, foi medido com um paquímetro digital, em cada zona homogênea quanto ao teor foliar de N, avaliados pela análise descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As leituras de clorofilômetro e do teor foliar de N no período de repouso, verifica-se que a área apresenta zonas homogêneas distintas quanto ao conteúdo desse macronutriente na folha de videira. Zonas com valores entre 42,9; 38,9 e 36,8 corespondem, ao intervalo maior, intermediário e menor de teor de N. Fenômeno semelhante é observado no período de produção, onde o teor de N na folha aumenta à medida em que a leitura com o clorofilômetro era maior nos três períodos avaliados. No entanto para clorofila a, o maior intervalo era visto nas plantas próximo á zonas de manejo com 32,5 e 40,7, 30,5 e 53,3 para a primeira e segunda leitura.
Com a maturação dessas folhas o teor de clorofila a foi menor, entre 39,4 e 45,1 para a terceira leitura. A clorofila b apresentou diminuição gradual com valores entre (9,1 e 16; 9,3 e 18,8; 10,8 e 21,0) e predominância de maior clorofila (9,1 e 13,7; 9,3 e 15,8; 10,8 e 17,6) para as três leituras respectivamente. Nos dois primeiros períodos de leituras o teor de clorofila total e o teor de N apresentaram maior concentração, próximo as zonas homogêneas. Diâmetro de ramo, com valor menor que 9 mm é indicativo de baixo vigor; de 9 a 13 mm, vigor adequado; e maior que 13 mm, vigor execessivo, apresentando maior média e mediana.
CONCLUSÕES:
As zonas homogêneas quanto ao teor foliar de nitrogênio, definidas com base em medidas de clorofilômetro, apresentaram correspondência com o diâmetro de ramos, ou seja, na zona com maior concentração de N, o diâmetro médio dos ramos também foi maior. As leituras de clorofila a, b e clorofila total apresentaram correlação ao longo do intervalo de teor foliar de N. Assim, em todas as zonas há a presença de plantas com excesso de vigor, mas com base na média e na mediana, as plantas encontram-se dentro do intervalo adequado de diâmetro de ramo. Ainda, a definição de zonas pode orientar o produtor onde realizar as medidas de diâmetro de ramos, e em qual densidade de amostragem, pois nas zonas com maior leitura do clorofilômetro, o diâmetro dos ramos tende a ser maior.
Palavras-chave: Vitis vinífera L, Nitrogênio, Zonas homogêneas.